EURO 2012 – Grupo B – 3ª jornada – Portugal – Holanda
17 Junho, 2012 at 9:36 pm Deixe um comentário

2-1
Parecendo confiar na (vitória da) Alemanha, e escudado na possibilidade de, inclusivamente, poder perder por um golo de diferença, Portugal entrou em campo, frente à Holanda, numa toada expectante, de “esperar para ver”, assim concedendo a iniciativa atacante aos adversários.
Que não se fizeram rogados, empurrando, logo desde início, a equipa portuguesa para as imediações da sua área. E, depois de dois “avisos”, acabariam mesmo por chegar ao golo, apenas com 11 minutos decorridos.
Parece que foi o melhor que poderia acontecer à selecção de Portugal… A partir daí (tal como sucedera nos dois jogos anteriores, quando em posição desvantajosa) mudou radicalmente de atitude, passando a assumir o controlo de bola e, também, o domínio do jogo.
Com a Holanda a continuar a ter de arriscar, começaram a surgir espaços para as ofensivas portuguesas, perante uma defesa holandesa com muitas dificuldades “em se encontrar”.
Primeiro, aos 18 minutos, Hélder Postiga a surgir completamente isolado na cara do guardião holandês, mas a não ter o discernimento para concretizar o golo, rematando ligeiramente ao lado. Para, pouco depois – e quando a Alemanha, inaugurando o marcador no outro jogo, aos 19 minutos, voltara a recolocar Portugal em posição de apuramento – ser Cristiano Ronaldo, também numa boa posição para poder marcar, a cabecear à figura de Stekelenburg.
O mesmo Cristiano Ronaldo não vacilaria contudo, apenas com 28 minutos (e, com a Dinamarca já empatada a um golo, desde o minuto 24, empurrando Portugal novamente para “fora do EURO”), dando a melhor conclusão a uma excelente desmarcação, culminando uma magnífica abertura de João Pereira, com um remate fora do alcance do guarda-redes adversário, dirigindo a bola para o fundo das redes.
Com a igualdade a um em ambos os campos, Portugal voltava a “entrar” na prova. E o jogo prosseguiria com a mesma toada, com Portugal a dominar por completo a batalha a meio-campo, sem que os holandeses conseguissem “pegar no jogo”, e, a criar mais oportunidades: ao minuto 32, uma “bomba” de Cristiano Ronaldo – hoje a dar sinais de maior motivação, e sobretudo, mais confiança – a obrigar Stekelenburg a aplicar-se a fundo, com uma defesa de recurso, para a frente.
Depois de um primeiro tempo a alta rotação, com o “jogo partido”, com ambas as equipas com os olhos apenas no ataque, a segunda parte iniciar-se-ia em ritmo bastante mais moderado.
A Holanda, a necessitar de ganhar por dois para manter algumas aspirações ao apuramento, ia procurando acelerar o ritmo de jogo, com dois “avisos” quase consecutivos, a findar o primeiro quarto de hora.
Portugal jogava então, assumidamente, em contra-ataque, com rápidas transições. Aos 72 minutos, Nani teria uma soberana ocasião de desempatar a partida, mas não teve a frieza necessária para ultrapassar o guarda-redes contrário, bem a arrojar-se ao chão, fazendo uma enorme “mancha”.
O melhor exemplo da forma de jogo de Portugal culminaria, de forma excelente, no segundo golo: bola recuperada na defesa por Pepe, a passar a Cristiano Ronaldo (que fora lá atrás dar uma ajuda), o qual, ao mesmo tempo que, de imediato, colocava a bola em João Moutinho, fazia uma veloz aceleração em direcção à área contrária, seguido de um rápido lançamento para Nani, na direita, e de um cruzamento de primeira, a rasgar toda a defesa holandesa, numa magnífica assistência para… Ronaldo, que, com a frieza que faltara dois minutos antes a Nani, dominou a bola, passou para o outro pé, sentou os defesas e rematou fora do alcance de Stekelenburg.
Nos minutos imediatos, Portugal provocaria ainda dois enormes sustos à defesa contrária, mas sem consequências. Já com a Dinamarca a perder, desde os 80 minutos, Portugal teria a sorte de ver um cabeceamento adversário a embater no poste da baliza de Rui Patrício.
Para, num minuto 90, um agora já super-confiante Cristiano Ronaldo, a entrar em drible, tirando os adversários do caminho, para rematar, com estrondo… ao poste!
Com uma estratégia inicial algo arriscada, Portugal teve a capacidade de compreender que as lacunas da defesa holandesa poderiam proporcionar golos, mas foi o domínio do meio-campo que se revelou crucial para assumir as rédeas da partida, e libertar a linha avançada para levar, por sucessivas vezes, o perigo até junto da baliza holandesa.
Com uma exibição muito bem conseguida, Portugal (novamente a afastar a Holanda, agora aureolada com o título de vice-campeã mundial, mas muito distante do seu melhor rendimento) garante o apuramento para os 1/4 Final, onde tem encontro marcado com a R. Checa, para uma desforra do EURO 96…
Precisamente desde 1996, foi esta a primeira vez que Portugal não ganhou o seu grupo de apuramento, o que, contudo, não assume relevância particular, face à quinta qualificação consecutiva para os 1/4 Final!
Rui Patrício, João Pereira, Bruno Alves, Pepe e Fábio Coentrão, Miguel Veloso, Raul Meireles (72m – Custódio), João Moutinho, Nani (87m – Rolando), Cristiano Ronaldo e Hélder Postiga (64m – Nélson Oliveira)
Maarten Stekelenburg, Gregory van der Wiel, Ron Vlaar, Joris Mathijsen, Jetro Willems (67m – Ibrahim Afellay), Nigel de Jong, Rafael van der Vaart, Arjen Robben, Robin van Persie, Wesley Sneijder e Klaas-Jan Huntelaar
0-1 – Rafael van der Vaart – 11m
1-1 – Cristiano Ronaldo – 28m
2-1 – Cristiano Ronaldo – 74m
“Melhor em campo” – Cristiano Ronaldo (Portugal)
Amarelos – João Pereira (90m); Jetro Willems (51m) e Robin van Persie (69m)
Árbitro – Nicola Rizzoli (Itália)
Estádio Metalist – Kharkiv (19h45)




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