Archive for 15 Novembro, 2011
Portugal – Bósnia-Herzegovina (Europeu 2012 – “Play-off”)
Portugal – Rui Patrício; João Pereira, Bruno Alves, Pepe e Fábio Coentrão; João Moutinho, Miguel Veloso, Nani (82m – Ricardo Quaresma), Raul Meireles (63m – Rúben Micael) e Cristiano Ronaldo; Hélder Postiga (84m – Carlos Martins)
Bósnia-Herzegovina – Asmir Begović, Adnan Zahirović, Sanel Jahić, Emir Spahić, Saša Papac, Elvir Rahimić (56m – Darko Maletić), Haris Medunjanin, Senad Lulić, Zvjezdan Misimović, Miralem Pjanić (65m – Muhamed Bešić) e Edin Džeko
1-0 – Cristiano Ronaldo – 8m
2-0 – Nani – 24m
2-1 – Zvjezdan Misimović – 41m
3-1 – Cristiano Ronaldo – 53m
3-2 – Emir Spahić – 65m
4-2 – Hélder Postiga – 72m
5-2 – Miguel Veloso – 80m
6-2 – Hélder Postiga – 82m
Cartões amarelos – Hélder Postiga (36m), Fábio Coentrão (40m) e Rúben Micael (77m); Emir Spahić (22m), Elvir Rahimić (43m), Haris Medunjanin (51m), Senad Lulić (54m), Edin Džeko (68m) e Saša Papac (79m)
Cartão vermelho – Senad Lulić (55m)
Árbitro – Wolfgang Stark (Alemanha)
Numa partida que se antevia poder vir a ser difícil, a selecção portuguesa, entrando em campo com boa atitude, teve o condão de começar por a tornar fácil: por duas vezes deu sinal de “pré-aviso”, por duas vezes chegaria ao golo quase de imediato.
Logo aos 6 minutos, na sequência de um remate de Cristiano Ronaldo, já em plena área, o guarda-redes bósnio teve de fazer uma defesa de recurso, com a bola a sobrar para Raul Meireles, que, de primeira, procurou um remate cruzado – que não daria hipóteses de defesa -, mas que sairia ligeiramente ao lado.
Apenas dois minutos volvidos, com uma excelente conversão de um livre, com um remate indefensável, Cristiano Ronaldo inaugurava o marcador. Com 8 minutos de jogo, a posição relativa das equipas invertia-se: agora passava a Bósnia a ter de marcar para manter aspirações a qualificar-se.
Prosseguindo numa toada ofensiva, de grande intensidade, com a selecção bósnia como que atordoada, novamente Cristiano Ronaldo levaria o perigo à baliza adversária, também na conversão de um livre, com um forte remate, bem colocado, e, uma vez mais, Asmir Begović a defender quase por instinto.
E, repetindo-se o argumento da primeira sequência de lances, o segundo golo de Portugal surgiria apenas dois minutos depois, numa soberba execução de Nani, num remate de meia-distância, com excelente efeito, e colocação perfeita, absolutamente imparável. A selecção nacional passava a dispor de uma vantagem já com alguma margem de tranquilidade, que lhe deveria permitir facilitar a gestão do jogo e do resultado.
Com a equipa da Bósnia a acusar este golo, o encontro passou então por uma fase menos intensa, sem que, contudo, Portugal deixasse de manter o domínio do jogo, mas, de forma não tão pressionante, dando mais tempo aos bósnios para pensar e executar o seu jogo.
Já no ocaso da primeira parte, dois lances resultariam em novo volte-face no cariz do jogo e na disposição motivacional das duas equipas: primeiro, na área bósnia, Hélder Postiga a sofrer o contacto de um defesa, e a cair, esperando que o árbitro assinalasse a grande penalidade; contudo, tendo sido considerada simulação, o que veria seria o cartão amarelo. Pouco depois, agora na área portuguesa, novo choque, entre avançado e defesa, com Fábio Coentrão a saltar à bola, sendo carregado pelo adversário, mas, inadvertidamente, colocando um braço no ar, que entraria em contacto com a bola. Desta vez, o árbitro assinalaria mesmo a penalidade: e a Bósnia aproveitou para reduzir para a diferença mínima, voltando a entrar no jogo… e na eliminatória.
Colocado à prova, Portugal reagiria da melhor forma, continuando a jogar o seu jogo, visando o ataque. Seria, não obstante, na sequência de uma rápida recuperação de bola de João Moutinho, a desmarcar, no momento preciso, Cristiano Ronaldo, que, isolado sobre a esquerda, à saída do guarda-redes, com impressionante frieza, contornou-o, empurrando depois a bola para a baliza deserta, dilatando novamente a vantagem para dois golos, que a equipa portuguesa voltaria a uma situação de tranquilidade.
Até porque a Bósnia, de cabeça perdida, pela veemência dos protestos de Lulić, que veria, de uma assentada, o cartão amarelo e, de imediato, o vermelho, ficava reduzida a dez unidades.
À passagem da hora de jogo, ficaria por assinalar mais uma grande penalidade, novamente por contacto com a mão na bola, desta vez na grande-área bósnia. Mais dois minutos decorridos, Portugal poderia ter ampliado a marca, por intermédio de Fábio Coentrão, com um bom golpe de cabeça, que sairia ligeiramente ao lado.
Até que, de forma absolutamente inesperada, num momento de desconcentração da equipa portuguesa, e aproveitando uma situação irregular de fora-de-jogo, não sancionada pela arbitragem, a Bósnia reduziria outra vez a desvantagem, colocando o marcador em 2-3. Faltavam 25 minutos para o final, a eliminatória voltava a ser relançada… Portugal tinha que continuar a sofrer.
Nos minutos imediatos, os nervos vieram à flor da pele, de forma acentuada, em ambas as equipas, perdendo o controlo emocional. O jogo estava perigoso, e talvez tenha havido quem se tivesse recordado da partida inaugural desta qualificação, os famosos 4-4 com o Chipre…
Quando Portugal – felizmente de forma não demorada -, conseguiu voltar a assentar o jogo, beneficiando também da sua situação de superioridade numérica, Hélder Postiga quebraria finalmente o enguiço, com um remate de belo efeito, marcando o golo que dava, definitivamente, o apuramento a Portugal!
Numa fase final bastante alucinada, com o jogo completamente “partido”, foi com alguma naturalidade que Portugal aumentaria ainda a contagem, primeiro para 5-2, com Miguel Veloso, na transformação de mais um livre, a surpreender toda a gente, inclusivamente o guarda-redes (que, esperando que fosse Cristiano Ronaldo a marcar o livre, nem se fez ao lance); e, logo de seguida – culminando com facilidade (bastou “encostar” a cabeça na bola) um óptimo cruzamento atrasado de Fábio Coentrão -, com Hélder Postiga a bisar, fixando o resultado em 6-2. E, perante uma já há largos minutos destroçada selecção da Bósnia, haveria ainda tempo para Rúben Micael desperdiçar o que seria o 7º golo…
Para lá do – brilhante – resultado, o que fica desta noite foi a forma personalizada, e corajosa, com que Portugal assumiu a responsabilidade do apuramento, indo sempre, a cada golpe sofrido, em busca decidida, de forma determinada e confiante, da vitória. Um belo mote para a Fase Final, em que a selecção nacional marcará presença pela 7ª vez consecutiva (todas as 4 edições do Europeu e 3 do Mundial, desde o ano 2000)!
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Nos outros encontros da 2ª mão do play-off, Croácia (empatando a zero, em casa, com a Turquia), R. Checa (nova vitória, por 1-0, no Montenegro) e Irlanda (também com um empate caseiro, frente à Estónia, 1-1) confirmaram a vantagem que haviam adquirido na passada sexta-feira.
Está definida a lista das 16 selecções participantes na Fase Final do EURO 2012: para além dos países organizadores, Polónia e Ucrânia, garantiram o apuramento as selecções da Alemanha, Rússia, Itália, França, Holanda, Grécia, Inglaterra, Dinamarca, Espanha, Suécia, Croácia, R. Checa, Irlanda e Portugal.