Archive for 31 Outubro, 2011
Grécia anuncia referendo sobre acordo europeu
O Primeiro-Ministro da Grécia, Georges Papandreou, anunciou hoje a realização de um referendo às medidas decorrentes do Conselho Europeu e da “Cimeira do Euro” da passada semana (e inerentes condicionantes fiscais e de austeridade associadas), assim como a apresentação de uma moção de confiança ao Governo, a ser votada no Parlamento.
Com uma frágil maioria parlamentar (153 deputados, num total de 300), e com as sondagens a revelarem uma forte maioria de opiniões contrárias às decisões tomadas na referida “Cimeira”, não só a Grécia pode ver o seu Governo socialista cair, como – em caso de vitória do “Não” no referendo – podemos regredir à “estaca zero”, não sendo talvez grande especulação antever que o país poderá acabar por abandonar o Euro.
E, nesse cenário, a interrogação resulta imediata: Poderá o Euro resistir ainda? Ou terá os seus “dias contados”?
«Perdão da dívida “não é solução”»
“Uma reestruturação reduz muito as possibilidades de financiamento do Estado e do sistema bancário no futuro. A reestruturação significa um perdão da dívida, um incumprimento, o BCE [Banco Central Europeu] terá mais dificuldade em emprestar aos bancos no futuro, e é muito mais difícil os mercados voltarem a confiar quer no Estado quer nas instituições do país. Como vamos precisar de financiamento externo durante muitos anos, creio que é muito perigoso avançar por uma pseudo solução dessas”, disse o economista.
“Vamos ver o que acontece à Grécia. Julgo que vai ser um desastre.”
Para o economista, “só há uma solução” para a crise das dívida que afeta Portugal: alcançar um excedente na balança de pagamentos.
Ora, o melhor “instrumento” para o fazer seria a “desvalorização cambial”, que Portugal não pode utilizar por estar integrado na moeda única. Assim, Ferreira do Amaral defende que Portugal devia “sair do euro”.
“A moeda única deixou de ser um projecto político viável. Havia uma condição para se manter viável: que nenhum país entrasse em incumprimento. A Grécia mata o euro como projecto político para a Europa”, disse Ferreira do Amaral.