Archive for Setembro, 2009
“Prémio Nobel” da engenharia atribuído a portugueses
José da Mota Freita, professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e a sua equipa são distinguidos hoje em Banguecoque pela International Association for Bridge and Structural Engineering (IABSE) com a atribuição do prémio Ostra-Outstanding Structure pelo projecto desenvolvido na Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima.
Esta é a segunda vez que a engenharia portuguesa é reconhecida internacionalmente, depois de em 2004 também Segadães Tavares ter recebido um Ostra pela ampliação da pista do aeroporto do Funchal, na Madeira.
(ver artigo completo no Público)
Cultura Online
Acaba de ser lançado o Cultura Online, um «novo portal, impulsionado pelo Ministério da Cultura, que ambiciona afirmar-se como o sítio de referência na divulgação da Cultura Portuguesa, em Portugal e no Mundo. Esta plataforma inovadora recorre à colaboração de autarquias, fundações e outros agentes, para a criação e consolidação de uma efectiva comunidade virtual».
Sete Sombras – Diário das amizades
Sete Sombras – Diário das amizades, o novo blogue de Pedro Lomba.
Eleições Assembleia da República – 1983
Precisamente 9 anos depois da Revolução, a 25 de Abril de 1983, a “alternância democrática” era novamente colocada em prática: o Partido Socialista – reconquistando os votos dos desencantados com a política da AD – voltava a ser o partido mais votado, com 36 % dos votos, elegendo 101 deputados.
Ficava, ainda assim, bastante longe de uma maioria absoluta parlamentar – possivelmente ainda de alguma forma consequência de divisões internas, desde logo com a posição de Soares face a Eanes aquando das eleições presidenciais, traduzindo também, por outro lado, a ausência de uma inequívoca coerência em termos da sua prática política ao longo dos anos.
O PPD/PSD e o CDS, concorrendo separados, após a dissolução da AD, e com novos dirigentes (Mota Pinto e Lucas Pires) com a pesada responsabilidade de substituir os líderes históricos, quedavam-se, respectivamente, pelos 27 % (75 deputados) e 12,5 % (30 deputados), com uma queda significativa face aos resultados de 1980, uma derrota expressiva (de que, em termos efectivos, o CDS nunca mais viria a recuperar), penalizando o período de instabilidade e ausência de orientação estratégica no seio da anterior maioria.
A APU conseguia recuperar novamente para o patamar dos 18 %, alcançando 44 deputados, com a esquerda a reclamar de novo (desta vez, de forma mais vincada) a maioria sociológica no país, com cerca de 60 % de votos – traduzida em termos de mandatos, numa significativa vantagem, de 145 face 105 deputados.
Contudo, dada a maioria relativa no Parlamento, viria a ser outra a configuração política da maioria governamental: num contexto de “corte de relações” entre as duas principais forças de esquerda e de divisão no segmento de direita, o PS viria a formar com o PSD (liderado por Mota Pinto) um “Bloco Central”.
Esta solução governamental – de alguma forma tornada “inevitável” pelas orientações políticas e pelas próprias campanhas eleitorais do PCP e CDS –, tornaria o nono governo constitucional (com o regresso, 5 anos depois, de Mário Soares ao cargo de Primeiro-Ministro) no executivo de maior base de apoio parlamentar, todavia não necessariamente no mais consensual ou com efeitos práticos significativos a nível de reformas estruturais do país.
PS – 2.061.309 (36,11%) – 101 deputados
PPD/PSD – 1.554.804 (27,24%) – 75 deputados
APU – 1.031.609 (18,07%) – 44 deputados
CDS – 716.705 (12,56%) – 30 deputados
PDC – 39.180 (0,69%)
PPM – 27.635 (0,48%)
UDP – 27.260 (0,48%)
UDP/PSR – 25.222 (0,44%)
PCTP/MRPP – 20.995 (0,37%)
POUS – 19.657 (0,34%)
PSR – 13.327 (0,23%)
LST – 11.500 (0,20%)
OCMLP – 6.113 (0,11%)
PDA – 5.523 (0,10%)
Inscritos – 7.337.064
Votantes – 5.707.695 – 77,79%
Abstenções – 1.629.369 – 22,21%
Fonte: CNE
(também publicado no blogue “Eleições 2009“, do Público)
Colóquio Internacional de História da Astronomia
Numa organização do Museu de Ciência da Universidade de Lisboa, em conjunto com o Centro de Matemática e Aplicações Fundamentais, Centro de Matemática da Universidade de Coimbra, Centro de Matemática da Universidade do Porto e Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, no âmbito das comemorações do Ano Internacional da Astronomia, decorre de 24 a 26 de Setembro próximo – em Lisboa, na Rua da Escola Politécnica, 56 – o Colóquio Internacional de História da Astronomia.
Entre os oradores, referência particular para as presenças de Jim Bennett (Museum of the History of Science, University of Oxford – que falará nomeadamente sobre astronomia em Portugal no século XVIII) e de Michael Hoskin (University of Cambridge), para além de outros importantes historiadores da Astronomia brasileiros, portugueses, espanhóis e italianos.
Eleições Assembleia da República – 1980
A 5 de Outubro de 1980, aproveitando a dinâmica proporcionada por nove meses de governação – em cuja acção centralizaria a sua campanha eleitoral –, e beneficiando da capacidade de compreender e ir ao encontro das aspirações do eleitorado, a AD – Aliança Democrática reforçava a sua vitória eleitoral, passando de cerca de 45 % a cerca de 48 % dos votos, o que se traduziu num acréscimo, de 128 para 134 deputados, num triunfo folgado (algo surpreendente até para os seus apoiantes), que lhe proporcionava também uma confortável maioria absoluta parlamentar.
A FRS – Frente Republicana e Socialista, coligação eleitoral entre o Partido Socialista, a ASDI e a UEDS, não conseguiria melhor que manter a votação (cerca de 27 %) e o número de deputados (74) que o PS conquistara em 1979.
A APU (coligação entre o PCP e o MDP/CDE) via o seu peso eleitoral reduzido de cerca de 19 % para menos de 17 %, com o número de eleitos a decrescer, de 47 para 41 deputados (com nomes como Carlos Carvalhas e João Amaral a perderem o seu lugar na Assembleia da República), sendo portanto, em termos numéricos, o principal perdedor, depois de ter atingido o limite máximo da sua representatividade eleitoral.
A UDP conseguia manter um deputado, nas últimas eleições em que alcançaria tal resultado.
No seu conjunto, a esquerda, penalizada pelos erros cometidos (a nível de governação pelo PS, assim como pelo sectarismo comunista) – e com alegadas queixas de instrumentalização da comunicação social estatizada pela coligação governamental –, perdia duas eleições sucessivas, facto inédito desde o 25 de Abril e de que levaria algum tempo a recompor-se.
O nível de abstencionismo seria ainda reduzido (cerca de 15 %).
Estavam abertas as hostilidades para as eleições presidenciais agendadas para daí a dois meses, opondo Ramalho Eanes a Soares Carneiro: um governo, uma maioria, um presidente era o lema então proclamado por Sá Carneiro. O fatal destino acabaria por, de um dia para o outro – com o acidente/atentado de 4 de Dezembro – alterar significativamente o contexto político que se vivia em Portugal na época.
AD – 2.706.667 (44,91%) – 126 deputados
FRS – 1.606.198 (26,65%) – 71 deputados
APU – 1.009.505 (16,75%) – 41 deputados
PSD – 147.644 (2,45%) – 8 deputados
UDP – 83.204 (1,38%) – 1 deputado
POUS/PST – 83.095 (1,38%)
PS – 67.081 (1,11%) – 3 deputados
PSR – 60.496 (1,00%)
PT – 39.408 (0,65%)
PCTP/MRPP – 35.409 (0,59%)
PDC-MIRN/PDP-FN – 23.819 (0,40%)
CDS – 13.765 (0,23%)
UDA/PDA – 8.529 (0,14%)
OCMLP – 3.913 (0,06%)
Inscritos – 7.179.023
Votantes – 6.026.395 – 83,94%
Abstenções – 1.152.628 – 16,06%
Fonte: CNE
(também publicado no blogue “Eleições 2009“, do Público)
Armindo Araújo Campeão do Mundo de Ralis (Produção)
O piloto português Armindo Araújo conquistou hoje o título de Campeão Mundial de Ralis (agrupamento de Produção), ao concluir o Rali da Austrália na 4ª posição, ao volante de um Mitsubishi, e tendo como co-piloto Miguel Ramalho.
A atribuição do título encontra-se contudo ainda condicionada da decisão definitiva quanto à desclassificação do piloto Nasser Al-Attiyah (Emirados Árabes Unidos) no Rali da Acrópole, apenas devendo ser oficialmente anunciada a 6 de Outubro.
Dinamarca – Portugal (Mundial 2010 – Qualif.)
Numa partida em que a vitória poderia ser crucial para a obtenção do apuramento para a Fase Final do Campeonato do Mundo, a equipa portuguesa entrou em campo sem qualquer avançado, apostando no controlo do meio-campo, que lhe permitiria, ao longo de cerca de meia hora – entre os 10 e os 40 minutos – um notório domínio do encontro, contudo sem materialização em golos.
Depois de uma fase inicial, nos primeiros 5 minutos, em que os jogadores da selecção nacional tiveram dificuldade em “encaixar-se” na forma como a equipa dinamarquesa se movimentava, fazendo circular a bola, com duas ou três acções de desequilíbrio no flanco direito do ataque, Portugal “pegou na bola”, avançando no terreno, empurrando os adversários para as imediações da sua área de baliza.
Teve, nesse período, pelo menos três oportunidades de golo, com Cristiano Ronaldo e Simão Sabrosa (por duas vezes) a não conseguirem ser eficazes. Procurando, muito a espaços, o contra-ataque, a Dinamarca apenas disporia de uma ocasião de perigo.
Porém, prestes a findar a primeira parte, sem que o guarda-redes português tivesse efectuado qualquer defesa, no primeiro remate à baliza, a Dinamarca inaugurou o marcador.
No início da segunda parte, com a entrada de Liedson para o lugar de Tiago, a equipa nacional alterou o seu esquema táctico em campo, o que acabaria por permitir à Dinamarca recuperar o controlo do jogo, sem que Portugal tivesse conseguido construído qualquer jogada ofensiva no primeiro quarto de hora.
Depois de, num lance algo fortuito, com o guarda-redes dinamarquês a não segurar a bola, ter desperdiçado mais uma soberana oportunidade de golo, o jogo como que ficou “partido”, jogando-se aos repelões e de forma algo precipitada. Não obstante, Portugal criaria ainda nova ocasião de perigo antes de, a quatro minutos do fim, Liedson conseguir finalmente o golo – no seu jogo de estreia na selecção nacional -, empatando o jogo.
Até final, a equipa portuguesa empurrou novamente a Dinamarca para a defesa, com Nuno Gomes e Liedson, já em período de descontos, a obrigarem Andersen a intervir para salvaguardar a sua baliza, mas o resultado não se alteraria.
Continuamos de “calculadora na mão”…
Dinamarca – Stephan Andersen, Christian Poulsen, Simon Kjaer, Anders Moller-Christensen, Michael Silberbauer (66m – William Kvist), Lars Jacobsen, Jakob Poulsen (90m – Jesper Gronkjaer), Dennis Rommedahl, Jon Dahl Tomasson, Martin Jorgensen (61m – Hjalte Norregaard) e Nicklas Bendtner
Portugal – Eduardo; Bosingwa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Duda; Pepe, Raul Meireles (81m – Nuno Gomes), Tiago (45m – Liedson) e Deco; Cristiano Ronaldo e Simão Sabrosa (71m – Nani)
1-0 – Nicklas Bendtner – 43m
1-1 – Liedson – 86m
Cartões amarelos – Simon Kjaer (60m) e Stephan Andersen (87m); Liedson (48m)
Árbitro – Massimo Busacca (Suíça)
GRUPO 1
Jg V E D G Pt 1º Dinamarca 7 5 2 - 14 - 3 17 2º Hungria 7 4 1 2 9 - 4 13 3º Suécia 7 3 3 1 8 - 3 12 4º Portugal 7 2 4 1 9 - 5 10 5º Albânia 8 1 3 4 4 - 8 6 6º Malta 8 - 1 7 0 - 21 1
8ª jornada
05.09.09 – Dinamarca – Portugal – 1-1
05.09.09 – Hungria – Suécia – 1-2
«TVI: menos conjecturas e mais factos»
A tempestade levantada a propósito da suspensão do Jornal Nacional de Manuela Moura Guedes tem produzido muito ruído e não tem tido muita substância. Não faria mal algum esforço de reflexão (se é que isso interessa a alguém).
[…]
Dito isto, ocorrem-me perguntas sobre as quais gostaria de ver mais análise e, sobretudo, mais factos:
- A quem interessa uma decisão como aquela que foi tomada, no momento em que foi tomada? Ao PS? Ao PSD? À TVI? A outros partidos? A outros canais? Aos cidadãos, em geral?
- A avaliar pelos elementos disponíveis, que objectivos procurou atingir, para além do óbvio de liquidar o programa semanal?
- Como se explica que se continue a insistir com a colagem da PRISA ao governo socialista espanhol e, por essa via, ao português, quando é conhecido, há largos meses, que a situação se alterou profundamente e que se criou um fosso entre as duas partes?
- Existem sinais de que os jornalistas da TVI sejam constrangidos para não continuarem a fazer o seu trabalho, de acordo com o profissionalismo que lhes é exigido, nos vários jornais de que dispõem diariamente?
- Quais são os actos que podem ser invocados para comprovar a imputada pressão governamental para calar aquele Jornal Nacional? […]
(Manuel Pinto, no Jornalismo & Comunicação)
Eleições Assembleia da República – 1979
A 2 de Dezembro de 1979, realizavam-se eleições intercalares para a Assembleia da República.
O Governo de maioria relativa saído das eleições de 1976 não resistiria, tal como o Governo que lhe sucedeu, resultante de coligação parlamentar entre o PS e o CDS, num período particularmente difícil da economia portuguesa, que seria marcado pela intervenção do FMI – Fundo Monetário Internacional.
O Presidente da República, Ramalho Eanes, nomearia de seguida Governos de iniciativa presidencial, liderados por Nobre da Costa (que não veria o seu programa aprovado pela Assembleia) e Mota Pinto. As sucessivas crises políticas culminariam na nomeação de um Governo de transição (com uma duração de 100 dias…), conduzido por Maria de Lurdes Pintasilgo, com a responsabilidade de preparar as eleições intercalares (para eleição de uma Assembleia cuja vigência decorreria até às eleições de 1980).
O PPD, CDS e PPM, sob a liderança de Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Gonçalo Ribeiro Teles, associados a um grupo de reformadores (integrando nomeadamente Francisco Sousa Tavares e Medeiros Ferreira), constituíram a AD – Aliança Democrática, que, com um substancial acréscimo de votos, alcançaria a maioria absoluta no Parlamento (beneficiando do método de atribuição de mandatos de Hondt), com 128 deputados (incluindo os 7 eleitos pelo PSD na Madeira e Açores) – aproveitando uma dinâmica de mudança, potenciada pela coligação, que proporcionou um avanço do domínio da direita de Norte para Sul.
O PS – penalizado pelos erros da sua governação e das contradições das suas políticas – sofria uma importante queda eleitoral, para apenas 27 %, com 74 mandatos.
Por seu lado, a APU – Aliança Povo Unido, coligação entre o PCP e o MDP/CDE, conseguiria subir a sua votação, aproximando-se dos 19 %, elegendo 47 deputados. A UDP continuava a manter um deputado na Assembleia da República.
Estas eleições ficariam também marcadas por uma ainda excepcional afluência às urnas (cerca de 83 %), passada a fase de maior entusiasmo pós-revolução, num momento crucial para a consolidação da democracia no país.
Preparando a formação de um Governo com um horizonte temporal limitado a cerca de 9 meses, Sá Carneiro definia como prioridades o controlo da inflação e do desemprego, a par do favorecimento do investimento privado, sem contudo pretender colocar em causa as nacionalizações.
AD – 2.554.458 (42,52%) – 121 deputados
PS – 1.642.136 (27,33%) – 74 deputados
APU – 1.129.322 (18,80%) – 47 deputados
PSD – 141.227 (2,35%) – 7 deputados
UDP – 130.842 (2,18%) – 1 deputado
PDC – 72.514 (1,21%)
PCTP/MRPP – 53.268 (0,89%)
UEDS – 43.325 (0,72%)
PSR – 36.978 (0,62%)
CDS – 23.523 (0,39%)
POUS – 12.713 (0,21%)
OCMLP – 3.433 (0,06%)
Inscritos – 7.249.346
Votantes – 6.007.453 – 82,87%
Abstenções – 1.241.893 – 17,13%
Fonte: CNE
(também publicado no blogue “Eleições 2009“, do Público)





