Archive for 15 Dezembro, 2013

U. Tomar – Centenário (XI)

Centenario-11

(“O Templário”, 12.12.2013)

Ainda na época de 1964-65, ao Distrital (de que o União de Tomar se sagrara Campeão), seguia-se a participação no Nacional da III Divisão, integrando, na sua primeira fase, uma série de seis clubes, conjuntamente com Tramagal, Matrena, Torres Novas, Olivais e Vitória de Lisboa – de que apenas o vencedor avançaria para a fase seguinte (1/4 Final), de disputa da promoção à II Divisão.

À entrada para a derradeira jornada, o Tramagal ocupava o primeiro lugar, mas em igualdade pontual com o União, que, contudo, registava uma desvantagem a nível de diferença de golos, de dois tentos (17-7 para os nabantinos, face a 22-10 dos tramagalenses). Assim, para além do obrigatório triunfo, revelava-se decisivo marcar o maior número de golos possível…

A 13 de Junho de 1965, a turma unionista recebia a formação do Vitória de Lisboa, obtendo uma extraordinária goleada, por 10-0, a segunda mais dilatada de todo o seu centenário historial (após os 13-1 com que batera o Alcanenense, em 1942-43, e igualando a marca registada em 1925, frente ao Operário de Tomar, então em jogo da “Liga Tomarense”), com golos de Morado (quatro), Ernesto (três), Pedro Silva (dois) e Totói, este a obter o tento decisivo – num desafio em que, ao intervalo, os rubro-negros dispunham de vantagem tangencial, de um único golo!

«Ao fim de 90 minutos de luta constante, o União obteve o seu melhor resultado da época e com ele apanhou a chave para abrir as portas da 2.ª Divisão que esperamos tenham a força suficiente para as abrir. Falar tecnicamente ou tacticamente sobre este jogo, é absolutamente impossível já que o União tinha o fim único de obter o maior número de golos possível, já porque o Vitória se empregou num sistema «tudo à defesa», tornando difícil para nós a apreciação deste jogo «jogado» e por isso limitamo-nos a fazer alguns comentários, visando a necessidade com que as equipas entraram em campo.

O Vitória, cujo último lugar da série estava mais ou menos garantido apresentou-se em campo, e contra toda a expectativa, com uma missão totalmente defensiva, procurando não perder o encontro ou perdê-lo por diferença escassa. […] Entregaram-se à luta com um empenho tão extraordinário que por vezes tivemos a sensação de que não era o União que tinha interesse em ganhar, mas sim o Vitória. […]

Foi uma partida dramática e que ficará na história do Clube. Eram precisos golos e eles apareceram e com a virtude de terem encontrado pela frente um adversário que nunca se entregou. Marcou o União 10 golos, no entanto outros tantos (sem exagero!) podia ter obtido se não fosse a magistral exibição do guarda-redes do Vitória e a trave que amparou seis bolas! Parece curioso o União ter obtido o número de golos exacto às suas pretensões; no entanto foi esse o número de golos que a assistência pediu aos jogadores e confessamos que chegámos a ter pena dos mesmos devido ao esforço que se estava exigindo. Quando acabou o jogo, ninguém arredou pé e os próprios jogadores do União não queriam ir tomar banho, sem saber o que se passava no Tramagal e foi, passados 15 minutos, que se soube o resultado do Tramagal e então foi o «fim do mundo»; todos se entregaram a uma manifestação, o que não é mais do que o amor que têm à camisola, à terra e o reconhecimento do valor patenteado.»(1)

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(1) Cf. “Cidade de Tomar”, 20 de Junho de 1965

15 Dezembro, 2013 at 12:00 pm Deixe um comentário

O pulsar do campeonato – 9ª jornada

Pulsar-9

(“O Templário”, 12.12.2013)

No regresso dos campeonatos Distritais, na I Divisão confirmou-se o que já se vinha prenunciando desde há algumas jornadas, com o Torres Novas a ser igualado na liderança pelo Fazendense. Efectivamente, mesmo jogando no seu terreno, os torrejanos não foram além da igualdade a um golo, na recepção ao At. Ouriense, enquanto a formação das Fazendas de Almeirim obteve um bom triunfo, graças a um solitário tento, na difícil deslocação a Pontével.

Nesta aproximação aos lugares do topo da tabela, também o Coruchense prossegue uma campanha muito segura, apenas tendo registado, até à data, uma única derrota, em Tomar. Desta feita, impôs-se por categórica margem de 3-0 na visita a Abrantes, frente a um conjunto da U. Abrantina que se afunda na classificação (acumulando já quatro derrotas consecutivas), continuando na indesejável posição de “lanterna vermelha”.

De alguma forma surpreendente terá sido o desaire sofrido pelo Amiense em Benavente, perdendo por 3-2, assim como os números do triunfo da turma dos Empregados do Comércio (que, assim, confirma estar já superado o impacto da goleada sofrida perante o União de Tomar) em Assentiz, ganhando por 4-2 (tendo inclusivamente chegado a 3-0 no início do segundo tempo), frente a um grupo que, curiosamente, vinha também de uma goleada, neste caso a seu favor, na Taça Ribatejo (6-0), mas que, no campeonato, somou o terceiro desaire sucessivo.

A normalidade imperou em Mação, com a equipa da casa a vencer por 2-1 perante o U. Chamusca. Por fim, o União de Tomar, depois dos 13 tentos obtidos nas duas partidas anteriores, terá visto “secar a fonte” dos golos – espera-se que apenas neste desafio –, não tendo conseguido, pela primeira vez nesta temporada, marcar qualquer golo, registando portanto um nulo, que, nestas circunstâncias, soube a pouco; numa óptica pela positiva, este foi, não obstante, o quarto desafio consecutivo sem que o grupo unionista tivesse sofrido qualquer golo, ampliando para seis o número de jogos sem perder.

Assim, olhando para a pauta classificativa, os seis primeiros estão agora separados por apenas cinco pontos, agrupados em três pares: Torres Novas e Fazendense partilham o comando, com vinte pontos, dispondo de uma vantagem de quatro pontos sobre o duo formado por At. Ouriense e Coruchense, enquanto Amiense e Pontével (nesta ronda, a cair, devido ao desaire caseiro averbado) estão somente um ponto mais abaixo.

Depois, em posição intermédia, surge um quarteto, num intervalo de apenas dois pontos: o Mação subiu ao 7.º posto, com 13 pontos, seguido pelo União de Tomar, com doze, com Benavente e Empregados do Comércio bem próximos, apenas também um ponto atrás.

Por fim, um outro quarteto, na cauda da tabela, mas com trajectórias distintas: o Assentis, que soma oito pontos, atravessa a referida série negativa de três jogos, enquanto o Cartaxo, com um ponto a menos, começou a recuperar posições; U. Chamusca, com cinco pontos, e U. Abrantina, somente com quatro pontos, começam a passar por situações aflitivas.

Na próxima ronda, já a décima desta competição, o Torres Novas enfrenta mais um sério teste à sua liderança, numa difícil deslocação a Coruche, ao mesmo tempo que o Fazendense recebe a visita do Benavente. Numa jornada em que o equilíbrio parece reinar, há ainda outros confrontos de desfecho imprevisível, como o Amiense-Mação, At. Ouriense-Pontével (a não ser que se confirme uma quebra da equipa do município do Cartaxo), ou, no que mais directamente interessa aos tomarenses, o U. Chamusca-União de Tomar. Finalmente, nas restantes partidas, à partida, parece haver notório favoritismo das equipas da casa, no Cartaxo-Assentis e no Empregados do Comércio-U. Abrantina, mas as surpresas estão aí sempre “à espreita”…

Na II Divisão Distrital, com oito jornadas disputadas, os líderes mantiveram as respectivas posições, com o Pego e Atalaiense a repartirem o comando da série mais a Norte (ampliando de um para três pontos a ainda curta vantagem sobre Tramagal e Caxarias), enquanto o Barrosense continua como guia da série a Sul, com U. Almeirim e Porto Alto a manterem-se também a três pontos, uma vez que este trio registou igualdades na última ronda (tendo aliás o Porto Alto empatado na Barrosa).

Subindo até ao Campeonato Nacional de Seniores, depois de uma tripla derrota na ronda anterior, desta feita tivemos um triplo empate (a zero) das equipas representantes do Distrito de Santarém, num fim-de-semana em que, aliás, apenas o guia (Mafra) saiu vencedor (frente ao Lourinhanense), tendo todos os restantes quatro encontros resultado em igualdades: nulos no Alcanenense-Torreense, no U. Leiria-Fátima, e no Portomosense-Riachense; e empate a três golos no Carregado-Caldas.

Seriam resultados positivos para o Riachense e para o Fátima, não fora a circunstância de a formação de Riachos manter oito pontos de atraso face ao antepenúltimo classificado, Torreense, (tendo o penúltimo, Portomosense, a seis pontos); e, por outro lado, a muito delicada situação financeira com que se debate o grupo fatimense, com um Passivo que excederá os 400 mil euros, e em situação de ruptura de tesouraria, com vencimentos dos jogadores em atraso, o que poderá colocar em risco não só a continuidade da equipa na prova, mas inclusivamente a própria sobrevivência do clube, caso não sejam encontradas soluções alternativas a breve prazo. Mais um forte alerta a toda a comunidade futebolística, com a austera realidade a impor-se e a ditar os imprescindíveis ajustamentos.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 12 de Dezembro de 2013)

15 Dezembro, 2013 at 10:00 am Deixe um comentário


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