Archive for 13 Outubro, 2011
«Depressão»
A minha singela opinião: não tenho dúvidas que os ajustamentos são necessários e que, nesse sentido, não há alternativa; parece-me porém que as medidas agora propostas denotam um Governo preguiçoso, que não quis estudar soluções alternativas, optando pela facilidade – e a desculpa do tempo aqui já não colhe (não estamos a tratar já de medidas para aplicar com urgência, num horizonte de 2 ou 3 meses, mas sim para todo o próximo ano – e tendo em vista um objectivo de défice de 4,5 %, equivalente a 7,6 mil milhões de euros).
A propósito, vale a pena ler:
«1- Cortam-se os 13º e 14º meses de funcionários públicos e pensionistas (menos 14% do seu rendimento, a que acrescem todos os outros aumentos de impostos). Para além do drama que numerosas famílias vão viver, reduz-se a procura agregada e consequentemente o PIB para além do que estava previsto. A recessão de -2% para o próximo ano passa a ser um cenário impossível de alcançar. Uma economia em colapso.
2- Aumenta-se o horário de trabalho meia hora por dia. Transfere-se à volta de 7% do valor criado pelo trabalho para o capital. Num contexto de aumento abrupto de desemprego, os incentivos a contratar por quem pode são menores e os sectores que mais beneficiam são os mais atrasados (mão-de-obra intensivos). […]»
(Nuno Teles, no Ladrões de Bicicletas)
E, também, algumas questões de grande pertinência:
«Posto isto, há algumas interrogações que são, essas sim, pertinentes. E ambas têm dimensão ética. A primeira diz respeito à avaliação das promessas e compromissos eleitorais de Passos Coelho. Está a violar aquilo a que se vinculou e, em casos afirmativo, tem para isso justificação? A resposta é fundamental para percebermos da viabilidade do vínculo de confiança que deve existir entre eleitores e governantes. A segunda coloca-se ao nível da repartição dos sacrifícios. Está a classe média a ser a única sacrificada ou aqueles a quem chamamos ricos estão também a ser chamados a participar no esforço nacional? Existe um esforço sério para combater a corrupção e a utilização abusiva de dinheiros públicos? Está a ser percorrido caminho no sentido de assegurar a frugalidade e equilíbrio nas remunerações dos titulares de cargos públicos? E responder a isto é fundamental para percebermos da viabilidade da manutenção da paz social.»
(Rui Rocha, no Delito de Opinião)
Comunicação do Primeiro-Ministro ao País
A propósito da comunicação do Primeiro-Ministro, relativa à apresentação da proposta de Orçamento para 2012, uma oportunidade para recordar algumas das posições do PSD que sustentaram a rejeição do PEC IV, apresentado pelo anterior Governo:
«O Governo não só foi responsável pela situação de grave crise económica e social que se criou no país, como falhou os objectivos de consolidação orçamental. Circunstância a que acresce uma incapacidade clara do executivo em reformar estruturalmente os sistemas públicos e em promover as bases de um crescimento económico sustentado.
A essa realidade junta-se ainda a incapacidade em suster o aumento galopante do desemprego e do endividamento do país.
Os resultados que se atingiram tiveram o condão de se fundar ou no sacrifício das pessoas e das empresas – suportado pelo aumento asfixiante da carga fiscal – ou no recurso a receitas extraordinárias. […]
Mais uma vez o governo recorre aos aumentos de impostos e cortes cegos na despesa, sem oferecer uma componente de crescimento económico, sem uma esperança aos portugueses.
Pela terceira vez, em menos de um ano, com medidas orçamentais pelo meio, o Governo apresenta um documento em que falta a componente do crescimento económico, confessando mesmo uma recessão. Por essa razão, Portugal é o único País da Europa, para além da Grécia, que não vai crescer. Não pode, por isso mesmo, o Governo afirmar que a culpa é da “crise internacional”, como insistentemente afirma para tentar enganar os portugueses.
É um documento que não ataca os problemas de frente e prefere atacar a despesa social, atacando, sempre os mesmos, os mais desprotegidos.
Mantém a receita preferida deste Governo: a solução da incompetência. Ou seja, se falta dinheiro, aumentam-se os impostos. […]
Num momento particularmente difícil o governo propõe-se mais uma vez restringir o acesso aos apoios sociais, particularmente aos desempregados. […]
Mas o que não pode aceitar é um documento que apenas castiga os portugueses e não dedica uma única linha para o crescimento da economia. […]»
(Projecto de Resolução apresentado pelo PSD – 23.03.2011)
Euro-2012 – Sorteio do “Play-off”
Realizou-se hoje em Cracóvia, Polónia, o sorteio dos jogos do play-off de apuramento para o Campeonato da Europa de Futebol de 2012, com o seguinte alinhamento (1ª mão a 11 e 12 de Novembro; 2ª mão a 15 de Novembro):
Turquia – Croácia
Estónia – Irlanda
R. Checa – Montenegro
Bósnia-Herzegovina – Portugal
Portugal necessitará apenas de confirmar em campo o favoritismo que lhe é atribuído, novamente frente à Bósnia-Herzegovina (que quase afastou a França do apuramento directo, terminando a fase de grupos apenas com 1 ponto a menos que os gauleses), tal como ocorreu há dois anos, no apuramento para o Mundial 2010 (então com duas vitórias da selecção portuguesa, ambas por 1-0).