Declaração de voto
25 Setembro, 2009 at 6:12 pm Deixe um comentário
Não sendo este um espaço de cariz eminentemente político (longe disso!), não é contudo apolítico.
Desde a criação deste blogue, há mais de 6 anos, aqui tenho deixado expressas as minhas ideias, convicções e opções. Faço-o agora uma vez mais.
Escrevi hoje, em resenha a propósito das eleições de 2005, sobre uma “campanha (pouco) alegre”, naturalmente pouco clarificadora e do crescente desencanto generalizado perante a “política” e os políticos.
A campanha eleitoral para as eleições de Domingo – sistematicamente pela negativa, repleta de casos e questiúnculas – terá contribuído, infelizmente, para um acentuar de tal desencanto. Em consequência, uma significativa taxa de abstenção, a par de um forte crescendo de votos nulos e brancos, são mais que esperados.
Ao longo dos seus cerca de 4 anos e meio de mandato, nunca antes um Governo (e, em especial, o seu Primeiro-Ministro) tinha sido – na era da Democracia – alvo de tanto escrutínio, de tanta acrimónia, de tanta difamação, de tantos ataques ao carácter de uma pessoa.
Justos ou injustos – talvez (provavelmente…) nunca o venhamos a saber cabalmente -, a verdade é que foi confrangedora a incapacidade da oposição, e em especial, de quem mais responsabilidades tinha, o PSD e a sua liderança, em apresentar alternativas, opções, muito menos um leve sinal de qualquer rumo estratégico, que não o mero desfazer em tudo o que de bom ou menos bom fora feito.
Perante esta conjuntura, é difícil compreender a inépcia da oposição em – como tudo parece indiciar – ser capaz de vencer estas eleições.
Entre o conhecido – com os seus defeitos e virtudes, com inegáveis resultados práticos, mensuráveis, “para o bem e para o mal” – e o desconhecido, não poderia nunca, muito menos nas actuais circunstâncias, optar por uma aposta no (neste) desconhecido.
Depois de ter votado MEP nas eleições europeias (e, já agora, Manuel Alegre, nas presidenciais) – e não obstante considerar que o MEP é composto por pessoas com muito valor e que merece a oportunidade de se fazer representar no Parlamento, de dispor de uma voz que possa trazer algo de novo à (forma de estar na) política portuguesa -, porque o que está em causa nestas eleições é muito importante, de forma a proporcionar a formação de um Governo que possa exercer o seu mandato com um mínimo de estabilidade, e de evitar a ingovernabilidade que faria com que Portugal ficasse em suspenso até novas eleições, o meu voto no Domingo é no PS.
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