RED HOT CHILI PEPPERS
13 Setembro, 2006 at 8:56 am 1 comentário
Os Red Hot Chili Peppers formaram-se em 1983 através de quatro amigos que se conheceram na Fairfax High School (Anthony Kiedis, Hillel Slovak, Flea e Jack Irons), perto de Los Angeles.
O grupo começou por actuar, nos primeiros meses, por diversos clubes da área de Los Angeles, construindo rapidamente uma base de fans. Um ano depois conseguiram um contrato com a EMI para gravar um álbum. Dois deles, Hillel e Irons tinham já uma banda formada (What Is This?) com contrato assinado com outra editora, pelo que foram substituídos por Jack Sherman na guitarra e Cliff Martinez na bateria no primeiro álbum de estúdio. Andy Gill, dos Gang of Four, assumiu a produção.
Slovak voltou no segundo álbum, Freaky Styley, produzido pelo fundador do P-Funk, George Clinton, no ano seguinte. O álbum mais funk de todos os que os Red Hot Chili Peppers lançaram.
No álbum seguinte, The Uplift Mofo Party Plan, de 1987, já com Jack Irons e com Michael Beinhorn na produção, atingem um sucesso razoável em vendas e começam a impor-se como uma das bandas cimeiras da cena rock. Em 1988, acontece um momento traumático para o grupo, Hillel Slovak morre de overdose e, como consequência, Jack Irons deixa o grupo. Entram para os substituir os elementos que ainda hoje fazem parte do alinhamento da banda, John Frusciante, na guitarra, e Chad Smith, no baixo.
O álbum seguinte, Mother’s Milk (1989), ainda produzido por Beinhorn, é já um sucesso de vendas nos Estados Unidos. O sucesso que os consagrou como rock stars chegou com Blood Sugar Sex Magik de 1991, já produzido pelo actual produtor Rick Rubin. Sucessos assinaláveis com os temas Give It Away e Under The Bridge.
Pouco depois, John Frusciante abandona o grupo, devido a problemas relacionados com o consumo de drogas. Após diversas tentativas de o substituir, Dave Navarro, ex-Jane’s Addiction, toma o seu lugar. Participa no álbum seguinte, One Hot Minute (1995), de pendor mais psicadélico.
Em 1998, Frusciante regressa à banda, saindo Navarro. Em 1999, reúnem-se em estúdio para gravar Californication, que tem sucessos de vendas como Scar Tissue e Otherside.
O actual ciclo, continua com By The Way (2002), ainda mais pop do que o anterior e, com o actual, o duplo Arcadium Stadium, de 2006, em que contam já com um êxito, Dani California. Este último disco, sem descurar as canções e baladas pop, volta a mergulhar de novo na matriz funk-rock.
Os Red Hot Chili Peppers surgiram com uma mistura original e contagiante de mistura entre o funk de George Clinton e James Brown e o punk-rock de que originalmente provinham. Depois do seu pioneirismo nos meados dos anos 80 do século XX, ao surgirem com o funk-rock, apareceram outras bandas a querer colar-se ao som, mas sem chegarem ao seu nível.
Mas o notável, e que ao mesmo tempo é um desgosto para alguns fans dos primeiros tempos, é a evolução no sentido de incorporarem mais harmonias vocais e linhas melódicas a par da matriz original. Esse aspecto e a trajectória de crises sucessivas na formação do grupo, a que sobreviveu, e o empenho que é posto nas actuações ao vivo e que testemunhei nos espectáculos dados no Pavilhão Atlântico em 2002, tornam-nos uma banda ímpar no actual panorama da música popular anglo-saxónica.
Não planeei tornar-me fã eterno do grupo, mas acabou por acontecer devido a circunstâncias fortuitas desde que os ouvi no programa do António Sérgio (Rolls Rock ou Som da Frente, já não me lembro qual) em meados da década de 80 quando eram um grupo marginal. Só espero que não caiam na tentação de se tornarem uma marca, o que é um perigo real, lançando disco após disco, só para alimentar o mercado sem nenhum objectivo artístico e estético como outras bandas que esgotam estádios.
Carlos Paixão da Costa
P. S. A partir de hoje, aqui dou início a uma rubrica sobre música, com destaque para algumas bandas ou figuras de maior relevo no panorama musical, numa colaboração de um amigo, Carlos Paixão da Costa, autor deste texto.
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Patrícia Machado | 29 Janeiro, 2007 às 11:08 pm
Muito boa escolha! Permite-me só uma correção: o Chad é batreista;)