U. Tomar – Centenário (XXVII)
6 Abril, 2014 at 11:00 am Deixe um comentário
(“O Templário”, 03.04.2014)
Na sua quarta temporada na I Divisão, em 1972-73, o União de Tomar – então treinado por António Medeiros, que celebrizaria a expressão «Até os peixes do Nabão de hão-de curvar à nossa passagem» – atravessava um período difícil, somando quatro derrotas consecutivas na viragem da primeira para a segunda volta da prova.
Num assomo de honra, a equipa conseguiria ainda esboçar uma reacção, impondo uma igualdade a um golo na recepção ao Sporting, a 7 de Janeiro de 1973, tento marcado num remate de cabeça de Camolas, na sequência de um canto – numa fase em que os unionistas jogavam em inferioridade numérica –, aliás apenas vindo a deixar escapar o triunfo já em período de compensação.
«Afinal, nenhum dos contendores ganhou. E digamos já que assim é que ficou certo, um ponto para cada qual, porque nem o União nem o Sporting tiveram actuação merecedora de triunfo e, se os tomarenses podem lamentar-se de terem estado a vencer só com dez homens e de consentirem a igualdade quando já ninguém contaria com ela, também é verdade que os lisboetas, pelo maior domínio que exerceram, fizeram jus a não retirarem vencidos.
Como se não bastasse, porém, o modesto futebol explanado pelos dois conjuntos, houve a expulsão de um jogador da «casa» e houve, também, o facto de o golo sportinguista ter surgido quando o árbitro já entrava em linha de conta com o tempo perdido pela equipa que estava a ganhar. E, desses dois factores, resultou um final muito triste – dos tais que fazem o descrédito do futebol e levam a que dele se afaste, cada vez mais, quem vai aos jogos para assistir a um espectáculo e não para sair de lá incomodado.»(1)
«Águas, aos 3 minutos, depois de ter sido lançado em profundidade por M. José, esgueira-se a C. Pereira e José Carlos, e à entrada da grande área tem potente remate fazendo a bola embater na trave, ante a impossibilidade de Damas lhe chegar. Com um pouco mais de sorte teria sido um golão, mas serviu para mostrar que a equipa não se entregaria e teriam de contar com ela.
A turma unionista, conseguia assim, manter não só sobre Águas, como também sobre Camolas e Pavão, uma vigilância que lhe permitia, a meio campo, manter uma luta de igual para igual, não permitindo que a equipa leonina tomasse conta do encontro. Com o jogo a desenrolar-se ora num meio campo ora noutro, assistiu-se a uma bela primeira parte […].»(2)
«O resultado verificado no final do encontro, tendo numa maneira geral, sido o que mais se ajusta ao trabalho desenvolvido por ambas as equipas, deixa no entanto uma – a do UNIÃO DE TOMAR – mais insatisfeita, pois foi aquela que estava à beira do triunfo, fugindo-lhe precisamente no último minuto que o árbitro concedeu para o jogo.»(3)
A verdade é que, até à derradeira jornada dessa época, o União completaria uma longa “travessia do deserto”, de mais de seis meses sem conseguir ganhar no campeonato, o que, inevitavelmente, se traduziria a nível da classificação final…
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