Archive for 18 Abril, 2014
O pulsar do campeonato – 22ª jornada
(“O Templário”, 17.04.2014)
O Campeonato Distrital da I Divisão parece ter-se tornado, à medida que se aproxima a sua fase derradeira, como que uma “prova a eliminar”, em que os candidatos ao título se vão “eliminando” uns aos outros: na semana anterior, fora o Torres Novas a afastar o Fazendense das aspirações ao título que pudesse ainda manter; no passado fim-de-semana, o próprio líder At. Ouriense – fazendo o seu trabalho, somando uma fantástica série de nove triunfos consecutivos, impondo-se por categórica margem de 3-0 – se encarregou de distanciar os torrejanos… os quais, curiosamente, poderão vir ainda a ter influência determinante na decisão do título, dado receberem, já na próxima ronda, o Coruchense.
De facto, nesta altura, a quatro jornadas do termo da competição, a turma de Coruche – que goleou a U. Abrantina por 5-0 – parece ser a única ainda com possibilidades de impedir a formação de Ourém de conquistar pela primeira vez no seu historial o título de Campeão Distrital, dado que se mantém a quatro pontos do líder (que, não obstante a aparentemente confortável margem de segurança de que dispõe, terá ainda, nomeadamente, de defrontar o Amiense, numa tradicionalmente difícil deslocação a Amiais de Baixo, e o Fazendense, equipa que recebe na última ronda).
Ao Torres Novas e ao Fazendense (no último fim-de-semana, com uma difícil vitória, por margem tangencial de 2-1, sobre o Pontével), registando agora atrasos face ao guia, respectivamente, de sete e nove pontos, pouco mais estará reservado que exercerem papel de “árbitros”, na disputa que oureenses e coruchenses continuam a dirimir.
Um papel que também o Amiense, embora bastante mais à distância, poderá igualmente assumir, dado deslocar-se, precisamente na derradeira jornada, a Coruche. O conjunto de Amiais de Baixo, recebendo o Benavente, obteve também um triunfo pela esclarecedora marca de 3-0, que acentua a crise de resultados do seu opositor (somou o quinto desaire nos últimos sete encontros), tendo caído em plena zona de alto risco da pauta classificativa.
A este nível, quem parece caminhar a passos largos para a tranquilidade é o grupo dos Empregados do Comércio, que, ganhando ao Assentis por 2-0, ampliou já para absolutamente seguros dez pontos a sua vantagem sobre esse adversário (que ocupa a penúltima posição, precisamente a que, no final, marcará a certeza da despromoção), pese embora registar um jogo a mais; e, porventura mais importante, dispõe agora de cinco pontos de avanço sobre Cartaxo e Benavente. Por seu lado, a equipa do U. Chamusca, recebendo o Mação, averbou um nulo, que, pelo menos no imediato, lhe permitiu também ultrapassar os benaventenses.
Resta-nos falar do jogo do União de Tomar, no Cartaxo, que, no final, deixou um forte “amargo de boca” aos unionistas. Depois de, com felicidade, terem começado por inaugurar o marcador, com um golo obtido através de um “chapéu de aba (muito) larga” (um remate da zona do meio-campo, a aproveitar o adiantamento do guardião contrário), e de, após terem sofrido o tento do empate, terem reposto quase de imediato a posição de vantagem (mantendo o 2-1 até ao quarto de hora final), viriam, já nos minutos finais, a consentir dois golos, que constituem um prémio para o esforço e empenhamento dos cartaxenses – tão carenciados de pontos –, que nunca deixaram de acreditar e de trabalhar, ao mesmo tempo que traduzem uma penalização porventura excessiva das falhas dos tomarenses, que dispuseram de ocasião soberana para alcançar o 2-0 (forte remate de Wemerson, isolado perante o guarda-redes, a embater com estrondo na trave), que poderia ter ditado uma história completamente diferente para este jogo.
Em função deste resultado, para o União – que aumentou para cinco o número de jogos sem vitória –, a possibilidade do 5.º lugar mais não é agora que uma quimera, tendo, inclusivamente, de procurar defender a 6.ª posição, face às ameaças consubstanciadas por Mação e Pontével, ambos a três pontos dos unionistas. De qualquer forma, em relação ao objectivo fundamental, mantém-se a situação de grande tranquilidade, dada a vantagem de oito pontos que subsiste em relação ao 10.º classificado, U. Chamusca.
No Campeonato Nacional de Seniores, as três equipas do Distrito registaram a terceira ronda consecutiva a empatar: Riachense e Fátima ficaram igualados a uma bola, em Riachos; o mesmo desfecho averbado pelo Alcanenense, na recepção ao líder, Caldas. Deste modo, as formações de Alcanena e de Fátima baixaram uma posição, tendo sido ultrapassadas pelo Torreense, partilhando agora o 3.º posto, mas mantendo uma “almofada” de oito pontos sobre o antepenúltimo (Carregado), quando restam disputar cinco jornadas. O Riachense continua a três pontos dessa posição, que lhe permitiria disputar ainda o “play-off” de manutenção.
Na II Divisão Distrital, triunfos caseiros, com destaque para os 3-0 aplicados pelo Barrosense ao U. Santarém, enquanto o Rio Maior (frente ao Atalaiense) e Ferreira do Zêzere (recebendo o Pego) triunfaram por 2-0. Na classificação, com quatro das dez jornadas desta fase de apuramento de Campeão já disputadas, Rio Maior e Barrosense repartem agora o comando, com o U. Santarém a dois pontos, e o Atalaiense já a cinco; Ferreira do Zêzere e Pego posicionam-se ainda um ponto mais abaixo.
Na próxima jornada, a realizar na Sexta-Feira Santa (tendo o U. Abrantina – Empregados do Comércio sido antecipado, com triunfo dos escalabitanos por 5-1), para além do já mencionado confronto que oporá Torres Novas e Coruchense, o líder At. Ouriense poderá ter um importante teste, na visita ao (acanhado) reduto do Pontével, com o Benavente a receber o Fazendense. O União de Tomar disputa o primeiro de três desafios em casa, nas quatro jornadas que restam, recebendo o U. Chamusca, esperando-se que possa enfim quebrar o “jejum” de vitórias.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 17 de Abril de 2014)