U. Tomar – Centenário (XXII)
2 Março, 2014 at 12:00 pm Deixe um comentário
(“O Templário”, 27.02.2014)
Depois da vitória inaugural na I Divisão, frente ao Sporting, novamente a equipa unionista se superaria, causando sensação o empate alcançado na deslocação ao Estádio de Alvalade, em jogo disputado a 21 de Janeiro de 1969.
E o “escândalo” poderia ter sido de maior estrondo: o União, entrando cedo a ganhar, com um golo de Dui, logo aos nove minutos, apenas a quatro minutos do termo da partida concederia o empate, num tento de Pedras. Numa altura em que os nabantinos jogavam em inferioridade numérica, por expulsão de Cláudio (aos 64 minutos… por ter demorado na reposição da bola em jogo). Vale a pena recordar uma síntese, por um grande senhor da escrita desportiva em Portugal (Vítor Santos):
«Esta equipa do União de Tomar que sempre nos deu a ideia de ter uma ideia, foi o que é uma equipa «pequena» quando joga no campo do adversário – e do adversário… «grande». Defesa fechada, meio-campo manhoso e contra-ataque «com veneno», como o provam o golo, uma bola salva sobre o risco por Pedro Gomes e alguma coisa mais de fazer cardíacos entre os espectadores de Alvalade. De altamente positivo há na equipa o seguinte:
1. Um guarda-redes de bom talhe atlético, valente, elástico e decidido – Arsénio;
2. Um defesa-central que custa aceitar como «refugo» e, aqui para nós, fazia agora um jeitão ao Sporting, com Armando e José Carlos lesionados – Caló;
3. Dois homens de meio-campo bons executantes e muito experientes, capazes de conservarem a bola por longos períodos, que são, como é óbvio, períodos de descanso para a equipa e de frustração para o adversário – Ferreira Pinto e Cláudio.
Se dissermos que o resto tem ânimo e ganas de jogar, compreende-se perfeitamente que a equipa, não vai ser, com certeza, acidental visita da I Divisão…»(1)
Ainda sobre a justiça do resultado, atente-se no facto de ter o União disposto de algumas ocasiões adicionais para marcar, como é aqui a seguir detalhado:
«Adiada uma prevista desforra!… Desfazendo todas ou quase todas as previsões, daqueles que consideravam como certa a vitória do Sporting, o União de Tomar foi a Lisboa conquistar um ponto, podendo ainda lastimar-se da forma como consentiu o empate (a 4 m. do fim) e já depois de a bola ter estado duas vezes à vista no fundo das redes de Damas e ainda se ter visto privada, daquele, que até à altura estava sendo um dos melhores jogadores em campo – Cláudio, que foi expulso pelo árbitro.»(2)
Em resumo, maior domínio leonino, de alguma forma consentido, e de todo não esclarecido: «o Sporting tem dominado muito, mas nem sempre bem, enquanto que o meio campo do União de Tomar com Ferreira Pinto, Dui e Cláudio a jogarem com acerto e com muita codícia, estão a chegar para a “urdidura” que o Sporting lhes apresenta.»(3)
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