Archive for 12 Setembro, 2012
«As espadas»
O Governo estragou tudo. Tudo. Estragou a estabilidade política, a paz social, estragou aquilo que entre a revolta e o pasmo agregava o país: o sentido de que tínhamos de sair disto juntos. Sairemos disto separados? Hoje não é dia de escrever com penas, é dia de escrever de soqueira. […]
Não é a derrapagem do défice que mata a união que faz deste um território, um país. É a cegueira das medidas para corrigi-lo. É a indignidade. O desdém. A insensibilidade. Será que não percebem que o pacote de austeridade agora anunciado mata algo mais que a economia, que as finanças, que os mercados – mata a força para levantar, estudar, trabalhar, pagar impostos, para constituir uma sociedade?
O Governo falhou as previsões, afinal a economia não vai contrair 4% em dois anos, mas 6% em três anos. O Governo fracassou no objectivo de redução do défice orçamental. Felizmente, ganhámos um ano. Mas não é uma ajuda da troika a Portugal, é uma ajuda da troika à própria troika, co-responsável por este falhanço. Uma ajuda da troika seria outra coisa: seria baixar a taxa de juro cobrada a Portugal. Se neste momento países como a Alemanha se financiam a taxas próximas de 0%, por que razão nos cobram quase 4%? […]
Poucos políticos têm posto os interesses do país à frente dos seus. Desde 2008 que tem sido uma demência. Teixeira dos Santos aumentou então os funcionários públicos para ganhar as eleições em 2009. Cavaco Silva devia ter obrigado a um Governo de coligação depois dessas eleições. José Sócrates jamais deveria ter negociado o PEC IV sem incluir o PSD. O PSD não devia ter tombado o Governo. E assim se sucedem os erros em que sacrificam o país para não perderem a face, as eleições ou a briga de ocasião. O que vai agora o PS fazer? E Paulo Portas? E o Presidente da República, vai continuar a furtar-se ao papel para que foi eleito? […]
É pouco importante que Passos Coelho não tenha percebido que começou a cair na sexta-feira. É impensável que lance o país numa crise política. É imperdoável que não perceba que matou a esperança a milhares de pessoas. Ontem foi o dia em que muitos portugueses começaram a tomar decisões definitivas para as suas vidas, seja emigrar, vender o que têm, partir para outra. Ou o pior de tudo: desistir. […]
III Festival Estátuas Vivas de Tomar
De 14 a 16 de Setembro, Tomar, Almourol e Dornes vão viajar até à Idade Média na Rota dos Templários, com cerca de 25 “estátuas vivas”, recriando personagens deste período, retratando também algumas ilustres figuras da História de Portugal.
No centro histórico de Tomar, cruzando-se com guerreiros mouros e cavaleiros do Templo, a Máquina do Tempo transportará os viajantes até à Idade Média. Num passeio entre a ponte Velha e a roda do Mouchão, indo pela Corredoura até à Praça, diversas personagens medievais vão ganhar vida e sair das iluminuras daquela época.
Doze artistas, de diferentes nacionalidades, vão recriar a História de Portugal, entre a Rua d’Álém da Ponte, actual Rua Marquês de Pombal e a Praça D. Manuel, actual Praça da República, das 22 horas à meia-noite.
O principal rosto do Festival de Estátuas Vivas de Tomar, António Santos, mais conhecido por Staticman, já com 25 anos de experiência nesta área, vai tentar bater o record do mundo de imobilidade em suspensão, actualmente detido pelo grupo Magic Twins, com o tempo de 200 minutos, realizado em Santiago do Chile.
Todo o circuito do III Festival Estátuas Vivas de Tomar, num total de 25 quadros, terá acesso livre e gratuito e, no seu decorrer, haverá animação cultural alusiva à época. Pode consultar aqui o site do Festival.