CHIPRE DIVIDIDO
Esperando que seja “perdoada” esta “obsessiva insistência” com o Chipre, mas tenho que “lá voltar”…
Desta vez foram os cipriotas “gregos” que colocaram (mais) um entrave decisivo à reunificação do país (75 % de votos contra no referendo ao plano de reunificação proposto pela ONU).
E assim, com a adesão à União Europeia marcada para daqui a 4 dias, teremos esta originalidade de ter um novo Estado-membro cujo território está dividido em duas partes, apenas uma delas sendo reconhecida como integrando o espaço da União Europeia (precisamente a parte “cipriota-grega”…).
Desta forma, a famosa “linha verde” que separa as duas partes da ilha (uma espécie de “muro de Berlim”) passará a constituir a nova fronteira da União Europeia, ou seja, implicitamente, passa a “reconhecer-se a existência” do espaço (“exterior” à União Europeia) da República Turca do Norte de Chipre!… – o que sempre tinha sido negado até à data.
Pela sua parte, os “cipriotas-turcos” – provavelmente desejosos de abandonar as condições de “subdesenvolvimento” em que têm vivido nos últimos 30 anos -, votaram a favor desse referendo (65 %), o que, dados os resultados da outra parte da ilha, acabaria por se revelar “improdutivo”.
Não o entendeu assim (e bem, segundo me parece) a União Europeia, que decidiu contribuir com cerca de 260 milhões de euros para colocar termo ao isolamento em que têm vivido, continuando a percorrer o caminho que possa vir a permitir a (até agora bastante) complexa reunificação do país.
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