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Tadej Pogačar bisa vitória no “Tour de France”
Numa edição (108.º) praticamente “sem história”, tal foi a esmagadora superioridade do jovem fenómeno esloveno, Tadej Pogačar bisou o triunfo no “Tour de France” – tendo somado ainda mais três vitórias em etapas (uma no primeiro contra-relógio e duas consecutivas nos Pirinéus), e terminando meramente “em gestão” no último contra-relógio.
Repetindo os feitos do ano passado, Pogačar conquistou, de novo, para além do “maillot jaune”, também a camisola branca (classificação dos “jovens”), assim como o prémio da montanha!
Para além do vencedor, apenas outros dois ciclistas bisaram o “top 10”: Enric Mas, que fora 5.º em 2020, foi agora 6.º; e Rigoberto Uran, que baixou do 8.º ao 10.º lugar.
O grande concorrente de Pogačar no ano pssado, o também esloveno Primož Roglič, viu-se prematuramente forçado a abandonar a corrida, na sequência de quedas que o deixaram maltratado fisicamente, numa altura em que, em paralelo, perdera já demasiado tempo para os primeiros. Egan Bernal, vencedor do “Giro” deste ano e anterior vencedor do “Tour”, há dois anos, abdicou de participar, devido a lesão.
Por outro lado, também o britânico Mark Cavendish reforça a sua posição na história do “Tour”, ao igualar, aos 36 anos, o record do campeoníssimo Eddy Merckx, com 34 vitórias em etapas, das quais quatro na presente edição, garantindo ainda, pela segunda vez, o 1.º lugar na classificação por pontos (camisola verde).
Entre os portugueses, Rúben Guerreiro, pese embora não se tenha evidenciado como no “Giro” do ano passado (no qual se sagrara vencedor na montanha), conclui a prova num bastante meritório 18.º lugar na classificação geral, precisamente à frente da “estrela emergente”, o belga Wout van Aert, Campeão da Bélgica, o qual triunfou na etapa final, nos Champs-Elysées (depois de, ontem mesmo, ter sido também o 1.º no contra-relógio, e de ter vencido ainda outra etapa, de montanha, com dupla escalada do mítico Mont Ventoux).
Já Rui Costa, muito mais discreto – este ano também com a missão de trabalhar para a equipa do “camisola amarela” – terminou a competição na 77.ª posição (de entre os 141 ciclistas que chegaram a Paris).
Muito pior esteve o irreconhecível Christopher Froome – quádruplo vencedor do “Tour”, entre 2013 e 2017 -, que, também já com 36 anos, se quedou agora pelo 133.º lugar, a mais de 4 horas do líder, somente à frente de oito concorrentes!
Classificação geral final:
1.º Tadej Pogačar (Eslovénia) – UAE Team Emirates – 82h 56′ 36”
2.º Jonas Vingegaard (Dinamarca) – Jumbo – Visma – a 05′ 20”
3.º Richard Carapaz (Equador) – Ineos Grenadiers – a 07′ 03”
4.º Ben O’Connor (Austrália) – AG2R Citroën Team – a 10′ 02”
5.º Wilco Kelderman (Países Baixos) – a 10′ 13”
6.º Enric Mas (Espanha) – Movistar Team – a 11′ 43”
7.º Alexey Lutsenko (Cazaquistão) – Astana – Premier Tech – a 12′ 23”
8.º Guillaume Martin (França) – Cofidis – a 15′ 33”
9.º Pello Bilbao (Reino Unido) – Bahrain – Victorious – a 16′ 04”
10.º Rigoberto Uran (Colômbia) – EF Education – Nippo – a 18′ 34”
…
18.º Rúben Guerreiro (Portugal) – EF Education – Nippo – a 54′ 10”
77.º Rui Costa (Portugal) – UAE Team Emirates – a 2h 58′ 29”
É a seguinte a lista completa dos vencedores da maior prova de ciclismo mundial:
- 5 vitórias – Jacques Anquetil (1957, 1961, 1962, 1963 e 1964), Eddy Merckx (1969, 1970, 1971, 1972 e 1974), Bernard Hinault (1978, 1979, 1981, 1982 e 1985) e Miguel Indurain (1991, 1992, 1993, 1994 e 1995);
- 4 vitórias – Christopher Froome (2013, 2015, 2016 e 2017)
- 3 vitórias – Philippe Thys (1913, 1914 e 1920), Louison Bobet (1953, 1954 e 1955) e Greg Lemond (1986, 1989 e 1990)
- 2 vitórias – Lucien Petit-Breton (1907 e 1908), Firmin Lambot (1919 e 1922), Ottavio Bottecchia (1924 e 1925), Nicolas Frantz (1927 e 1928), André Leducq (1930 e 1932), Antonin Magne (1931 e 1934), Sylvère Maes (1936 e 1939), Gino Bartali (1938 e 1948), Fausto Coppi (1949 e 1952), Bernard Thévenet (1975 e 1977), Laurent Fignon (1983 e 1984), Alberto Contador (2007 e 2009) e Tadej Pogačar (2020 e 2021);
- 1 vitória – Maurice Garin (1903), Henri Cornet (1904), Louis Trousselier (1905), René Pottier (1906), François Faber (1909), Octave Lapize (1910), Gustave Garrigou (1911), Odile Defraye (1912), Léon Scieur (1921), Henri Pélissier (1923), Lucien Buysse (1926), Maurice De Waele (1929), Georges Speicher (1933), Romain Maes (1935), Roger Lapébie (1937), Jean Robic (1947), Ferdi Kubler (1950), Hugo Koblet (1951), Roger Walkowiak (1956), Charly Gaul (1958), Federico Bahamontes (1959), Gastone Nencini (1960), Felice Gimondi (1965), Lucien Aimar (1966), Roger Pingeon (1967), Jan Janssen (1968), Luis Ocaña (1973), Lucien Van Impe (1976), Joop Zoetemelk (1980), Stephen Roche (1987), Pedro Delgado (1988), Bjarne Riis (1996), Jan Ullrich (1997), Marco Pantani (1998), Oscar Pereiro (2006), Carlos Sastre (2008), Andy Schleck (2010), Cadel Evans (2011), Bradley Wiggins (2012), Vincenzo Nibali (2014), Geraint Thomas (2018) e Egan Bernal (2019).
A competição não se disputou nas épocas das duas Guerras Mundiais (1915 a 1918 e 1940 a 1946). Foram anuladas as classificações (7 vitórias) de Lance Armstrong nas edições de 1999 a 2005.