Posts tagged ‘Ciclismo’

Rui Costa vence etapa no “Tour de France” pela segunda vez

O ciclista português Rui Costa, de 26 anos (recente vencedor da Volta à Suíça, prova que tinha já conquistado também em 2012), ao serviço da equipa Movistar, obteve hoje em Gap – na quinta participação no Tour de France”- a sua segunda vitória em etapas, na mais importante prova velocipédica do mundo.

Aumenta assim para 11 o número de vitórias individuais de ciclistas portugueses em etapas da competição, depois dos triunfos de Joaquim Agostinho (4, duas das quais em 1969, e uma nas edições de 1973 e 1979, esta no mítico Alpe d’Huez – no ano de 1977 venceu também uma outra etapa, mas seria posteriormente desclassificado), Acácio da Silva (3, em 1987, 1988 e 1989 – ano em que envergou a camisola amarela da prova), Paulo Ferreira (1, em 1984) e Sérgio Paulinho (1, em 2010) – tendo também José Azevedo participado em 2 vitórias em contra-relógios por equipas (em 2004, pela US Postal, e em 2005, pela Discovery Channel).

(foto via)

Na etapa de hoje, entre Vaison-la-Romaine e Gap, na distância de 168 km, depois de uma primeira tentativa de fuga, logo ao km 3, neutralizada aos 30 km, o ciclista português culminaria da melhor forma uma outra longa fuga, de cerca de 130 km, integrando um alargado lote de 26 ciclistas, conseguindo, já na parte final da etapa, na subida de uma contagem de montanha de 2.ª categoria (de 10 km de extensão), destacar-se dos seus companheiros de escapada, controlando depois a vantagem na rápida descida de 10 km até Gap, vencendo, com mais de 11 minutos de vantagem sobre o pelotão, que chegaria à meta separado em diversos pequenos grupos.

16 Julho, 2013 at 3:54 pm Deixe um comentário

Histórias do “Tour”

Um excelente dossier do Público, assinado por Ana Marques Gonçalves, com curiosas histórias sobre o “Tour de France”, a propósito da sua centésima edição:

A ver, também, esta magnífica página especial do L’Équipe, dedicada aos contra-relogistas.

8 Julho, 2013 at 3:45 pm Deixe um comentário

100.ª edição do “Tour de France”

29 Junho, 2013 at 8:00 pm Deixe um comentário

Rui Costa vence Volta a Suíça em bicicleta

Rui Costa - Volta Suiça 2013

(foto via Record)

O ciclista português Rui Costa, de 26 anos, sagrou-se hoje vencedor, pelo segundo ano consecutivo, da Volta a Suíça em bicicleta, após ter vencido o contra-relógio final da prova, triunfo que soma ao obtido igualmente na antepenúltima etapa. Foi a seguinte a classificação geral final da prova:

1.º Rui Costa (Portugal) – Movistar – 31:08.11
2.º Bauke Mollema (Holanda) – Blanco – a 1.02
3.º Roman Kreuziger (R. Checa) – Saxo-Tinkoff – a 1.10
4.º Thibaut Pinot (França) – FDJ – a 1.26
5.º Mathias Frank (Suíça) – BMC – a 1.43
6.º Tanel Kangert (Estónia) – Astana – a 1.51
7.º Tejay van Garderen (EUA) – BMC – a 2.23
8.º Daniel Martin (Irlanda) – Garmin-Sharp – a 2.42
9.º Simon Spilak (Eslovénia) – Katusha – a 2.42
10.º Cameron Meyer (Austrália) – Orica-GreenEdge – a 3.44

16 Junho, 2013 at 8:32 pm Deixe um comentário

A confissão de Lance Armstrong




«Tomou substâncias proibidas para melhorar o seu rendimento desportivo? Uma dessas substâncias proibidas era a EPO? Recorreu a transfusões sanguíneas para melhorar o seu rendimento desportivo? Utilizou outras substâncias proibidas como a testosterona, cortizona ou hormonas de crescimento? Nas sete vezes em que venceu a Volta à França utilizou substâncias dopantes? A todas estas perguntas, Lance Armstrong respondeu “sim” na entrevista que concedeu em Austin, Texas, a Oprah Winfrey, e transmitida nesta sexta-feira em horário nobre da televisão nos Estados Unidos.»

(Público)

Mais aqui:

Sem pretender, de todo, branquear o comportamento de Lance Armstrong – perante quem, não obstante nunca ter sido o meu “favorito”, me curvava e aplaudia as suas extraordinárias façanhas, pelo que muito me decepciona esta confirmação da verdade, ou antes, da grande mentira que foi a sua mítica história de vida -, tenho de reconhecer que esta foi uma atitude de grande coragem (depois de anos e anos de negação), e, infelizmente, confirmar também que Armstrong fazia parte de um sistema alargado, porventura generalizado (conforme refere nesta entrevista, «não inventei o doping, mas também não fiz nada para acabar com ele»…), que, inapelavelmente, lança a suspeita sobre todos os restantes vencedores do “Tour de France”, pelo menos nos últimos  trinta anos.

Recupero, a propósito, alguns artigos que aqui fui publicando, relacionados com o tema:

18 Janeiro, 2013 at 8:23 am Deixe um comentário

Lance Armstrong déchu de ses titres par l’UCI

Lance Armstrong n’est plus le septuple vainqueur du Tour de France. Le nom de l’ancien cycliste a été, une fois pour toute, rayé du palmarès de la Grande Boucle par l’Union cycliste internationale (UCI), qui a suivi le rapport cinglant de l’agence américaine antidopage (Usada) accusant le Texan de dopage systématique lors de sa carrière.

“Armstrong n’a pas sa place dans le cyclisme”, a ainsi déclaré le président de l’UCI, l’Irlandais Pat McQuaid, à l’occasion d’une conférence de presse organisée lundi à Genève. […]

L’UCI a annoncé qu’elle déciderait vendredi si les podiums du Tour de France de 1999 et 2005 seront réattribués. La tâche parait compliquée, et ressemble à un véritable casse-tête pour désigner vainqueur un coureur vierge de toute accusation de dopage… En 1999, le deuxième du Tour de France est le Suisse Alex Zülle. Impliqué dans l’affaire Festina l’année précédente, il avoue s’être dopé et sera suspendu sept mois. L’Allemand Jan Ullrich (deuxième en 2000, 2001 et 2003), l’Espagnol Joseba Beloki (deuxième en 2002) et l’Italien Ivan Basso (deuxième en 2005) ont tous été sanctionnés pour avoir été mêlés à l’affaire Puerto, vaste scandale de dopage mis au jour en 2006. Seul Andreas Klöden, deuxième en 2004, n’a jamais été pris par la patrouille même si plusieurs de ses coéquipiers l’ont accusé d’avoir procédé à des transfusions sanguines durant le Tour 2006 qu’il termine également à la deuxième place.

De son côté, Amaury sports Orgnaisation (ASO), propriétaire du Tour de France, a plaidé, par la voix de son directeur, Christian Prudhomme, pour laisser vide le palmarès des années Armstrong. “Ce que nous souhaitons, c’est qu’il n’y ait pas de vainqueur”, a-t-il déclaré.

(Le Monde)

22 Outubro, 2012 at 1:53 pm 1 comentário

O “caso Armstrong” e José Azevedo

Desde 2003, ano em que iniciei a publicação deste blogue, por várias vezes aqui tive a oportunidade de enaltecer as grandes proezas obtidas por Lance Armstrong, e, em particular, de vibrar intensa e orgulhosamente com os feitos do português José Azevedo:

  • 05.12.2003 – José Azevedo, o ciclista português com melhor palmarés depois do mítico Joaquim Agostinho (5º no “Giro de Itália” e 6º no “Tour de France”), acaba de ser contratado pela equipa norte-americana “US Postal”, que tem por “chefe-de-fila” Lance Armstrong, o penta-vencedor da maior prova mundial de ciclismo (“Tour”). Esta contratação insere-se no âmbito de uma estratégia da equipa de proporcionar a Armstrong a 6ª vitória consecutiva na prova, o que constituiria um “record” inédito, devendo Azevedo assumir o principal papel no apoio ao norte-americano, sendo esta selecção uma prova de confiança nas capacidades do português e uma inegável honra desportiva.
  • 03.07.2004 – Lance Armstrong tem perante si um (último?) grande desafio: o de, vencendo pela sexta vez consecutiva, se tornar no maior campeão de sempre.
  • 19.07.2004 – Porque, se Lance Armstrong – obviamente com grande mérito – se prepara para definitivamente entrar na “lenda do TOUR”, aproximando-se, dia a dia, de uma inédita 6ª vitória consecutiva, há que atribuir uma parcela dessa vitória à brilhante prestação do português. Quem teve a oportunidade de acompanhar a “épica” etapa de Sábado, com a chegada ao Plateau de Beille, não pode ter deixado de se entusiasmar com o trabalho de José Azevedo, abrindo caminho ao seu “chefe-de-fila” para uma extraordinária vitória, “destroçando” toda a concorrência (resta o italiano Ivan Basso como último obstáculo para Armstrong).
  • 21.07.2004 – Aproveitando a oportunidade, para destacar (mais uma vez) o magnífico desempenho de José Azevedo, hoje no “Tour de France”, em contra-relógio individual com o final no cume do Alpe d’Huez, “etapa-rainha” da maior prova de ciclismo do mundo. José Azevedo foi 4º classificado, logo após as maiores figuras do ciclismo mundial da actualidade: Lance Armstrong, Jan Ullrich, Andreas Kloden – uma proeza ao nível das realizadas por Joaquim Agostinho! – tendo ascendido ao 5º lugar da classificação geral. Brilhante!
  • 24.07.2004 – O norte-americano Lance Armstrong, alcançando a sua 6ª vitória consecutiva no “Tour de France” – maior prova de ciclismo do mundo – converte-se no maior campeão de sempre, superando as grandes “lendas” Eddy Merckx, Miguel Indurain, Bernard Hinault e Jacques Anquetil. Uma proeza histórica, porventura irrepetível. Desde 1999, ano após ano, mostrando sucessivamente ser o ciclista mais completo do pelotão, tornou-se praticamente imbatível em contra-relógios e muitas vezes vencedor de etapas de montanha (onde nunca denotou sintomas de que pudesse “fraquejar”), uma combinação perfeita para o sucesso. […] Por fim, o “nosso grande campeão”, José Azevedo. Uma prova magnífica, de esforço, trabalho, dedicação e glória. Não só deu todo o apoio que Armstrong necessitou para vencer esta prova – ganhando direito a “saborear” um pouco da magnífica proeza de Armstrong – , como conseguiu ainda marcar presença de destaque entre os melhores (com um magnífico 4º lugar no mítico Alpe d’Huez), finalizando num brilhante 5º lugar na classificação geral, imediatamente após Jan Ullrich. Uma proeza ao nível de Joaquim Agostinho; a melhor classificação de sempre de um português, desde o 3ºlugar de Agostinho de há 25 anos atrás. A propósito, leiam-se as palavras do Director da Equipa: “Le directeur sportif de l’US.Postal Johan Bruynel ne tarit pas d’éloges sur son équipe. Hincapie d’abord, Beltran ensuite, Landis hier qui a fournit un travail considérable pour Lance Armstrong, notamment ont contribué à son sixième sacre. Mais surtout Bruynel salue les performances de José Azevedo, le Portugais, omniprésent aux côtés du patron dans toutes les ascensions des Pyrénées et des Alpes, et par ailleurs cinquième au classement général. « S’il était leader dans une autre équipe, Azevedo aurait les moyens de jouer le podium” explique-t-il.”
  • 24.07.2005 – 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7! Nasce o mito Armstrong. Hoje, Lance Armstrong encerrou a sua carreira de ciclista com “chave de ouro”, conquistando a 7ª vitória consecutiva na Volta a França em Bicicleta, assim entrando na lenda do desporto. Imbatível desde 1999, Armstrong fez, neste seu “Tour de despedida”, uma prova confiante, serena, tranquila, convicto de que, mais uma vez, a vitória não lhe escaparia.
  • 01.07.2006 – Tem início hoje na “Capital da Europa”, Strasbourg, o “Tour de France“, este ano com a particularidade de o ciclista que envergará a camisola com o nº 1 ser o português José Azevedo, sucessor do “campioníssimo” Lance Armstrong (hepta-vencedor da prova – de 1999 a 2005 -, entretanto retirado da competição) como “chefe-de-fila” da equipa “Discovery Channel”.
  • 23.07.2006 – José Azevedo efectuou uma boa prova, embora sem deslumbrar, terminando no 19º lugar. Poderia ter feito melhor… ainda assim finalizaria como o melhor ciclista da Discovery, a equipa que, tendo ficado sem o hepta-vencedor Lance Armstrong, procura ainda o seu “herdeiro”.

Hoje, conhecido o relatório da USADA – United States Anti-Doping Agency sobre a investigação do caso Lance Armstrong, é impossível deixar de me colocar a interrogação sobre qual o envolvimento que terá tido José Azevedo no âmbito deste processo? Para reflexão, aqui transcrevo alguns excertos de tal relatório, relativamente ao ano de 2004, em que o ciclista português, não só obteve a sua melhor classificação no “Tour de France”, como foi preponderante na conquista da vitória na prova por parte do seu “chefe-de-fila” na equipa US Postal:

Floyd Landis reported that Ferrari attended the training camp in Puigcerdà to monitor the team members’ blood values and that Ferrari “administered EPO and testosterone as needed to ensure the team was ready for the Tour de France.” […]

By this time, the use of testosterone patches was quite prevalent on the U.S. Postal Service cycling team. Michele Ferrari and Johan Bruyneel both advised that testosterone patches could be used for short periods with little risk of detection.

Landis testified that, “[o]n or about July 12, 2004, blood was transfused into me and a few other members of the team,” including, Lance Armstrong and George Hincapie. […]

Floyd Landis also testified regarding a second transfusion received by Armstrong, Landis and other members of the team. Landis testified that this transfusion occurred on the team bus between the finish of a stage and the hotel and that the driver had pretended to have engine trouble and stopped on a mountain road for an hour so that the team could have blood infused.

George Hincapie confirms that, “[a]fter a stage during the 2004 Tour de France blood transfusions were given on the team bus to most of the riders on the team.” […]

The administration of EPO in small doses to stimulate the production of immature red blood cells known as reticulocytes in order to mask the transfusion was standard practice on the USPS/Discovery Channel Team as Tom Danielson has indicated.

P.S. Um retrato, tão triste, como fiel, do que foi o ciclismo de competição ao mais alto nível, desde 1996, é expresso neste quadro, com as ligações ao doping dos 3 primeiros classificados de cada edição do “Tour”. Arrepiante!

13 Outubro, 2012 at 2:11 pm 2 comentários

Caso Armstrong – Reasoned Decision of the United States Anti-Doping Agency

A USADA – United States Anti-Doping Agency colocou hoje online o processo de investigação do caso Lance Armstrong, com a informação enviada à UCI – União Ciclista Internacional, incluindo um relatório detalhado “Reasoned Decision of the United States Anti-Doping Agency on Disqualification and Ineligibility“, com um total de cerca de 200 páginas, de que transcrevo alguns excertos:

On August 24, 2012, the United States Anti-Doping Agency (USADA) announced it had imposed a sanction of lifetime ineligibility and disqualification of competitive results achieved since August 1, 1998, on United States athlete Lance Armstrong. Mr. Armstrong’s sanction was announced at that time by USADA because Mr. Armstrong had notified USADA that he was refusing to contest the evidence against him in a hearing before neutral arbitrators. […]

This Reasoned Decision includes a summary of the overwhelming evidence that demonstrates that Mr. Armstrong doped throughout the majority of his professional cycling career. Among the evidence in this case are the sworn statements of more than two dozen (24+) witnesses, including fifteen (15) professional cyclists, and a dozen (12) members of Armstrong’s cycling teams, including eleven (11) former teammates and his former soigneur (masseuse). […]

The most critical evidence assembled by USADA and discussed in this Reasoned Decision has come from Mr. Armstrong’s former teammates and former employees of the United States Postal Service (“U.S. Postal Service” or “USPS”) and Discovery Channel cycling teams who decided that it was the right thing to do for clean sport to come forward and provide evidence to USADA regarding what they knew. As a consequence of a number of courageous riders willingness to break the Code of Silence—the “omerta”—after being approached by USADA, by late May 2012 USADA concluded it had more than enough evidence to proceed with charges against former USPS and Discovery Channel Team Director Johan Bruyneel, former USPS and/or Discovery Channel doctors Pedro Celaya, Luis Garcia del Moral and Michele Ferrari and Team Trainer Jose “Pepe” Marti and against Mr. Armstrong.

USADA also reached out to Mr. Armstrong, communicating with four of his attorneys and giving Mr. Armstrong the opportunity to come in and sit down with USADA and cooperate with USADA’s investigation as had many of Mr. Armstrong’s teammates. Mr. Armstrong, however, refused to meet with USADA, setting in motion the sequence of events that led to USADA’s charges and ultimately to Mr. Armstrong’s sanction by USADA in accordance with the rules. […]

However, as demonstrated in this Reasoned Decision, the achievements of the USPS/Discovery Channel Pro Cycling Team, including those of Lance Armstrong as its leader, were accomplished through a massive team doping scheme, more extensive than any previously revealed in professional sports history. More than a dozen of Armstrong’s teammates, friends and former team employees confirm a fraudulent course of conduct that extended over a decade and leave no doubt that Mr. Armstrong’s career on the USPS/Discovery Channel Pro Cycling Team was fueled from start to finish by doping.

10 Outubro, 2012 at 9:59 pm 1 comentário

David Blanco vence pela 5ª vez a Volta a Portugal em bicicleta

O espanhol David Blanco, esta época ao serviço da equipa Efapel/Glassdrive, tornou-se hoje no ciclista com mais triunfos na Volta a Portugal em bicicleta, ao conquistar a sua quinta vitória – sucedendo a Ricardo Mestre, vencedor em 2011 -, assim suplantando o português Marco Chagas (4 edições conquistadas).

Na edição deste ano, a 74ª da história da prova, o ciclista galego distanciou os mais directos adversários, os portugueses Hugo Sabido (LA Alumínios/Antarte) e Rui Sousa (seu colega de equipa), que completaram o pódio da competição, respectivamente em 22 e 57 segundos.

No palmarés de vencedores, para além das 5 vitórias de David Blanco (2006, 2008, 2009, 2010 e 2012), e dos 4 triunfos de Marco Chagas (1982, 1983, 1985 e 1986), destacam-se ainda os seguintes ciclistas, com mais de uma edição conquistada: Alves Barbosa (1951, 1956 e 1958), Joaquim Agostinho (1970, 1971 e 1972), José Maria Nicolau (1931 e 1934), Alfredo Trindade (1932 e 1933), José Albuquerque (1938 e 1940), José Martins (1946 e 1947), Dias dos Santos (1949 e 1950), Ribeiro da Silva (1955 e 1957), Joaquim Gomes (1989 e 1993) e Orlando Rodrigues (1994 e 1995).

26 Agosto, 2012 at 8:27 pm Deixe um comentário

Cai o mito Armstrong? Ou o ciclismo?

Hepta-vencedor do “Tour de France”, de forma consecutiva, nos anos de 1999 a 2005, o ciclista estado-unidense Lance Armstrong, actualmente com 40 anos, declarou ontem abdicar da luta pela sua defesa, face às acusações de dopagem que enfrenta há cerca de dez anos, culminando com a recente acusação formal (no final de Junho) da Agência Antidopagem dos EUA (USADA), em função do que deverá ser desapossado de todos os títulos conquistados na Volta a França (resultados obtidos após o mês de Julho de 1998), sendo também banido da modalidade a título definitivo.

Não obstante manter a sua alegação de inocência, justificando a sua decisão com os efeitos que esta disputa teve sobre a sua família e actividade na sua Fundação (de luta contra o cancro), declarou: «There comes a point in every man’s life when he has to say, “Enough is enough.” For me, that time is now».

Numa modalidade que, ao longo do tempo, e, com crescente incidência nos anos mais recentes tem sido particularmente abalada por este flagelo (com sucessivas desclassificações de vencedores das mais importantes provas), parece cada vez mais evidente que não haverá, ao mais alto nível, absoluta inocência, sendo o fenómeno profundo e transversal.

Conforme já aqui referi por mais de uma vez, dada a particularidade intrínseca deste tipo de competição, requerendo rápidas recuperações de esforço (os ciclistas deparam-se, dia após dia, ao longo de 3 semanas, com longas e exigentes etapas), todo o pelotão recorre necessariamente a suplementos vitamínicos, que foram sendo alvo de gradual processo de sofisticação, visando escapar ao controlo, num contexto em que o ténue limiar entre a legalidade e a ilegalidade é constantemente testado. As principais agremiações/marcas rodearam-se de experimentadas equipas médicas, investigando e desenvolvendo substâncias sintéticas, doseadamente administradas, procurando a maximização do rendimento competitivo dos seus atletas, a par de uma complexa gestão dos limites: em geral, as substâncias proibidas tornam-se efectivamente ilícitas em termos das regras desportivas quando excedem determinados níveis fixados em regulamento.

Com este orwelliano reescrever da história, em que as classificações das provas são alteradas vários anos após a sua realização, é o ciclismo que perde toda a sua credibilidade, o que se tem vindo também a generalizar a outras modalidades desportivas de alta competição, como o atletismo ou a natação (com as assombrosas marcas a que vimos assistindo).

Como combater este flagelo, que desvirtua a verdade desportiva, quase obrigando a que o doping seja prática de adopção comum para que os principais competidores se defrontem em condições equitativas? Qual o caminho a seguir quando tantos dos grandes campeões – quais “heróis” populares -, parecem denotar ser afinal ídolos de “pés de barro”?

Para termos uma ideia mais concreta de tal descredibilização, recupero de seguida um exercício (artigo publicado na Slate.fr, da autoria de Johan Hufnagel) do que poderá ser o “refazer” das classificações do “Tour de France” nos últimos anos, excluindo as diversas situações de ciclistas que enfrentaram casos relativos a processos de doping ou sobre os quais recaem suspeitas… com a curiosidade de, nos anos de 2002 e 2004, o hipotético vencedor “corrigido” passar a ser o português José Azevedo (respectivamente 6º e 5º na classificação final dessas duas edições)!

P. S. Um outro exercício de “reescrita” da história a nível das classificações do “Tour”, naturalmente não isento de controvérsia, é proposto aqui, por François Thomazeu, em artigo publicado em blogue no “Le Monde”.

24 Agosto, 2012 at 11:57 am 2 comentários

Older Posts Newer Posts


Autor – Contacto

Destaques


Literatura de Viagens e os Descobrimentos Tomar - História e Actualidade
União de Tomar - Recolha de dados históricosSporting de Tomar - Recolha de dados históricos

Calendário

Dezembro 2025
S T Q Q S S D
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
293031  

Arquivos

Pulsar dos Diários Virtuais

O Pulsar dos Diários Virtuais em Portugal

O que é a memória?

Memória - TagCloud

Jogos Olímpicos

Categorias

Notas importantes

1. Este “blogue" tem por objectivo prioritário a divulgação do que de melhor vai acontecendo em Portugal e no mundo, compreendendo nomeadamente a apresentação de algumas imagens, textos, compilações / resumos com origem ou preparados com base em diversas fontes, em particular páginas na Internet e motores de busca, publicações literárias ou de órgãos de comunicação social, que nem sempre será viável citar ou referenciar.

Convicto da compreensão da inexistência de intenção de prejudicar terceiros, não obstante, agradeço antecipadamente a qualquer entidade que se sinta lesada pela apresentação de algum conteúdo o favor de me contactar via e-mail (ver no topo desta coluna), na sequência do que procederei à sua imediata remoção.

2. Os comentários expressos neste "blogue" vinculam exclusivamente os seus autores, não reflectindo necessariamente a opinião nem a concordância face aos mesmos do autor deste "blogue", pelo que publicamente aqui declino qualquer responsabilidade sobre o respectivo conteúdo.

Reservo-me também o direito de eliminar comentários que possa considerar difamatórios, ofensivos, caluniosos ou prejudiciais a terceiros; textos de carácter promocional poderão ser também excluídos.