Archive for 6 Julho, 2016
EURO 2016 – 1/2 Finais – Portugal – P. Gales

2-0
Rui Patrício, Cédric Soares, Bruno Alves, José Fonte, Raphaël Guerreiro, Danilo Pereira, João Mário, Renato Sanches (74m – André Gomes), Adrien Silva (79m – João Moutinho), Nani (86m – Ricardo Quaresma) e Cristiano Ronaldo
Wayne Hennessey, James Chester, James Collins (66m – Jonathan Williams), Ashley Williams, Chris Gunter, Joe Allen, Joe Ledley (58m – Sam Vokes), Andy King, Neil Taylor, Hal Robson-Kanu (63m – Simon Church) e Gareth Bale
1-0 – Cristiano Ronaldo – 50m
2-0 – Nani – 53m
“Melhor em campo” – Cristiano Ronaldo
Amarelos – Bruno Alves (71m) e Cristiano Ronaldo (72m); Joe Allen (8m), James Chester (62m) e Gareth Bale (88m)
Árbitro – Jonas Eriksson (Suécia)
Stade de Lyon – Lyon (20h00)
Estamos na Final!
Enfim, ao sexto jogo do Europeu, a vitória nos noventa minutos. Justa, cristalina, incontestável.
Portugal entrava em campo – pela primeira vez no seu historial, na 7.ª presença em meias-finais de grandes competições a nível internacional (5.ª em fases finais de Campeonatos da Europa) – como favorito, frente a um “estreante” nestas andanças, País de Gales.
Pese embora privada de Pepe (ausente por lesão, substituído por Bruno Alves, curiosamente o único jogador de campo que ainda não se estreara na prova) e de William Carvalho, a cumprir suspensão disciplinar (rendido por Danilo), a selecção nacional assumiria, desde o primeiro minuto, tal condição, lançando-se desenfreadamente sobre o meio-campo contrário, mas com um ritmo e dinâmica demasiado impulsivos, falhos da necessária organização.
Após um quarto de hora inicial de grandes “correrias”, mas completamente ineficaz (nem um único remate enquadrado com a baliza, para amostra) – tendo entretanto os portugueses reclamado mais uma grande penalidade, por “gravata” de um defesa galês sobre Ronaldo, a terceira não sancionada, em outros tantos jogos -, seria inevitável um abaixamento da intensidade do jogo, o que, de imediato seria aproveitado pelos galeses, para, sem alardes, em lances de grande pragmatismo, se acercarem da área portuguesa e criarem perigo, com três remates num período de menos de dez minutos.
Com o avançar do tempo, as equipas pareciam ir encaixando cada vez mais uma na outra, anulando-se mutuamente; ao intervalo – e não obstante Portugal ter criado o lance de maior perigo no derradeiro minuto, com Cristiano Ronaldo a cabecear sobre a trave, após centro de Adrien -, computava-se um único remate à baliza, e, curiosamente, a favor de Gales.
Os portugueses sofriam e começavam a impacientar-se, recordando os jogos com Islândia e Áustria, na fase de grupos, quando, logo ao quinto minuto do segundo período, Portugal conseguiu enfim “desatar o nó”: na conversão de mais um canto, João Mário colocaria a bola, com um passe curto, em Raphaël Guerreiro, o qual, com um centro perfeito para a zona de intervenção de Ronaldo, lhe proporcionou, com um sensacional impulso, voando acima dos centrais, cabecear de forma imparável para o fundo da baliza de Hennessey.
Estava feito o mais difícil: o golo que permitiria ao grupo português serenar, e passar a explanar de forma mais ordenada e consequente o seu futebol. A equipa nacional seria então feliz, na medida em que, apenas três minutos volvidos – ainda antes de a turma de Gales sequer pensar em esboçar qualquer tipo de reacção -, praticamente sentenciaria o desfecho desta meia-final.
Uma vez mais Ronaldo, ainda de fora da área, a tentar o remate, que, contudo, parecia sair fraco e denunciado, à figura do guardião contrário, quando Nani, liberto – aproveitando ainda uma simulação de Renato Sanches, a deixar passar a bola, sem lhe tocar -, a desviou subtilmente, ampliando a vantagem lusa para 2-0.
Não obstante faltassem ainda cerca de 40 minutos por jogar, desde logo se anteviu que o ascendente motivacional português seria determinante até final do desafio, não permitindo ao opositor qualquer veleidade.
De forma rápida, o País de Gales esgotou as três substituições, alterando o seu sistema táctico, o que abriria espaço para o contra-golpe português, que dispôs então de algumas oportunidades para dilatar a vantagem: logo aos 65 minutos, com Nani a obrigar o guarda-redes galês a defesa incompleta, tendo João Mário, na recarga, rematado ao lado do poste, desperdiçando o golo de forma incrível; apenas cinco minutos volvidos, na sequência de um canto, Fonte a rematar de cabeça, com boa intervenção de Hennessey; e aos 73 minutos, em mais um lance de contra-ataque, Renato Sanches, a rematar algo precipitadamente, ainda de fora da área, gorando-se a possibilidade de marcar.
O mesmo Renato seria então substituído, e, por alguns minutos, Portugal pareceu ter dificuldades em fazer os devidos ajustamentos tácticos (cinco minutos mais tarde seria Adrien a ceder também o seu lugar no meio-campo português), surgindo então a fase de maior perigo do País de Gales, a obrigar Rui Patrício a mostrar concentração, aos 77 e 80 minutos.
No entretanto, Danilo, a surgir isolado frente ao guardião contrário, poderia ter também colocado o marcador em 3-0, o que, a concretizar-se, teria dado sequência lógica à tendência do jogo, sempre com Portugal mais perto do terceiro tento, do que o País de Gales de reduzir a desvantagem. Finalmente, já a quatro minutos do termo da partida, Ronaldo, perdendo o ângulo, acabaria por rematar à malha lateral da baliza galesa.
As estatísticas do jogo constituem apenas mais um indicador da clara superioridade manifestada pela turma portuguesa nesta partida, perante um brioso e digno grupo galês: 17-9 em remates; 6-3 em remates à baliza; 6-2 em cantos; pese embora uns ilusórios 46-54% em posse de bola.
Fazendo história, pela segunda vez a selecção de Portugal atinge a Final do Campeonato da Europa de Futebol, uma nova oportunidade, a não desperdiçar, de se poder sagrar Campeã!