Archive for 28 Junho, 2021
EURO 2020 – 1/8 de final – França – Suíça

3-3 (4-5 g.p.)
Hugo Lloris, Raphaël Varane, Clément Lenglet (45m – Kingsley Coman) (111m – Marcus Thuram), Presnel Kimpembe, Benjamin Pavard, Paul Pogba, N’Golo Kanté, Adrien Rabiot, Antoine Griezmann (88m – Moussa Sissoko), Karim Benzema (94m – Olivier Giroud) e Kylian Mbappé
Yann Sommer, Nico Elvedi, Manuel Akanji, Ricardo Rodríguez (87m – Admir Mehmedi), Silvan Widmer (73m – Kevin Mbabu), Remo Freuler, Granit Xhaka, Steven Zuber (79m – Christian Fassnacht), Xherdan Shaqiri (73m – Mario Gavranović), Haris Seferović (97m – Fabian Schär) e Breel Embolo (79m – Ruben Vargas)
0-1 – Haris Seferović – 15m
1-1 – Karim Benzema – 57m
2-1 – Karim Benzema – 59m
3-1 – Paul Pogba – 75m
3-2 – Haris Seferović – 81m
3-3 – Mario Gavranović – 90m
0-1 – Mario Gavranović
1-1 – Paul Pogba
1-2 – Fabian Schär
2-2 – Olivier Giroud
2-3 – Manuel Akanji
3-3 – Marcus Thuram
3-4 – Ruben Vargas
4-4 – Presnel Kimpembe
4-5 – Admir Mehmedi
Kylian Mbappé permitiu a defesa a Yann Sommer
“Melhor em campo” – Granit Xhaka
Amarelos – Raphaël Varane (30m), Kingsley Coman (88m) e Benjamin Pavard (91m); Nico Elvedi (32m), Ricardo Rodríguez (62m), Granit Xhaka (76m) e Manuel Akanji (108m)
Árbitro – Fernando Andres Rapallini (Argentina)
Arena Națională – Bucareste (20h00)
Num mesmo dia, em dois jogos do “EURO”, depois de um 3-3 (nos 90 minutos), outro 3-3!
A França entrou mal no jogo, espartilhada pela organização suíça e as coisas piorariam bastante quando, à passagem do quarto de hora inicial, o avançado benfiquista inaugurou o marcador.
O que se viu, durante largos minutos, foi uma selecção francesa refém de vários equívocos tácticos, incapaz de ripostar. Este estado de coisas prolongou-se mesmo pelo segundo tempo, até chegar um momento que parecia ter sido crucial, por volta dos 55 minutos: a possibilidade de a Suíça ampliar a vantagem para 2-0, mercê de uma grande penalidade assinalada a seu favor… mas que Ricardo Rodríguez desaproveitaria, permitindo a defesa a Lloris.
Os helvéticos passaram então por um período de desconcentração, que evoluiu mesmo para fase de desnorte, tendo consentido – em dois rápidos lances de contra-ofensiva, com um intervalo de apenas dois minutos – dois golos à França, apontados ambos por Benzema, o primeiro deles com um admirável gesto técnico a dois tempos, primeiro na recepção da bola (que tinha ficado “para trás”), a ir “recuperá-la”, e, de imediato, um toque subtil a desviá-la do alcance do guarda-redes suíço.
Sem “saber bem como” a França tinha passado para a “mó de cima”, acabando por não surpreender, então, o terceiro tento, numa outra excelente execução de Pogba.
Muito surpreendente acabaria por ser, então, a reacção suíça, a emular a resposta dada pela Croácia frente à Espanha no jogo da tarde. Quando Seferović bisou, reduzindo para 2-3, já dentro dos dez minutos finais, a recordação bem viva do embate de três horas antes assomou ao espírito de todos os intervenientes: os suíços acreditando que seria ainda possível evitar a derrota; os franceses entrando como que numa espécie de “pânico”, tolhidos pelo receio. E o 3-3 acabaria mesmo por surgir, já em tempo de compensação!
No prolongamento, as duas equipas mostraram-se exaustas, tanto em termos físicos como a nível mental, pelo que faltou discernimento para conseguir decidir a eliminatória, mesmo que não se possa dizer que tenha havido, de parte a parte, qualquer estratégia deliberadamente defensiva, apostando no desempate da marca de grande penalidade.
Mas tal acabou por se revelar uma inevitabilidade. Aí, os suíços, mais confiantes – perante um Campeão do Mundo assolado pelo “fantasma” do prematuro regresso a casa -, e apostando em quatro homens mais frescos, fizeram o pleno, marcando nas suas cinco tentativas. Os franceses ainda adiaram o destino até ao limite, para acabar por ser a sua estrela maior a ficar como “réu” de derrota, ao possibilitar a defesa decisiva a Yann Sommer.
De forma absolutamente inédita no historial da competição, ficam afastados – logo nos 1/8 de final – o Campeão da Europa em título (Portugal) e o vice-campeão europeu (França), assim como o Campeão mundial (a mesma França) e o vice-campeão do Mundo (Croácia).
Um dia alucinante, que ficará para a história dos “Europeus”!
EURO 2020 – 1/8 de final – Croácia – Espanha

3-3 (3-5 a.p.)
Dominik Livaković, Josip Juranović (73m – Josip Brekalo), Domagoj Vida, Duje Ćaleta-Car, Joško Gvardiol, Luka Modrić (114m – Luka Ivanušec), Marcelo Brozović, Mateo Kovačić (79m – Ante Budimir), Nikola Vlašić (79m – Mario Pašalić), Ante Rebić (67m – Mislav Oršić) e Bruno Petković (45m – Andrej Kramarić)
Unai Simón, César Azpilicueta, Eric García (71m – Pau Torres), Aymeric Laporte, José Gayà (77m – Jordi Alba), Jorge Merodio “Koke” (77m – Fabián Ruiz), Sergio Busquets (101m – Rodrigo “Rodri” Hernández), Pedro “Pedri” González, Ferran Torres (88m – Mikel Oyarzabal), Pablo Sarabia (71m – Dani Olmo) e Álvaro Morata
1-0 – Pedro “Pedri” González (p.b.) – 20m
1-1 – Pablo Sarabia – 38m
1-2 – César Azpilicueta – 57m
1-3 – Ferran Torres – 77m
2-3 – Mislav Oršić – 85m
3-3 – Mario Pašalić – 90m
3-4 – Álvaro Morata – 100m
3-5 – Mikel Oyarzabal – 103m
“Melhor em campo” – Sergio Busquets
Amarelos – Marcelo Brozović (73m) e Duje Ćaleta-Car (84m)
Árbitro – Cüneyt Çakır (Turquia)
Telia Parken – Copenhaga (17h00)
Um jogo fantástico, que teve “de tudo”: para começar um atraso disparatado do entusiasmante Pedri (próximo da linha de meio-campo, mas de costas para o meio-campo croata, a cerca de 40 metros da sua baliza, com a bola algo saltitante, tendo Unai Simón tentado uma intercepção desastrada, mais não fazendo que confirmar o caminho da bola para a linha fatal); depois, uma excelente reacção da Espanha, a chegar ao 3-1, a menos de um quarto de hora final, o que terá levado “toda a gente” a pensar que a questão estava arrumada; mas, nos cinco derradeiros minutos, aproveitando alguma desestruturação provocada pelas alterações efectuadas por Luis Enrique, a Croácia a conseguir sensacional recuperação. Por fim, no prolongamento – e após o guardião espanhol se ter redimido da sua falha, com uma notável intervenção, a impedir o 4-3 a favor da formação croata -, a Espanha a sentenciar, agora sim, o desfecho da eliminatória, com dois golos em apenas três minutos!
De “cortar a respiração”… Os espanhóis apanharam um susto, mas, marcando cinco golos pela segunda vez consecutiva – uma estreia em fases finais dos “Europeus” – dão sinal de estar preparados para os próximos grandes desafios que se antevêem.