Mundial 2014 – Alemanha – Portugal

16 Junho, 2014 at 5:54 pm Deixe um comentário

Alemanha Portugal 4-0

Alemanha Manuel Neuer; Jérôme Boateng, Benedikt Höwedes, Mats Hummels (73m – Shkodran Mustafi) e Per Mertesacker; Philipp Lahm, Sami Khedira e Toni Kroos; Thomas Müller (82m – Lukas Podolski), Mario Götze e Mesut Özil (62m – Andre Schürrle)

Portugal Rui Patrício; João Pereira, Fábio Coentrão (65m – André Almeida), Pepe e Bruno Alves; Miguel Veloso (45m – Ricardo Costa), João Moutinho e Raul Meireles; Nani, Cristiano Ronaldo e Hugo Almeida (28m – Éder)

1-0 – Thomas Müller (pen.) – 12m
2-0 – Mats Hummels – 32m
3-0 – Thomas Müller – 45m
4-0 – Thomas Müller – 78m

Num jogo – de abertura da fase final de uma competição como o Campeonato do Mundo – em que se sofre uma tão pesada derrota, e em que a equipa se vê privada de quatro dos seus elementos para a partida seguinte (Pepe, por expulsão; Rui Patrício, Fábio Coentrão e Hugo Almeida, por lesão), é tarefa muito difícil encontrar algo de positivo, sendo a natural tendência a de colocar o enfoque nos aspectos negativos.

A verdade é que este foi um jogo atípico, em que, não obstante, como tantas vezes sucede, o marcador se começa a avolumar, atingindo foros de goleada, que poderia – caso a Alemanha não tivesse notoriamente desacelerado no segundo tempo – ter atingido números ainda mais desastrosos.

A selecção portuguesa não entrou bem no encontro, deixando que a equipa alemã assumisse, logo desde os primeiros minutos, a iniciativa do jogo; nessa fase, uma primeira investida da equipa de Portugal, aos cinco minutos, teria como desfecho um tímido remate de Hugo Almeida, à figura de Manuel Neuer, um autêntico passe ao guarda-redes.

Apenas com dez minutos de jogo, num lance na área portuguesa, João Pereira, com uma abordagem algo ingénua, tocando em Mario Götze, o qual aproveitaria para forçar a grande penalidade, que o árbitro, com um critério apertado, concedeu. Estava feito o primeiro golo, a proporcionar o reforço da confiança alemã, na mesma proporção em que aumentava a “dúvida” e intranquilidade dos portugueses.

As coisas tinham já começado a correr mal, quando, apenas com 27 minutos de jogo, Hugo Almeida se lesionou, tendo de abandonar o desafio. E, somente cinco minutos volvidos – e na sequência de um pontapé de canto, após uma providencial intercepção de João Pereira, desviando pela linha de fundo a bola rematada por Mario Götze, que levava “selo de golo” -, Mats Hummels surgiria desmarcado na área, a cabecear sem apelo para o segundo golo germânico.

O minuto 36 registaria uma das poucas oportunidades da selecção nacional, todavia desaproveitada por Éder. Para, no minuto imediato, depois de um contacto entre Pepe e Thomas Müller, o jogador alemão – ignorando o conceito de “fair-play” – fazer uma simulação de agressão, contorcendo-se no chão (atitude que lhe poderia ter valido um cartão amarelo), de que o português iria “tirar satisfações”, encostando a cabeça ao adversário, o que levou o árbitro, uma vez mais rigoroso, a exibir-lhe o cartão vermelho. Foi o momento crucial do encontro.

Se já era muito complexa a tarefa da equipa portuguesa, a partir desse momento, tornou-se absolutamente irrealista qualquer expectativa de recuperação, sendo, ao invés, de surpreender que o resultado não tivesse continuado a dilatar-se. Sem que Paulo Bento tivesse feito qualquer substituição – Raul Meireles recuaria para a posição de defesa central -, no imediato, a equipa portuguesa até conseguiu aparentar alguma serenidade (a possível nas circunstâncias), sem que os alemães a tivessem asfixiado. O terceiro golo, sofrido ao cair do pano do primeiro tempo, surgiu de mais uma desconcentração, não tendo Rui Patrício, que ainda tocou na bola, tido a felicidade de a conseguir desviar da baliza.

Saindo para o intervalo já com uma pesada desvantagem, de 0-3, poderia recear-se que a derrota viesse a assumir ainda contornos mais esmagadores. Não obstante, na segunda metade do jogo – e depois de a defesa ter sido de alguma forma reconstituída, com a entrada de Ricardo Costa para a zona central, ocupando o lugar de Pepe – a selecção portuguesa, mesmo em inferioridade numérica, beneficiando do abaixamento da intensidade do jogo alemão, resistiria mais de meia hora sem sofrer golos.

E o resultado só se tornaria efectivamente severo, com o “hat-trick” de  Thomas Müller, num lance incrível, com três falhas sucessivas na zona defensiva portuguesa – as duas primeiras, de forma inacreditável, sem que ninguém tivesse a frieza de despachar a bola da zona de perigo – sendo a terceira, menos censurável, a de Rui Patrício, que, numa defesa apertada, largou a bola para a sua frente, facilitando a acção do ponta-de-lança germânico, com a baliza à sua mercê.

Antes disso já Fábio Coentrão tinha saído também lesionado, e os portugueses tinham reclamado uma grande penalidade por nítido derrube a Nani, que o árbitro, agora, com um critério “mais largo”, não assinalou.

E, para ser verdadeiro – e embora tal nem se pudesse porventura legitimamente “exigir” – Portugal não teria grandes oportunidades de golo, com a principal ocasião a surgir já em tempo de compensação, com um potente e colocado remate de Cristiano Ronaldo, a que o concentrado Manuel Neuer respondeu da melhor forma, com uma tão atenta como eficaz defesa.

Voltando ao início: pouco há a dizer de bom sobre a exibição da equipa nacional; o resultado foi muito mau – o pior de sempre em fases finais de grandes competições -, mas terá de ser mitigado pelas condicionantes que estiveram na sua origem, principalmente por quase uma hora de inferioridade numérica.

Procurando fugir ao tradicional “8 e 80”, a selecção de Portugal é capaz de muito melhor, e deverá reagir à adversidade, em ordem a poder reverter esta “primeira má impressão”. Para já, as contas são relativamente fáceis de fazer: uma nova derrota, frente aos EUA, significaria automaticamente a eliminação; um empate reduziria drasticamente as possibilidades de apuramento, dado o saldo muito negativo de golos; duas vitórias, contra os estado-unidenses e o Gana, deverão proporcionar o seguir em frente, para os 1/8 Final.

Cartão amarelo – João Pereira (11m)

Cartão vermelho – Pepe (37m)

Árbitro – Milorad Mazic (Sérvia)

Arena Fonte Nova – Salvador (17h00)

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