UMBERTO ECO – O PÊNDULO DE FOUCAULT (VII)
“Os Templários ficaram sem objectivo. Ou melhor, tinham transformado os meios em fins, administravam a sua enorme riqueza. É natural que um rei centralizador como Filipe O Belo os visse com maus olhos.
Como se podia manter sob controlo uma ordem soberana? O grão-mestre tinha a categoria de um príncipe de sangue, comandava um exército, administrava um património fundiário imenso, era eleito tal como o imperador, e tinha uma autoridade absoluta.
O tesouro francês não estava nas mãos do rei, mas sim era guardado no Templo de Paris. Os Templários eram os depositários, os procuradores e os administradores de uma conta-corrente formalmente em nome do rei.
Recebiam, pagavam, jogavam com os juros, comportavam-se como grande banco privado, mas com todos os privilégios e isenções de um banco de Estado. E o tesoureiro do rei era um Templário. Pode-se reinar nestas condições?”
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