U. Tomar – Centenário (XII)
22 Dezembro, 2013 at 12:00 pm Deixe um comentário
(“O Templário”, 19.12.2013)
Continuemos a reviver mais algumas memórias da sensacional vitória de 10-0 do União de Tomar, ante o Vitória de Lisboa, em partida a contar para o Nacional da III Divisão, disputada a 13 de Junho de 1965, agora também na perspectiva do cronista do jornal “O Templário”:
«Lançados ao ataque desde o primeiro minuto, os jogadores tomarenses encontraram na equipa lisboeta um sério opositor, que tudo tentou para contrariar os propósitos dos locais. […]
Mau grado a força avassaladora do ataque unionista, os postes, a trave e o guarda-redes tudo iam defendendo, de tal forma que na primeira parte só uma vez os locais conseguiram levar o esférico ao fundo das redes. […]
Poderosos de querer e de vontade, e depois de por três vezes a bola ter beijado os postes, conseguiram aos 10m abrir uma série de quatro golos, obtidos em oito minutos que enlouqueceram a assistência, tal o nível futebolístico a que se alcandoraram. Impulsionados por Dui e Mata, com Josué e Totói a construírem sucessivos centros de todas as formas e feitios, os locais brindaram-nos com uma exibição excepcional, irresistível, brilhante por vezes. […]
Nova série de três golos, dos 26 aos 36m galvanizou a assistência, mas o poder físico dos 22 elementos em campo parecia esgotado, tão grandiosa fora a luta até então. […]
O público vibra e os jogadores são heróis do jogo mais dramático a que temos assistido. A obcecação do golo domina os jogadores tomarenses, e aos 43 e 44m Ernesto e Totoi fecham a série de 10 com que terminou a partida. […]
O público aplaude, mas desconhece-se ainda o resultado da partida Tramagal-Matrena. […]
Cerca de dez minutos mais tarde, o público tem conhecimento que o Tramagal ganhava por 8-0. Era a certeza da qualificação unionista. […]
O União tinha feito o jogo da sua vida e o público manifestou-se exuberantemente. […]
Trinta e duas jornadas de futebol distrital e nacional estavam ali resumidas naquele minuto que a todos unia num abraço que constituía o justo prémio do esforço de dirigentes e atletas no desejo comum de levar o União à II Divisão. O momento era indiscritível.»(1)
Após cinco anos de sucessivas tentativas, com presenças consecutivas no Nacional da III Divisão, tendo, finalmente, conquistado a vitória na sua série, a II Divisão parecia enfim tão próxima, com o apuramento para os 1/4 Final do campeonato… Mas faltava ainda ultrapassar um último grande obstáculo: o Portalegrense, também 1.º classificado na respectiva série.
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