Archive for 28 Junho, 2013

2005 – O pulsar dos Diários Virtuais em Portugal

MVR-10

O PULSAR DOS DIÁRIOS VIRTUAIS EM PORTUGAL

O texto apresentado na presente página corresponde à comunicação que apresentei no II Encontro de Weblogs, na Universidade da Beira Interior, em 15.10.2005, procurando sintetizar as origens da blogosfera e início da sua expansão em Portugal, desde 1999/2000 até meados de 2005.

Pode também consultar as retrospectivas anuais que tenho vindo a preparar sobre alguns dos aspectos mais em destaque na blogosfera portuguesa, nas páginas indicadas de seguida:

1. Blogosfera em 2003
2. Blogosfera em 2004
3. Blogosfera em 2005
4. Blogosfera em 2006
5. Blogosfera em 2007
6. Blogosfera em 2008
7. Blogosfera em 2009

RESUMO

Tal como na génese dos blogues a nível mundial (a partir de 1996/1997), também o seu advento em Portugal, nos anos de 1999/2000, terá presumivelmente tido origem no seio de pessoas associadas ao meio informático e, numa fase imediata (a partir de 2001), profissionais da comunicação.

Apenas no final de 2002 / início de 2003, com o aparecimento dos primeiros blogues assumindo ambos os pólos da tradicional dicotomia política direita-esquerda (inicialmente “personificados” por “A Coluna Infame” e pelo “Blogue de Esquerda”), numa conjuntura de eminente intervenção militar estado-unidense no Iraque, a blogosfera portuguesa despertaria, fervilhando numa rápida explosão (culminando no virar do primeiro para o segundo semestre de 2003), num “espiral círculo virtuoso”, potenciado pela forte mediatização proporcionada pela adesão de José Pacheco Pereira ao fenómeno, com a criação (em Maio de 2003) do Abrupto, associada a numerosas referências nos “media” tradicionais e atraindo novas figuras para a blogosfera, entre os milhares de anónimos que a ela afluíam diariamente.

Neste período de cerca de 2 anos e meio, o pulsar dos diários virtuais em Portugal sempre foi bastante determinado pelo cruzamento entre a mediatização, que favoreceu a sua expansão, e a sua vertente política, assumindo peso predominante em termos dos principais “blogues de referência”, sem contudo retirar espaço a outros projectos, mais orientados para as áreas culturais ou de cariz humorístico ou irónico, de que são exemplos, nomeadamente, o Janela Indiscreta, o Blogue dos Marretas e o Gato Fedorento (com blogues “políticos” como o próprio Abrupto, Blogue de Esquerda e Dicionário do Diabo a não descurarem também uma vertente cultural).

Depois de, em 2003, se ter processado a definitiva afirmação dos blogues, 2004 seria o ano da consolidação da blogosfera portuguesa, que, continuando a manter a tendência de crescimento da oferta, enfrentou um período de estabilização de audiências, passado o período de maior instabilidade da conjuntura política, retomando novamente uma fase crescente por ocasião da campanha autárquica de 2005.

O futuro não deixará de ter como pano de fundo as múltiplas potencialidades que a ferramenta proporciona, com um progressivo alargamento do campo de intervenção, do texto à fotografia, passando pelo áudio e vídeo, com os blogues a tornarem-se cada vez mais multimédia.

1. INTRODUÇÃO

A simplicidade de criação, a autonomia (autor e editor fundindo-se num único indivíduo), funcionalidade e prontidão (“em tempo real”) de edição que possibilita, a potencial universalidade de destinatários, o espírito de pertença a uma comunidade que propiciam, a sua estrutura “hipertextual” (com sistemáticas referências a outras páginas), torna os blogues numa ferramenta de comunicação pessoal ímpar, um meio de expressão pessoal sem paralelo na história, vivendo-se um momento similar àqueles em que novas ferramentas de comunicação tiveram a sua génese, como o livro impresso, o jornal, o telefone, a rádio, a televisão, a própria Internet.

O seu carácter de publicação dinâmica (com frequentes actualizações), associado ao espírito comunitário que potencia – um “ponto de encontro diário” entre quem escreve e quem lê (agregando pessoas com interesses comuns) – será porventura o principal factor distintivo de outras páginas na Internet.

Os weblogs – contracção de web (“rede”) e log (“registo / diário de bordo”) – são páginas na Internet, de carácter diarístico, regularmente actualizadas, com ligações (links) a artigos noutras páginas da web, disponibilizando frequentemente a faculdade de comentários por parte dos leitores (abrindo uma janela para a socialização). Os textos (designados de “posts” ou “entradas”), geralmente de curta extensão, são datados, sendo comummente apresentados por ordem cronológica inversa, dos mais recentes para os mais antigos, assim sublinhando a importância do imediatismo, sendo normalmente mantidos em arquivo por data de publicação, de periodicidade semanal ou mensal.

(publicado originalmente entre 01.11.2005 e 30.11.2005 – o texto integral pode ser lido aqui, estando também disponíveis para consulta as resenhas anuais sobre a blogosfera, dos anos de 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009)

28 Junho, 2013 at 9:00 pm Deixe um comentário

2005 – À conversa com Paul Auster

MVR-10

O resumo que a partir de agora aqui irei apresentando sobre a “conversa de Paul Auster” com os seus leitores portugueses baseia-se em breves notas que – “ao correr da pena” e de forma necessariamente sintética e abreviada – fui tomando ao longo dessa “conversa” de cerca de 50 minutos, na passada sexta-feira, na Culturgest.

Aqui expresso portanto o meu antecipado pedido de desculpas pelas omissões ou incorrecções inerentes inclusivamente a uma “conversa” mantida em inglês.

Releve-se-me também esta “longa” introdução, antes de chegar à conversa em concreto, mas, constituindo esta uma ocasião única, procurarei conservá-la na minha memória, pretendendo fixar também aqui, por via destes escritos, alguns detalhes do que foi uma noite inesquecível. (Evidentemente, como facilmente se depreenderá, Auster é, “apenas”, o meu autor contemporâneo preferido – de que, neste espaço, tenho tratado repetidamente, com referência às suas diversas obras).

O ambiente era intimista, com três confortáveis sofás individuais, para o editor (Manuel Alberto Valente), para a escritora Luísa Costa Gomes (apresentada como um dos amigos portugueses do escritor, a par de Paulo Branco), que leu alguns excertos de “A Noite do Oráculo”, ocupando Paul Auster o lugar central, frente a uma sala repleta de público ávido de ouvir esta figura maior da literatura mundial; uma sala com excelentes condições, quer a nível de acústica, quer, inclusivamente, de luminosidade, contribuindo para o referido ambiente.

Um público que representará uma “imensa minoria” de portugueses que comungam do privilégio de partilhar o gosto pela escrita especial de Auster, com um carácter distintivo que o torna único; uma “imensa minoria” (a qual terá – infelizmente – de ser ainda, de alguma forma, considerada uma “elite”) que tem interesses que vão para além dos produtos de “consumo imediato” a que alguns pretendem resumir a oferta que nos é disponibilizada, essencialmente via televisão.

Após a meia hora inicial de leitura partilhada de “A Noite do Oráculo”, em inglês (pelo autor) e em português, Paul Auster começou por revelar o seu sentido de humor, ao dizer que, finda a leitura, não sabia exactamente o que era suposto ir passar-se de seguida, colocando-se naturalmente à disposição do público para as questões que lhe pretendesse formular.

E, num curtíssimo espaço, de cerca de vinte segundos, fez-se silêncio, até que alguém ousasse quebrar a natural barreira da inibição de estar em diálogo frente-a-frente com o admirado escritor.

A partir daí, vencida essa “barreira”, sucederam-se as perguntas, interessantes, pertinentes e inteligentes, que terão concerteza constituído motivo de particular gratificação para o editor português.

E, na sequência da parte inicial do encontro com o escritor, a propósito da leitura em voz alta, a primeira pergunta, abrindo da melhor forma a conversa, seria mesmo sobre a importância que a sonoridade da leitura terá sobre a forma de escrita; até que ponto, esse “teste” será importante para a fixação definitiva do texto.

Auster, visivelmente satisfeito com esta pergunta inicial, respondeu que tinha a sorte de ser casado com uma escritora (Siri Hustvedt) e confirmou a importância da sonoridade da leitura. Afirmou proceder regularmente, a cada 30 ou 40 páginas escritas, à leitura oral, para a mulher, de excertos das suas obras, de que resultariam revisões ao texto, na procura de lhe dar a melhor forma, não só escrita, mas também em termos de oralidade.

Ainda a propósito de ser casado com uma escritora, a pergunta seguinte foi a de se a personagem do seu livro seria uma continuação de uma personagem de uma obra da esposa.

Responderia taxativamente que não; os livros que escreve são, naturalmente, independentes dos escritos por Siri Hustvedt!…

Seguiu-se a referência à técnica peculiar de Auster, em cujas obras o protagonista vai contando a sua história e introduzindo outras histórias. Culminando em “A Noite do Oráculo”, em que, para além da história dentro da história, terá sentido a necessidade de recorrer a extensas notas de rodapé.

O escritor afirma não pensar que se trate de um novo estilo, a desenvolver, mas sim de uma consequência natural de esta sua última obra compreender várias histórias paralelas que vão nascendo e que se vão entrecruzando dentro do enredo principal.

A questão seguinte remeteu para um paradigma das obras de Auster: em todos os seus livros, em determinado momento da história, seja no início, a meio ou no final, os personagens acabam por “perder tudo”; até que ponto considera que a sorte é importante ou pode mesmo ser determinante na vida das pessoas.

Auster sintetizou dizendo que os seus livros mais não são do que uma metáfora do que todas as pessoas passam na vida: momentos bons; momentos menos bons, de perda, até desespero. As suas histórias são sobre a vida (“that’s what this is all about”)…

Foi de seguida questionado sobre se utiliza, na sua escrita, como método, uma técnica similar à da escrita de peças de teatro.

Refutaria, afirmando que já escreveu argumentos para cinema, mas nunca para teatro e que os romances têm uma técnica distinta.

A propósito: porque escreve tão frequentemente sobre a “escrita”?

Diz Auster: “É um tema! Também faz parte do mundo”… e, com algum humor e ironia, “o que conheço melhor” (aquele de que estará mais à vontade para falar). Aprecia-o a tal ponto, que o potenciou em “A Noite do Oráculo”, contando histórias dentro de histórias, dentro de histórias…

Retomando de alguma forma o tema inicial da oralidade da escrita, foi então questionado sobre a eventual perda que decorrerá para a escrita da necessidade de tradução.

Mais uma vez apreciando a questão, o escritor faria aqui talvez a maior “dissertação” da noite…

Começou por referir que vivemos num mundo global (“Ainda ontem estava em Nova Iorque; agora, poucas horas depois, aqui estou em Lisboa”), em que, naturalmente – e não obstante o predomínio do inglês como língua “comum” a nível internacional –, são necessárias traduções… e, portanto, tradutores.

Más traduções podem “matar uma obra”; inversamente, algumas (boas) traduções dão nova alma ou mesmo nova vida ao livro; podem chegar inclusivamente ao ponto de ser melhores que o original!…

É impossível replicar a 100 % um livro; cada língua é diferente, tem as suas especificidades próprias, os seus pontos de riqueza.

Daria mesmo o exemplo de uma obra de Dostoiewsky (“Crime e Castigo”) que leu quando tinha cerca de 15 anos, naturalmente não em russo, mas em inglês, numa tradução feita um século após a escrita do livro e que, não obstante poder não traduzir eventualmente de forma fiel o original, lhe proporcionou tal prazer na leitura que contribuiu decisivamente para o seu gosto pela escrita.

Rematou dizendo que “um livro não são só palavras, mas, principalmente, as emoções que pode transmitir”.

Questionado a propósito da Trilogia de Nova Iorque, confidenciaria que demorou cerca de 15 anos a escrever esta obra (entre 1970 e 1985), tendo começado a sua escrita numa época em que Nova Iorque era uma cidade verdadeiramente caótica.

Abrindo o coração à audiência, referiria o momento mais emocionante da sua vida como escritor quando, em 1992, encontrou um Bósnio, durante o cerco de Sarajevo, na guerra de secessão jugoslava, que se fazia acompanhar do livro.

Seguir-se-ia o momento mais divertido da noite, quando foi questionado sobre “onde se podem comprar em Portugal os agora célebres cadernos portugueses?”.

A resposta foi: “Se souberem, digam-me!…”.

Voltando a “A Noite do Oráculo”, e ao momento em que a personagem (Nick) se encerra – sem levar consigo as chaves… – num quarto que é uma espécie de abrigo antinuclear, com uma porta que se fecha automaticamente, sem possibilidade de fuga, é colocada a questão se Auster pretenderá escrever um novo livro, retomando a história nesse ponto.

Auster responde, de forma inequívoca, que não. E, novamente divertido, adianta que Nick ficará lá “preso para sempre”; não conseguirá sair de lá… “É um problema do Sidney (personagem do livro que escrevia, paralelamente, a história de Nick) e não meu!”. “Vamos lá deixá-lo sozinho”. “Eu seria capaz de dar uma continuação ao beco sem saída em que a história se transformou, mas o Sidney não tem essa capacidade”, concluiu com humor.

A propósito de uma personagem que lê Fernando Pessoa, é-lhe perguntado se leu Pessoa.

O escritor parece “acusar o toque” e responde que é claro que leu Pessoa, e já há muito tempo; senão, não o teria referido no livro… Conclui mesmo dizendo que o considera um dos mais estimulantes poetas que conhece.

A pergunta seguinte teve como “preâmbulo” um agradecimento, na medida em que, sendo a leitura (tal como a escrita…) um acto de solidão, os seus livros proporcionam maravilhosos momentos a quem tem o privilégio de os ler.

Auster agradece e responde com uma interrogação: “Porque continuamos a ler livros?”

E dá ele próprio a resposta: “A razão é porque um livro é a única “circunstância” em que “dois estranhos” (autor e leitor) se podem “encontrar” de uma forma completa, sem reservas”.

Cada leitor lê “um livro diferente”; trata-se de uma experiência muito pessoal; o escritor e o leitor “fazem” o livro em conjunto!

Questionado sobre como se sente a nível de poesia, responde que não escreve poesia há mais de 25 anos; “Só para a família!…”.

Seguiu-se então a pergunta sobre a sensação de estar prestes a finalizar um livro, ao que responderia que, ao escrever, está tão envolvido que não tem oportunidade de pensar: “Estou a acabar…”. E acrescenta que, eventualmente a par do “alívio” de concluir a obra, subsiste sempre uma sensação de algum “falhanço”, assim como a tristeza de dizer adeus a “pessoas” com quem, por vezes, “(con)viveu” anos!

Pegando no mote, foi-lhe então perguntado se não passa por situações de bloqueio, ao que confirmou que são frequentes os bloqueios e paragens (que podem ser prolongadas); mas que, quase sempre, acaba por haver uma retoma.

São momentos difíceis mas, com a experiência, vai-se aprendendo a ser mais paciente: “Hei-de conseguir encontrar uma saída para continuar a história…”.

Refere ainda que, no período de escrita, se isola, “corta com tudo”, nem vê o que o rodeia: “É por isso que não tenho quadros nas paredes!… Estou concentrado no que estou a escrever e não a olhar para as paredes…”.

Diversamente de todos os seus restantes livros, que têm como personagens pessoas, em Timbuktu escreve sobre um cão (ainda assim, de alguma forma “personificado”, como “Mr. Bones”).

Em resposta, Auster revela a génese desse livro como resultado do início da escrita do que seria outra obra; no final do primeiro capítulo, gostou de tal forma de “Mr. Bones” que decidiu escrever um livro diferente, contando a sua história.

A questão com mais conteúdo “político” da noite seria a de que diferenças vê entre Nova Iorque e a América.

Depois de uma breve referência a Bush, Auster pegaria no tema pela vertente de que cerca de 40 % dos habitantes de Nova Iorque são imigrantes, com culturas variadas e falando uma grande diversidade de línguas. Considera notável que nela confluam e coabitem / convivam de forma harmoniosa, sem grandes problemas sociais, cerca de 8 milhões de pessoas (quase tantas como em Portugal!…), de diferentes raças e grupos étnicos, culturas e religiões.

À pergunta sobre se os livros que escreve funcionam como “auto-análise”, responderia que não; são natural e necessariamente um produto / um resultado do que é como pessoa, das suas experiências e vivências, sem contudo serem auto-biográficos, nem constituindo nenhum género de “terapia”.

A noite aproximava-se do fim quando foi questionado se “vivia para trabalhar ou se trabalhava para viver”.

Retomaria uma velha ideia de que os americanos viveriam para trabalhar, enquanto que os europeus trabalhariam para viver, na qual diz não se rever. Em síntese, a escrita é (uma) parte (fundamental) da sua vida.

E, à questão final, sobre que diferenças encontrava entre a poesia e a prosa, reafirmando que não tem experiência de escrita poética, disse entender os poemas mais como fotografias, enquanto que os romances (“com a sua multiplicidade de vozes a falar em simultâneo”) seriam mais como filmes!…

(publicado originalmente entre 30.04.2005 e 02.05.2005)

28 Junho, 2013 at 7:00 pm Deixe um comentário

2004 – Jogos Olímpicos – Atenas

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Thessaloniki (Salónica)

Para quem teve oportunidade de acompanhar “in loco” os Jogos Olímpicos em Atenas, foi possível constatar um natural entusiasmo com as Olimpíadas – não no Torneio de Futebol, evidentemente… em que apenas a 1/2 final entre a Argentina e a Itália permitiu que o Estádio ficasse minimamente “composto” (com cerca de 30 000 espectadores); apesar de a Final ter ultrapassado os 40 000 espectadores, não chegou a alcançar uma ocupação de 2/3 do Estádio Olímpico.

E, todavia, o problema de “bilheteira” não foi exclusivo do futebol; durante a primeira semana dos Jogos, as audiências nos locais de provas eram fracas e só as provas de atletismo levaram os espectadores a afluir em massa ao renovado e bonito Estádio Olímpico.

Na minha deslocação à Grécia, tive oportunidade de visitar 4 das 5 “cidades olímpicas” (Atenas, Salónica, Heraklion e Patras – apenas não tendo visitado Volos); como já antes escrevi , nas cidades que albergaram o Torneio Olímpico de futebol, o “entusiasmo” pelo facto de poderem “viver” localmente os Jogos Olímpicos não foi muito significativo (apesar dos relativamente acessíveis preços dos bilhetes, entre 10 e 30 euros).

A sombra do “terrorismo” não deixou de se fazer sentir, com uma forte retracção de adeptos de países como os EUA e a Grã-Bretanha; seriam os italianos e brasileiros a assumir – a par dos gregos – a festa.

Porém, se na entrada para os recintos desportivos a segurança e controlo eram bastante “apertados”, já nos transportes se assistia a uma dualidade de situações de difícil compreensão: controlo absoluto (com detectores de metais) na estação de comboios de Salónica e na estação de Atenas onde chegavam os comboios do Norte da Grécia; nenhum controlo na estação de Atenas – situada a 100 metros da primeira – que faz a ligação com o Oeste (Peloponeso) e Sul da Grécia.

Atenas foi uma cidade que “girou” nestas semanas em torno de dois núcleos olímpicos (o novo Complexo Olímpico, no qual se incluia o Estádio, na parte nordeste da cidade; o centro olímpico de Falira, na região do Pireu, a sudoeste da cidade), ambos enquadrando a região central de Plaka e da Acrópole (local de “peregrinação” de todas as comitivas, com os novos “deuses do Olimpo” a prestarem o seu tributo à história milenar da Grécia).

Acrópole

A circulação na cidade – de dimensões relativamente reduzidas – era bastante fácil, com os “autocarros olímpicos” e um sistema de metropolitano (sobretudo de superfície – apenas com 3 linhas), que, com facilidade e rapidez permitia o acesso às diversas áreas desportivas.

Nestas semanas, Atenas viveu naturalmente num ambiente de festa, num contexto quase “irreal”, recuperando o seu ancestral estatuto de “centro do mundo”.

Mas, no mundo mediatizado dos dias de hoje, os Jogos foram também um grande espectáculo televisivo, com os três canais estatais da televisão grega a apresentarem uma ininterrupta emissão “olímpica”, de manhã à noite, vibrando com os feitos dos atletas gregos, com um novo “herói” / “deus do Olimpo” a cada dia.

A Grécia acabaria por registar uma excelente presença competitiva, com um total de 16 medalhas (6 das quais de ouro), mas a grande vitória foi – sublimada com a belíssima cerimónia de abertura – a demonstração de que um país “pequeno” foi capaz (apesar das “reticências do mundo”) de organizar uns Jogos Olímpicos que, não sendo perfeitos, não deixaram de constituir motivo de orgulho para todos os gregos – num projecto mobilizador, envolvendo milhares de voluntários que, orgulhosamente, “passeavam os seus uniformes” pela cidade -, podendo constituir um exemplo para outros “pequenos países”…

(Acompanhamento dos Jogos Olímpicos de 2004 – publicado originalmente entre 25.07.2004 e 04.09.2004 – e slideshare dos Jogos Olímpicos de 2008)

28 Junho, 2013 at 5:00 pm Deixe um comentário

2004 – Mãe Coragem

MVR-10

Tendo por mote a proposta de lei de alargamento da licença de parto, de 4 meses “pagos”, para 5 meses com remuneração a 80 % (e, “desvendando um pouco mais do véu”)…

Profissionalmente, tenho o privilégio de coordenar uma jovem equipa de cerca de 20 colaboradores, com uma média de idades a rondar os 26/27 anos. Para tal, disponho do directo apoio de 4 colaboradoras, que asseguram uma interligação diária com os restantes.

Temos, todos, uma actividade aliciante, recompensadora e, simultaneamente, muito exigente, de grande pressão e de momentos de grande “stress”; enfim, de “desgaste rápido”.

Das referidas 4 colaboradoras (num “escalão etário” na faixa dos 30/35 anos), uma foi mãe há cerca de 1 ano e meio; outra, há 2 meses (pela segunda vez); uma terceira será mãe daqui a 3 meses; a mais nova, concerteza a seguir.

Embora tal nem seja aplicável no caso concreto, na generalidade, para alcançarem o mesmo grau de reconhecimento, não chega às mulheres assegurarem o mesmo nível de desempenho dos homens; é-lhes normalmente requerida a superação dessa fasquia.

O papel de mãe tem de ser necessariamente compatível com a carreira profissional; muitas vezes – e com toda a propriedade nos casos de que vos falo – terão de ser verdadeiras “mães-coragem”: aliar as duas vertentes implica sacrifícios de ordem pessoal que não estarão ao alcance de todos, apenas “suportáveis” pela procura de uma plena conjugação da realização pessoal e profissional.

Não esquecendo nunca a hierarquização das prioridades (e a primeira será sempre a de “ser mãe”), aqui lhes tributo o justo agradecimento que lhes é devido pelo permanente envolvimento e colaboração sempre prestada.

Concluindo, sobre o mote. Concordo plenamente com a filosofia da proposta de lei; não obstante, lanço três pistas de reflexão: (i) é provável que, em muitos casos, quem exerça uma profissão que lhe permita usufruir desses cinco meses de pausa, não disponha eventualmente de condições financeiras para poder abdicar (nesse período) de 1 mês de remuneração; (ii) ao invés, quem possa ter essas condições, terá tendencialmente uma carreira que talvez não lhe facilite tal flexibilidade (de ausência “tão” prolongada); (iii) o papel e a presença do pai não poderão também ser negligenciados.

(publicado originalmente em 18.02.2004)

28 Junho, 2013 at 3:00 pm Deixe um comentário

2003 – Guiné-Bissau – País de futuro

MVR-10

Estive na Guiné-Bissau no ano de 1998, por duas vezes, nos meses de Janeiro e Abril (regressei cerca de um mês antes do “golpe de Estado” de Ansumane Mané), prestando colaboração profissional na EAGB – Electricidade e Águas da Guiné-Bissau, em missão ao serviço do Banco Mundial.

O Banco Mundial concedera financiamento ao Estado da Guiné-Bissau, a afectar especificamente ao investimento em infra-estruturas de distribuição de água e energia eléctrica. A missão seria recorrente, caso não se tivesse seguido uma época conturbada na história do país, com a paralização quase integral da economia, que terá levado a que o Banco Mundial tivesse de vir a perdoar a dívida.

No segundo semestre de 1998, e também na primeira parte de 1999, as instituições bancárias na Guiné-Bissau estiveram inoperacionais; na época, foi Cardoso e Cunha (antigo Comissário Europeu e depois responsável de primeira linha na EXPO98) que investia numa fábrica de cervejas, a qual viria a funcionar como “banco”, pela intermediação que proporcionava, a nível da disponibilização de fundos.

A EAGB reflectia um pouco a realidade do país: fora dirigida nos anos anteriores por responsáveis franceses (da EDF – Electricité de France), que haviam contribuído para que a empresa se organizasse e equipasse, nomeadamente, em termos administrativos, a nível informático, mas com elevados custos decorrentes das “comissões de gestão” impostas. Encontrava-se em processo de reestruturação, com avultados investimentos em grupos geradores eléctricos (operando a fuel/gasóleo, uma fonte de produção de energia extremamente dispendiosa, uma vez que, na ausência de barragens, o país não dispunha de produção hidro-eléctrica) e em infra-estruturas de distribuição de água.

A gestão francesa acabara de partir (a meio de 1997) e deixara os guineenses um pouco “entregues à sua sorte”. Previa-se a abertura de um processo de privatização da empresa, ao qual se supunha viessem a concorrer, pelo menos, a EDP (portuguesa) e a EDF (francesa); projectos que ficaram adiados.

Os franceses tinham uma presença importante, inclusivamente a nível cultural, mas os resultados da sua intervenção não eram efectivamente visíveis. Podia talvez sublinhar-se como intervenção mais “desinteressada” a cooperação prestada pela Suécia.

As infra-estruturas do país, não obstante os então recentes investimentos em curso, transitavam ainda, em larga medida, da época colonial; o país parecia ter parado nos últimos 25 anos, com traços visíveis de degradação, nomeadamente nos próprios edifícios mais importantes de Bissau.

A chegada a Bissau – para quem contactava pela primeira vez com a realidade africana – foi um “choque”, começando pelo clima tropical (um “bafo” extremamente quente, à saída do avião, no início de Janeiro, com o “ar pesado” devido ao elevado nível de humidade), pelas sumárias “infra-estruturas” do aeroporto; a primeira visita à cidade de Bissau não deixou de ser uma experiência “enriquecedora”: a singeleza da cidade, os seus edifícios degradados, em contraste com a “agressiva” dinâmica do trânsito automóvel (talvez com cerca de 60 % de “táxis”) e com a imensidão de gente que se acumulava à beira da estrada (entre o aeroporto e a cidade) e no “Mercado do Bandim” (se bem me lembro do nome), vendendo de tudo um pouco (principalmente produção agrícola básica, nomeadamente frutas tropicais).

Mas, ao mesmo tempo, a simpatia calorosa do povo guineense, a sua “reverência” para com os portugueses e o instinto de “portugalidade” que transportavam ainda (durante a semana, era fácil ouvir em espaços públicos a RDP Internacional; ao fim-de-semana, toda a gente vibrava com os relatos de futebol; na segunda-feira, discutiam-se as exibições do Benfica, Porto e Sporting como em qualquer localidade portuguesa…).

Um povo que aparentava contentar-se com pouco; não dispondo de uma infinidade de recursos materiais que temos normalmente no nosso dia a dia, mas, não obstante, um povo “feliz”. A esplanada da “Baiana”, numa das principais praças (“Che Guevara”, mesmo ao lado da EAGB) era o ponto de encontro da comunidade portuguesa, assim como o restaurante “Asa Branca” (se bem me recordo dos nomes, a esta distância temporal). Havia até uma discoteca “Kapital”!

A Guiné era um país absolutamente tranquilo, onde era possível, sem qualquer tipo de receio, andar sozinho na rua à noite (por exemplo, na estrada que ligava o aeroporto à cidade, tendo o Hotel a “meio do caminho”), sem qualquer iluminação pública, ou seja, completamente às escuras.

Nada indicava que, cerca de um mês depois, fosse desencadeada uma guerra, nunca completamente esclarecida, mas que terá sido despoletada tendo por motivação a defesa de interesses de um conjunto de militares. Foi um processo doloroso, em que a Guiné terá sofrido grande destruição.

Procurou-se depois instaurar um regime democrático, mas o processo tem sido muito complexo, desde logo com as divergências entre o primeiro-ministro do governo de transição e o Presidente da República (Kumba Ialá) e, mais tarde, com a morte do líder dos revoltosos de 1998 (Ansumane Mané).

Passaram cinco anos. Em que o país esteve “parado”. Um compasso de espera demasiado longo para quem tem tanto (quase tudo) por fazer.

Ontem, novo “golpe de Estado”, como sempre partindo dos militares; que interesses estarão na sua base? Quais os seus objectivos e consequências? Haverá condições para a realização de eleições minimamente livres? Poderemos esperar alguma evolução na democracia guineense no curto prazo?

Para que a Guiné-Bissau possa vir a singrar no contexto dos países da África Ocidental, para que seja um “país de futuro”, é absolutamente imprescindível (passe o pleonasmo e a evidência que se segue) que possa ser “bem governada”; não dispondo de particulares recursos naturais, é essencial que a cooperação internacional seja utilizada em proveito de todos os guineenses e do real desenvolvimento do país. É fundamental que haja estabilidade política que permita criar as condições para atrair o investimento estrangeiro. Não será uma tarefa fácil, mas depende principalmente dos guineenses!

(publicado originalmente em 15.09.2003)

28 Junho, 2013 at 1:00 pm Deixe um comentário

2003 – Metabloguismo

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Ontem na NTV, no “Livro Aberto”, debate sobre os “blogues”, moderado por Francisco José Viegas (Aviz), com as participações de: Pedro Mexia (Dicionário do Diabo); Ricardo Araújo Pereira (Gato Fedorento); Nuno Jerónimo (Blogue dos Marretas); Bernardo Rodrigues (Desejo Casar) e Cristina Fernandes (Janela Indiscreta).

Algumas notas / “referências ao correr da pena” (ou, no caso, com mais propriedade, “ao correr do teclado”):

Francisco José Viegas – “Poderão os blogues ser encarados como alternativa aos meios de comunicação tradicionais? Os blogues são “umbiguistas”? Existe uma referência permanente aos livros: links, referências, citações, “blogues temáticos” dedicados à literatura. Há pessoas que são viciadas (addicted) na escrita nos blogues? Os blogues vão sobreviver ao Verão? Os políticos podem aprender alguma coisa com os blogues?”

Pedro Mexia – “Comecei por ler o Andrew Sullivan (“Como fazer um blogue”; foi como um “manual de instruções”). O blogue é um diário (não íntimo), público, na Internet. Começa a haver como que regras “deontológicas”: “um blogue, depois de escrito e publicado, não se apaga”. Nos blogues, há uma pluralidade de links para a imprensa genérica. É muito difícil manter um blogue sem estar informado (sem ler jornais). O blogue não pode ser nunca um substituto do jornalismo. O que mais me agrada nos blogues é a qualidade de escrita: hoje em dia, é claramente superior à dos jornais. Com a quantidade de blogues a aumentar, é impossível seguir todos os blogues; começa a haver blogues temáticos. A actualização constante é muito importante; se o blogue não for actualizado, os “leitores”, após um conjunto de visitas sem que haja novos textos vão começar a abandonar esse blogue; procuro escrever todos os dias. Não é uma questão de audiência; principalmente, isto é um hobby para todos nós!”

Ricardo Araújo Pereira – “Estamos a manifestar as nossas opiniões num obscuro recanto da Internet! Os outros meios de comunicação social também se comentam muito uns aos outros. Os blogues recuperam a tradição da tertúlia. O blogue permite manter uma “conversa”, através de uma linguagem por escrito (sem ser ao nível da “linguagem degradada” do chat); há uma linguagem cuidada nos blogues. A linguagem do blogue não é uma linguagem “comercial” como a utilizada pelas “Produções Fictícias”. No fundo, essencialmente, nós somos pessoas que gostam de escrever.”

Nuno Jerónimo – “Nós somos professores universitários; por definição não há vida íntima… Qualquer profissão que tenha por pressuposto a exposição pública (por exemplo, ser professor) pode ser considerada uma forma de exibicionismo? A leitura do blogue é um gesto activo; só lê quem quer; não é um veículo de comunicação passivo, como a televisão, que “impõe a sua presença”. Os blogues apenas poderão ser entendidos como complemento aos restantes meios de comunicação. Os blogues têm – talvez surpreendentemente – um conjunto de pessoas a escrever bem. Pode parecer pretensioso, mas deixamos mensagens do tipo: “Este fim-de-semana vamos estar ausentes” (é um cuidado para com o “leitor”). Tenho tantos blogues para ler! Agora só leio blogues; blogues, exames e o “Corto Maltese”.”

Bernardo Rodrigues – “A prova do mês de Julho / Agosto vai ser determinante para ver qual será a evolução deste fenómeno, para avaliar até que ponto se trata de uma “moda” mais ou menos passageira. O blogue é de reacção imediata; a escrita é um gesto imediatista, mas que deixa rasto … “não se apaga um texto que tenha sido escrito”. A questão do “tempo” é fulcral, no sentido em que há um “feedback quase online”.”

Cristina Fernandes – “Não há “umbiguismo”, nem exibicionismo; estamos a falar para poucos, em circuito fechado, entre nós; a “audiência” ainda é muito restrita.”

E assim disseram… Está dito! E bem dito! (por eles, obviamente…).

(publicado originalmente em 23.07.2003)

28 Junho, 2013 at 11:00 am Deixe um comentário

Memória Virtual – 10 anos

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Há dez anos nascia este blogue. Nos próximos dias, tendo por mote o seu lema, da Memória, aqui serão recuperados alguns textos publicados ao longo destes anos.

Recordo perfeitamente este dia, de há 10 anos. Era Sábado. Saí manhã cedo de Lisboa, em direcção a Leiria, onde – algures a meio caminho para a Marinha Grande – tínhamos um jogo-treino de futebol, de preparação para as “Mazariades 2003“, com a equipa da Leirisic (actual ínCentea – que, sendo um grupo de convívio da empresa, chegara mesmo a participar no Campeonato Distrital de Futebol da A. F. Leiria).

Do resultado será melhor não falar (não me lembro já do marcador final, mas sei que teve bastantes golos…); jogávamos, de facto, em divisões diferentes. Mas, a seguir ao jogo, houve um muito agradável “piquenique”, no pinhal, oferecido pelos nossos simpáticos anfitriões.

De regresso a casa, ao final da tarde, peguei então na revista Visão, de quinta-feira, 26 de Junho de 2003, que publicava um artigo (da autoria de Gabriela Lourenço e Mário Rui Cardoso) que – para além de constituir a minha entrada neste admirável mundo novo – contribuiu activamente para a “explosão” da blogosfera nacional:

Bem-vindo à blogosfera: “Um espaço de liberdade total ou um exercício de narcisismo? Com sarcasmo, humor ou seriedade, os pensamentos de centenas de portugueses revelam-se na Internet. Uns mais mediáticos do que outros – todos os autores têm algo a dizer. Está na hora de actualizar os dicionários: a palavra blogue entrou no léxico nacional”.

Depois, foi só seguir as instruções detalhadas, conhecer a ferramenta Blogger.com e o Blogspot, e, alguns minutos depois (pelas 18h03, dizem os arquivos…), nascia este blogue, então ainda não com a denominação actual, e noutra plataforma.

Foram dez anos bastante intensos, com muitas mudanças, com o blogue a passar também, naturalmente, por diferentes fases (agora, tendencialmente, num período de alguma maior hibernação), instalado em diversas plataformas (Blogspot, Weblog.com.pt, WordPress, rede TubarãoEsquilo, até se fixar finalmente na presente morada), e com vários lay-outs.

Um balanço extremamente enriquecedor, aos mais variados níveis, sintetizado, em termos quantitativos (os menos relevantes, mas mais facilmente mensuráveis… e divulgáveis), em números esmagadores, vistos à luz daquele singelo começo, de há dez anos: 6.430 posts, mais de 1 milhão e meio de visitantes, 2,2 milhões de visitas!

Dez anos! Já é “qualquer coisa”, nas nossas vidas…

28 Junho, 2013 at 9:00 am 4 comentários


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