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EURO 2012 – 1/4 Final – Alemanha – Grécia

4-2
Este era muito mais que um mero jogo de futebol… por toda a conjuntura e envolvente política, económica, social e financeira em que a Grécia tem vivido nos últimos anos, e sua interligação com a Alemanha.
Tal como seria previsível, os germânicos entraram a pressionar forte, logo desde início, empurrando os gregos para a sua zona defensiva, criando várias situações delicadas para o guardião helénico, que, por mais de uma vez, se viu colocado em apuros.
A espaços, a Grécia ia tentando sacudir a pressão, e, ainda mais raramente, procurando lançar o contra-ataque. Com o decorrer do tempo, com o marcador inalterado, os alemães começaram a denotar algum nervosismo e precipitação, como que evidenciando sintomas de falta de paciência.
O que os avançados não conseguiam fazer, com o jogo a começar a poder complicar-se – a Grécia tinha entretanto feito já uma ou outra ameaça de ataque -, faria o defesa esquerdo, o capitão Lahm, com um remate de meia distância, a tabelar ainda em Papadopoulos. Estávamos quase com 40 minutos, e a Alemanha, finalmente, inaugurava o marcador.
No segundo tempo, a toada não se alteraria, com a Alemanha a continuar a dominar em todo o campo, e a Grécia a tentar esboçar tímidos contra-ataques. Só que, num deles, muito rápido, as coisas correram bem e surgiu o golo do empate, numa excelente antecipação de Samaras face a Neuer, um momento de enorme (embora curta) catarse para todos os adeptos gregos.
Poder-se-ia pensar que a Alemanha poderia oscilar, duvidar de si mesma. Mas não… o golo da Grécia teria o condão de despertar a fera. É verdade que os gregos em muito contribuiram para isso, de tal forma recuaram no terreno, acantonando-se na sua grande área, convidado os germânicos a avançar.
Num ápice, a Alemanha faria o 2-1 (por Khedira, num pontapé pleno de determinação, também num misto de raiva) e o 3-1 (na sequência de um livre, com Klose, de cabeça, a antecipar-se ao guardião adversário)… e pouco depois, o 4-1 (por Schürrle, também com um remate em potência, não obstante já bem dentro da área).
Temia-se então pelo destino dos gregos, completamente à deriva dentro de campo. Mas a Alemanha seria complacente, deixando de acelerar, refreando o ritmo de jogo, poupando a Grécia à humilhação que se adivinhava. Ao invés, a Grécia teria ainda oportunidade para reduzir o marcador, atenuando a derrota para 2-4, na conversão de uma grande penalidade (a punir um contacto com o braço na área, num gesto instintivo face a um remate “à queima-roupa”).
Muito mais que um jogo… a forma como decorreu e o seu resultado não deixa de alguma forma de ser uma cruel ironia da realidade.
Manuel Neuer, Jérôme Boateng, Mats Hummels, Holger Badstuber, Philipp Lahm, Sami Khedira, Bastian Schweinsteiger, Marco Reus (80m – Mario Götze), André Schürrle (67m – Thomas Müller), Mesut Özil e Miroslav Klose (80m – Mario Gomez)
Michalis Sifakis, Vasilis Torosidis, Kyriakos Papadopoulos, Sokratis Papastathopoulos, Giorgos Tzavellas (45m – Giorgos Fotakis), Sotiris Ninis (45m – Theoanis Gekas), Kostas Katsouranis, Grigoris Makos (72m – Nikos Liberopoulos), Giannis Maniatis, Dimitris Salpingidis e Georgios Samaras
1-0 – Philipp Lahm – 39m
1-1 – Georgios Samaras – 55m
2-1 – Sami Khedira – 61m
3-1 – Miroslav Klose – 68m
4-1 – Marco Reus – 74m
4-2 – Dimitris Salpingidis (pen.) – 89m
“Melhor em campo” – Mesut Özil (Alemanha)
Amarelos – Georgios Samaras (14m) e Sokratis Papastathopoulos (75m)
Árbitro – Damir Skomina (Eslovénia)
Arena Gdansk – Gdansk (19h45)