Archive for Outubro, 2011
Mundial de Râguebi – Final – N. Zelândia – França
Numa Final que se podia antever desequilibrada e com um vencedor anunciado, a Nova Zelândia, a jogar em casa, parecendo sofrer de uma qualquer espécie de bloqueio psicológico relativamente a jogos “a eliminar” contra a França (depois da vitória neo-zelandesa na Final da 1ª edição do Mundial, em 1987, a França afastara os “all blacks” nas 1/2 Finais do Mundial de 1999, e, novamente, nos 1/4 Final, em 2007), sentiu enormes dificuldades para explanar em campo o seu jogo.
As coisas até começaram bem, com um ensaio logo aos 15 minutos, por Tony Woodcock, colocando-se em vantagem por 5-0, o que poderia reforçar os níveis de confiança dos neo-zelandeses. Contudo, à medida que o tempo ia decorrendo, sem que o marcador se alterasse, os “all blacks” começaram a ficar desconfiados. E assim se chegaria ao termo do primeiro tempo, sem que nenhuma das equipas pontuasse de novo.
No recomeço, logo aos 6 minutos, a Nova Zelândia, com um bom pontapé aos postes, por Stephen Donald, ampliava o resultado para 8-0. Só que a selecção da França praticamente não deixaria os neo-zelandeses respirar esse brisa de tranquilidade que se parecia começar a anunciar. De imediato, no minuto seguinte, os franceses conseguiam alcançar um ensaio, por Thierry Dusautoir, transformado por François Trinh-Duc, reduzindo para a diferença mínima de 7-8.
Colocando uma fortíssima pressão, sem margem para erro, sobre os “all blacks”, o jogo estava completamente em aberto. E assim, nesta absoluta incerteza sobre o desfecho desta Final, se passariam mais 33 longos minutos, sem que qualquer das equipas conseguisse voltar a pontuar, até que os neo-zelandeses, culminando um jogo de intenso sofrimento – e de superação francesa, sempre mantendo “em sentido” a equipa da casa, tendo mesmo mantido maior tempo de domínio de posse de bola, e com Thierry Dusautoir a ser eleito “Man of the match” -, finalmente pudessem soltar um enorme suspiro de alívio, e fazer a grande festa, conquistando a ambicionada Taça William Webb Ellis.
Concluída a 7ª edição do Mundial de Râguebi, a Nova Zelândia sagra-se pela segunda vez Campeã do Mundo (1987 e 2011), assim igualando as proezas da Austrália (1991 e 1999) e África do Sul (1995 e 2007), num quase absoluto predomínio das selecções do hemisfério Sul, apenas uma vez contrariado pela Inglaterra, em 2003.
«Agur, ETA»
(«Adeus, ETA» – clicar na imagem para ampliar – ver artigos aqui, aqui e aqui)
«Uma geração traída»
O meu pai nasceu no dia 11 de Outubro de 1941. Teria acabado de fazer 70 anos…
É também dele um pedacinho do texto de Pedro Lomba, a quem aqui agradeço por estas memórias.
(clicar na imagem para ampliar)
Liga Europa – 3ª Jornada – Resultados e Classificações
No termo da primeira volta desta Fase de Grupos da Liga Europa, três equipas se destacam, contando por vitórias os jogos disputados: Sporting, PSV Eindhoven e Anderlecht, com a formação portuguesa a ser, de momento, a única já com o apuramento garantido para os 1/16 Final da prova.
Grupo D
Sporting – Vaslui – 2-0
Zurich – Lazio – 1-1
1º Sporting, 9; 2º Vaslui, Lazio e Zurich, 2
Grupo H
Maribor – Braga – 1-1
Brugge – Birmingham – 1-2
1º Brugge e Birmingham, 6; 3º Braga, 4; 4º Maribor, 1
«Modos de vida»
«Num Estado de Direito, não é legítimo cortarem-se salários, subsídios de trabalho ou reduzir-se o valor de qualquer uma dessas prestações remuneratórias, a não ser que isso decorra do que for livremente contratado e convencionado pelas partes. Num verdadeiro Estado de Direito, daqueles em que o comportamento do governo é previsível e fundado na lei constitucional, estes cortes são ainda mais ilegítimos, se forem impostos unilateralmente pelo estado apenas com a finalidade de tapar os buracos financeiros da sua gestão desregrada e irresponsável. Isto é e será sempre um ataque à propriedade privada e à liberdade, um roubo, em suma, por mais “legal” que seja, isto é, ainda que suportado pela lei do orçamento ou por outra lei qualquer. No caso português, também não vale a pena argumentar que os portugueses viveram “uma vida desregrada e desafogada” durante décadas e estão agora a pagar a factura. Isso não é verdade. Quem viveu muito acima das suas possibilidades foi o estado, a generalidade da classe política, a alta burocracia, os gestores públicos, os amigos dos governantes que se encostaram ao orçamento do estado, os falsos gestores e empresários saídos dos cargos governamentais e políticos para a gestão de influências e cumplicidades. O português comum tem vivido muito abaixo do nível médio do europeu ou do norte-americano, e foi tolerando estes abusos por ignorância e desconhecimento, sempre convencido que quem lhe prometia mais e melhor era capaz de lho dar. O que, então, tem agora que terminar não é o modo de vida dos portugueses comuns, de resto, muito fraco nos últimos anos, mas o modo de vida do estado e de quem o dirige.»
(Rui A., no Blasfémias)
Liga dos Campeões – 3ª Jornada – Resultados e Classificações
Grupo A
Napoli – Bayern – 1-1
Manchester City – Villarreal – 2-1
1º Bayern, 7; 2º Napoli, 5; 3º Manchester City, 4; 4º Villarreal, 0
Grupo B
CSKA Moscovo – Trabzonspor – 3-0
Lille – Inter – 0-1
1º Inter, 6; 2º CSKA Moscovo e Trabzonspor, 4; 4º Lille, 2
Grupo C
Otelul Galati – Manchester United – 0-2
Basel – Benfica – 0-2
1º Benfica, 7; 2º Manchester United, 5; 3º Basel, 4; 4º Otelul Galati, 0
Grupo D
Real Madrid – Lyon – 4-0
D. Zagreb – Ajax – 0-2
1º Real Madrid, 9; 2º Ajax e Lyon, 4; 4º D. Zagreb, 0
Grupo E
Bayer Leverkusen – Valencia – 2-1
Chelsea – Genk – 5-0
1º Chelsea, 7; 2º Bayer Leverkusen, 6; 3º Valencia, 2; 4º Genk, 1
Grupo F
Marseille – Arsenal – 0-1
Olympiakos – B. Dortmund – 3-1
1º Arsenal, 7; 2º Marseille, 6; 3º Olympiakos, 3; 4º B. Dortmund, 1
Grupo G
Shakhtar Donetsk – Zenit – 2-2
FC Porto – APOEL – 1-1
1º APOEL, 5; 2º Zenit e FC Porto, 4; 4º Shakhtar Donetsk, 2
Grupo H
AC Milan – BATE Borisov – 2-0
Barcelona – Viktoria Plzen – 2-0
1º Barcelona e AC Milan, 7; 3º Viktoria Plzen e BATE Borisov, 1
No final da primeira volta deste(s) mini-campeonato(s), o Real Madrid é a única das 32 equipas 100 % vitoriosa, com destaque também para os bons desempenhos de Bayern, Benfica (com duas vitórias consecutivas em terreno alheio), Chelsea, Arsenal, AC Milan e Barcelona.
Pela negativa, realce para as pobres campanhas de Villarreal, Valencia e dos campeões da Alemanha, Borussia Dortmund, assim como – nesta ronda em particular – para a tripla derrota das equipas francesas.
Num Grupo muito cerrado, o FC Porto parece esta época algo distante do que nos vinha habituando, com uma equipa sem rasgo, falha de confiança na Europa.
Liga dos Campeões – 3ª Jornada – Basel – Benfica
Basel – Yann Sommer, Markus Steinhofer, David Angel Abraham, Aleksandar Dragovic, Park Joo Ho, Xherdan Shaquiri, Benjamin Huggel (85m – Scott Chipperfield), Granit Xhaka (80m – Adilson Cabral), Fabian Frei (66m – Jacques Zoua), Alexander Frei e Marco Streller
Benfica – Artur Moraes, Maxi Pereira (78m – Miguel Vítor), Ezequiel Garay, Luisão, Emerson, Javi García, Bruno César, Axel Witsel, Nico Gaitán, Pablo Aimar (67m – Nolito) e Rodrigo (71m – Óscar Cardozo)
0-1 – Bruno César – 20m
0-2 – Óscar Cardozo – 75m
Cartões amarelos – Marco Streller (35m), Benjamin Huggel (74m), Xherdan Shaquiri (90m) e Alexander Frei (90m); Emerson (41m) e Artur Moraes (90m)
Cartão vermelho – Emerson (86m)
Árbitro – Viktor Kassai (Hungria)
Com uma entrada muito forte em campo, a equipa do Basileia começou por empurrar o Benfica para a sua zona defensiva, exercendo, durante os 10 minutos iniciais, intensa pressão.
À medida que o tempo decorria, o Benfica ia procurando equilibrar o jogo, o que conseguiu por volta do quarto de hora. Esta melhoria do Benfica seria coroada da melhor forma, logo aos 20 minutos, com o golo de Bruno César, a surgir desmarcado do lado esquerdo, beneficiando de uma excelente simulação de Rodrigo, a ludibriar a defesa contrária, e o brasileiro a não desperdiçar a ocasião.
No imediato, a equipa suíça acusou o toque, denotando alguma desconcentração, que o Benfica ia aproveitando. Porém, nos minutos finais do primeiro tempo, o Basileia voltou a adquirir alguma preponderância, com jogadas de perigo, a obrigar Artur Moraes a mostrar a sua atenção, pelo menos por duas ocasiões. Já mesmo a findar a metade inicial, o Benfica disporia de excelente oportunidade, não concretizada por Gaitán.
No reinício, o Benfica retomaria uma toada mais segura, sem descurar o ataque, com Emerson a não conseguir finalizar da melhor forma uma soberana ocasião de golo, em que, embora um pouco descaído sobre a esquerda, surgiu isolado face ao guardião adversário.
Com o jogo repartido, o Basileia procurava insistir na busca do ataque, mas o Benfica não desarmava no contra-ataque. Até que, aos 75 minutos, Óscar Cardozo, acabado de entrar em campo, converteu de forma exímia um livre directo, com a bola rasteira, colocando o Benfica a vencer por 2-0, o que lhe conferia uma margem confortável para gerir no derradeiro quarto de hora.
E, a cada nova iniciativa suíça capaz de levar o perigo até à área benfiquista, lá estava, ou uma defesa bastante unida, ou, em última instância, Artur Moraes, sempre bastante concentrado, somando uma mão cheia de boas defesas na partida, mantendo a sua baliza inviolável.
Com duas vitórias consecutivas em outros tantos jogos fora de casa, o Benfica culmina da melhor forma uma difícil primeira volta na liderança do Grupo, com vantagem directa sobre o que se antevê possa ser o principal rival na disputa do apuramento, precisamente o adversário desta noite (que receberá na próxima jornada, no Estádio da Luz), posicionando-se numa situação privilegiada para atingir esse objectivo.
“Campeões” da Dívida
(gráficos via Der Spiegel – em que pode consultar diversos outros gráficos, num excelente dossier sobre as dívidas públicas)
A dívida pública de Portugal ascende a cerca de 160 mil milhões de euros (1/4 da dívida da Espanha, ou menos de 10 % da dívida da Itália). A dívida pública da Grécia ascenderá a algo em torno de 350 mil milhões de euros.
Desvio colossal
Finalmente, quase 4 meses depois de a expressão ter sido pela primeira vez invocada, o Ministro das Finanças explicou hoje – no âmbito da apresentação da proposta de Orçamento de Estado para 2012 – em que consiste o famigerado “Desvio colossal”, agora ampliado para 3 400 milhões de euros:
- cerca de 1 100 milhões de euros, devido à recapitalização do BPN, e à perda de receita esperada, decorrendo da não concretização da venda de património e de concessões;
- 800 milhões de euros respeitantes a um desvio em receitas correntes, resultante de valores inferiores ao esperado relativos a contribuições para a Segurança Social, receitas próprias da justiça, e redução nos dividendos auferidos pelo Estado;
- cerca de 600 milhões de euros associados a desvios no sector empresarial da Madeira;
- acréscimo de 560 milhões de euros nos consumos intermédios (incluindo principalmente 335 milhões de euros de comissões pagas pelos empréstimos da “Troika”);
- menos 300 milhões de euros relativamente ao impacto esperado da redução dos salários dos trabalhadores da função pública e empresas públicas, na sequência do corte de 5 por cento aplicado no início deste ano, a que acrescem desvios nos salários dos professores, das forças de segurança e do Exército.
Estamos esclarecidos quanto à responsabilidade deste desvio, que agora deixou de ser “colossal”, para passar a ser “substancial”, representando 2 % do PIB, e que justifica, no essencial, as medidas extraordinárias e temporárias (?) de suspensão dos Subsídios de férias e de Natal de funcionários públicos e pensionistas em 2012 e 2013.
Pelo menos temos um Ministro das Finanças que, contrariando a propaganda, fala verdade…