Archive for 15 Outubro, 2011
Escritaria
Contaminar é a palavra de ordem para o Escritaria, que decorre em Penafiel até dia 30 de Outubro, este ano dedicado ao escritor moçambicano Mia Couto, numa abertura à lusofonia.
«Rasgar o contrato de confiança»
«Nunca como no último ano e meio, o maior partido da oposição – agora no Governo -, co-autor do Orçamento em vigor, dispôs de tanta informação sobre as contas públicas nacionais que, por via da negociação com o programa da troika, foram auditadas como nunca antes tinha acontecido. Daí que invocar desconhecimento sobre a realidade e justificar as inverdades ditas em campanha eleitoral com um “desvio colossal” que surpreendeu as piores previsões é atirar areia para os olhos. A verdade verdadinha é que, à hora do telejornal de quinta-feira, Pedro Passos Coelhos rasgou o que ainda restava do contrato de confiança que estabeleceu com os eleitores na noite das últimas eleições legislativas.»
(Nuno Saraiva, no Diário de Notícias)
«Já somos a Grécia»
«O primeiro-ministro justificou os cortes bem para além da Troika com base num conjunto de surpresas que terá encontrado. Nenhum dos documentos de execução orçamental conhecidos dá cobertura às afirmações de Passos Coelho. O único desvio conhecido resulta da Madeira, do BPN e da degradação da receita fiscal, fruto da austeridade adicional. Até prova em contrário, o elemento de surpresa é o conjunto de mitos em que assentou a campanha eleitoral do PSD. Recuperar as justificações de Passos Coelho para chumbar o PECIV é penoso e fragiliza hoje a capacidade política do primeiro-ministro. Da austeridade que era excessiva passámos, como por arte mágica, para uma austeridade necessária. Para quem se alcandorou na verdade, estamos falados.»
(Pedro Adão e Silva, no Léxico Familiar)
Justiça social, crescimento da economia e combate ao desemprego
«A acção do novo Governo, ao contrário do que por vezes se diz, não vai estar limitada ao cumprimento do memorando de entendimento que foi acordado com as instituições internacionais.
O novo Governo terá muito mais para decidir e fazer, de modo a garantir a justiça social, o crescimento da economia e o combate ao desemprego.»
(Mensagem do Presidente da República a propósito das Eleições Legislativas, 4 de Junho de 2011)
«Uma Questão de Seriedade (Ou Falta Dela)»
«Os portugueses estão mais ou menos resignados perante a falta de seriedade dos políticos. Em apenas 120 dias de Governo, Pedro Passos Coelho rasgou todas as promessas eleitorais que havia feito num momento em que a situação do país era cabalmente conhecida.
Pedro Passos Coelho está a fazer exactamente o mesmo que José Sócrates. E, em termos de seriedade, também estamos falados. No exacto dia em que responsabiliza o anterior Governo pelas medidas adoptadas, a Comissão Europeia desmente o Primeiro-Ministro e imputa o desvio à Madeira e à crise internacional.
E, por falar em Madeira, já alguém conhece o plano de austeridade insular?
(Pedro Morgado, no anamnese)