Mundial 2018 – Final – França – Croácia
15 Julho, 2018 at 5:53 pm Deixe um comentário
4-2
Hugo Lloris, Benjamin Pavard, Raphaël Varane, Samuel Umtiti, Lucas Hernández, Kylian Mbappé, Paul Pogba, N’Golo Kanté (55m – Steven Nzonzi), Blaise Matuidi (73m – Corentin Tolisso), Antoine Griezmann e Olivier Giroud (81m – Nabil Fékir)
Danijel Subašić, Šime Vrsaljko, Dejan Lovren, Domagoj Vida, Ivan Strinić (82m – Marko Pjaca), Ante Rebić (71m – Andrej Kramarić), Ivan Rakitić, Marcelo Brozović, Ivan Perišić, Luka Modrić e Mario Mandžukić
1-0 – Mario Mandžukić (p.b.) – 18m
1-1 – Ivan Perišić – 28m
2-1 – Antoine Griezmann (pen.) – 38m
3-1 – Paul Pogba – 59m
4-1 – Kylian Mbappé – 65m
4-2 – Mario Mandžukić – 69m
Cartões amarelos – N’Golo Kanté (27m) e Lucas Hernández (41m); Šime Vrsaljko (90m)
Árbitro – Néstor Pitana (Argentina)
Luzhniki Stadium – Moskva (16h00)
Confirmando a superioridade que – enquanto conjunto – foi evidenciando, jogo a jogo, ao longo da competição, a selecção da França sagrou-se, com justiça, Campeã do Mundo, batendo por números categóricos uma já exaurida formação da Croácia, uma digna vice-campeã.
Consciente das suas condicionantes – especialmente a nível físico, após três prolongamentos disputados -, a equipa croata entrou em campo com uma postura ofensiva, assumindo a iniciativa, procurando talvez o golo que pudesse, uma vez mais, fazer com que a força da mente se sobrepusesse à fatiga.
No quarto de hora inicial, a Croácia não permitiu à França dispor de espaços para atacar, sendo aliás remetida ao seu meio-campo defensivo.
Mas – sem que tivesse, efectivamente, passado por séria ameaça -, a turma gaulesa, sempre pragmática, muito segura, e de grande eficácia, viria a inaugurar o marcador: Griezmann marcou um livre, “bombeado” para a molhada da grande área, onde surgiu, mais alto que todos, Mandžukić, a “pentear” a bola, mas, com tal infelicidade, que a impeliu na direcção da sua própria baliza, traindo Subašić. Seria o primeiro grande erro de várias falhas que se registariam nesta final.
Ainda antes de ter construído qualquer lance de ataque, a França via-se, desde logo, a ganhar. No imediato, a Croácia manteria uma atitude positiva, com boa reacção, não abdicando da sua estratégia, prosseguindo em busca do golo. Apenas dez minutos decorridos, veria mesmo os seus esforços premiados, culminando uma excelente execução de Perišić, restabelendo o empate, num lance que tivera também início num livre.
Apesar de assumir predomínio a nível da posse de bola, tal não parecia incomodar os franceses, que mantinham a sua toada paciente, aguardando pelo erro adversário, para, no momento certo, dar a “estocada”. E o erro, ainda que involuntário, surgiria, quando, pouco depois, na sequência de um canto, no meio da aglomeração que se verificava junto da pequena área, a bola embateu na mão do mesmo Perišić, contacto sancionado com grande penalidade, que Griezmann não perdoaria, recolocando a sua equipa em vantagem.
No início da segunda parte, a Croácia procurou, então, o “tudo por tudo”, queimando os seus últimos “cartuchos”… Podia ainda ter igualado novamente a contenda, não fora a oportuna defesa de Lloris a remate de Rebić. Seria como que o “canto do cisne”.
Ainda antes de completado o primeiro quarto de hora, a França sentenciaria a partida e, consequentemente, esta final, com um exemplo típico do seu pragmatismo: um contra-ataque iniciado por Pogba, com um lançamento em profundidade para Mbappé, a bola a chegar a Griezmann, que deixou para Pogba, o qual, a dois tempos – depois de um primeiro remate contra um defesa croata, “fuzilou” as redes contrárias.
Ao rarear de disponibilidade física, somava-se a quebra anímica, o que resultaria num inevitável “baixar de braços”, consumado, apenas seis minutos depois, com o quarto tento francês – dando, então, ao marcador uma expressão excessivamente penalizadora -, num remate de meia distância de Mbappé, perante um Subašić já sem os melhores reflexos.
A falha monumental do guardião francês, ao tentar “fintar” Mandžukić, mas levando a bola a embater no pé do avançado croata, fazendo ricochete para a sua baliza, que fixaria o resultado no 4-2 final, não seria já o suficiente para dar alento a uma esgotada e algo conformada equipa croata – à qual, em boa verdade, não era legítimo “exigir” mais -, impotente para contrariar a organização francesa, que, uma vez mais se impôs.
Foi uma final não muito bem jogada, com demasiados erros graves, sem um fio de jogo definido nem lances de futebol apoiado, e até, paradoxalmente – dado o resultado – sem muitas oportunidades de golo (se atentarmos que houve um auto-golo, uma grande penalidade e um “brinde” oferecido por Lloris), em que a estratégia francesa uma vez mais saiu vencedora, face a um “plano de jogo” croata que “não dava” para 90 minutos.
Num balanço final, embora sem apresentar o futebol mais atractivo da prova, a França demonstrou ser a equipa mais solidamente organizada deste Mundial, controlando todos os desafios, nunca concedendo “espaços” aos seus adversários, não “deixando jogar” – ninguém conseguiu encontrar o “antídoto” que pudesse superá-la -, e, em termos ofensivos, de extrema eficácia; em suma, a mais forte em termos colectivos, justificando a meritória conquista do título.
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