EURO 2020 – Grupo F – 3ª jornada – Portugal – França

23 Junho, 2021 at 9:58 pm Deixe um comentário

PortugalFrança2-2

Portugal Rui Patrício, Nélson Semedo (79m – Diogo Dalot), Rúben Dias, Pepe, Raphaël Guerreiro, João Moutinho (72m – Rúben Neves), Danilo Pereira (45m – João Palhinha), Renato Sanches (88m – Sérgio Oliveira), Bernardo Silva (72m – Bruno Fernandes), Diogo Jota e Cristiano Ronaldo

França Hugo Lloris, Jules Koundé, Raphaël Varane, Presnel Kimpembe, Lucas Hernández (45m – Lucas Digne) (52m – Adrien Rabiot), Paul Pogba, N’Golo Kanté, Corentin Tolisso (66m – Kingsley Coman), Antoine Griezmann (87m – Moussa Sissoko), Kylian Mbappé e Karim Benzema

1-0 – Cristiano Ronaldo (pen.) – 31m
1-1 – Karim Benzema (pen.) – 45m
1-2 – Karim Benzema – 47m
2-2 – Cristiano Ronaldo (pen.) – 60m

“Melhor em campo” – Karim Benzema

Amarelos – Hugo Lloris (27m), Lucas Hernández (36m), Antoine Griezmann (40m) e Presnel Kimpembe (83m)

Árbitro – Antonio Mateu Lahoz (Espanha)

Puskás Aréna – Budapeste (20h00)

Num jogo que colocava frente-a-frente o Campeão do Mundo e o Campeão da Europa, numa reedição da Final do “EURO 2016” – por coincidência precisamente 37 anos depois do malfadado encontro do Vélodrome -, as circunstâncias eram, agora, distintas, com Portugal a necessitar pontuar para não ficar dependente do resultado do Alemanha-Hungria, enquanto a França entrava em campo já apurada.

Mais, a selecção portuguesa necessitava rectificar, de imediato, a má imagem deixada na partida de Munique. Em qualquer caso – tendo presente o interesse em não perder -, caso a lógica imperasse, Portugal sabia que poderia até perder por três golos de diferença, que, ainda assim, garantiria o apuramento.

Fernando Santos deve ter reflectido muito, ponderado as várias opções, os “prós” e os “contras”, acabando por decidir operar uma pequena remodelação no “onze”, fazendo sair William Carvalho e Bruno Fernandes, substituídos por João Moutinho e Renato Sanches. O seleccionador nacional ganharia a aposta.

Portugal entrou bem no jogo, de forma personalizada, assumindo a posse de bola, avançando, sem temor, para o meio-campo contrário. Eram decorridos apenas os dez minutos iniciais quando chegava a notícia do golo da Hungria em Munique. Era inesperado e o pensamento terá sido: “a Alemanha pode ter sido supreendida, mas, rapidamente, irá rectificar a situação”.

A coragem da equipa nacional seria recompensada, mercê de um lance relativamente acidental: numa investida de Danilo à área – falta sobre Renato Sanches, apontada por Cristiano Ronaldo, para a zona nevrálgica da área -, Lloris saiu a socar a bola, mas, falhando o tempo de intervenção, acertou, com contundência, no médio português, situação sancionada pelo árbitro com uma grande penalidade, que o próprio Cristiano converteu, colocando Portugal em vantagem.

Mas, se Mateu Lahoz ajuizou bem aquele lance, mais duvidosa foi a grande penalidade que, mesmo em cima da hora do termo da primeira metade, proporcionaria à França o empate, com Benzema a voltar aos golos pela selecção gaulesa – de que estivera arredado desde Outubro de 2015. Nélson Semedo terá feito “carga de ombro” sobre Mbappé, o qual, sentindo o contacto, se deixou cair.

Entretanto, em Munique, findo o primeiro tempo, a Alemanha denotava dificuldades para inverter a tendência do jogo… e a Hungria subsistia em vantagem.

Se o tento sofrido a fechar a primeira parte tinha chegado em má hora, pior ainda seria o início da etapa complementar, com Benzema a surgir isolado, e a bisar, dando a melhor sequência a um fenomenal lançamento em profundidade de Pogba, a rasgar todo o meio-campo e defesa contrária. Num ápice, Portugal – que chegara a liderar o grupo, entre os 31 e os 45 minutos, caía – ao 47.º minuto – para o último lugar, ficando numa situação de virtualmente eliminado!

Seria então a altura de a selecção portuguesa mostrar a sua raça e inconformismo. Não se escondendo, Portugal foi à luta, dividindo o jogo com os campeões do Mundo.

Cristiano Ronaldo teria, de imediato, um lance na área contrária, em que, com uma fantástica elevação, como que “planando” no ar – à Michael Jordan -, cabeceou, mas em posição muito difícil, sem a potência e colocação desejadas, tendo a bola saído ligeiramente ao lado.

Cerca de dez minutos decorridos, a audácia compensaria uma vez mais, de novo por via de uma grande penalidade (a terceira do desafio, segunda a favorecer Portugal), assinalada pelo árbitro espanhol, a sancionar contacto com a mão de Koundé, a interceptar uma tentativa de cruzamento para o centro da área, quase “à queima roupa”, de Cristiano Ronaldo – o aumento de volumetria decorrente do movimento de braços do defesa francês terá sido determinante na decisão.

Cristiano Ronaldo marcava o seu 5.º golo na presente edição do Campeonato da Europa, o 14.º em fases finais da competição, e o 109.º da sua carreira na selecção, igualando enfim o mítico record do iraniano Ali Daei!

Mas se havia coisa que não se podia, de todo, dizer, é que o resultado estivesse feito, ou, ainda menos, que Portugal tivesse a situação perfeitamente controlada… Chegavam “boas” notícias de Munique, com o golo do empate da Alemanha, mas seria “sol de pouca dura”: apenas dois minutos volvidos, a Hungria colocava-se, de forma sensacional, outra vez em vantagem, e, desta feita – faltando pouco mais de vinte minutos para o final – a possibilidade de uma enorme surpresa tinha de ser tomada como sério aviso.

Portugal – então posicionado no 2.º lugar – estava dependente de um eventual golo sofrido, que, a acontecer, provocaria queda, outra vez, para a 4.ª  posição, e, consequentemente, para zona de eliminação.

E, numa fase algo oscilante da equipa portuguesa, esse golo podia mesmo ter acontecido, logo depois do 1-2 na Alemanha. Estava a terminar o minuto 67 – o jogo de Budapeste tinha, agora, desde o início da segunda parte, um atraso de cerca de dois minutos e meio em relação ao de Munique – Rui Patrício seria chamado a, numa mesma sequência, fazer duas intervenções “milagrosas”: primeiro, a remate colocado de Pogba, com uma palmada, já no ângulo da baliza, a desviar a bola para o poste, praticamente no vértice com a trave; a bola ressaltou para dentro de campo, surgindo, “na passada”, Griezmann a rematar cruzado, com o guardião luso, com excelentes reflexos, a evitar que a bola chegasse a linha fatal, repelindo-a para zona lateral do campo.

Entretanto, a Alemanha conseguia, enfim, fixar o que viria a ser o resultado final, restabelecendo a igualdade. Faltavam seis minutos para acabar o jogo em Munique; pouco menos de nove minutos em Budapeste. Nesse período, as equipas pareciam já pouco dispostas a correr riscos, com Portugal, então, a trocar a bola, procurando preservá-la o máximo tempo possível, enquanto a França, por seu lado, estava também satisfeita com a manutenção do 1.º lugar (com Didier Deschamps a recomendar “calma” aos seus jogadores).

Quando o encontro terminou na Alemanha, jogava-se o segundo de cinco minutos de tempo de compensação; com o apuramento então já garantido, sem nada a perder, Fernando Santos gesticulava junto à linha lateral, quase a entrar dentro de campo, procurando empurrar a equipa para a frente, visando arriscar tudo na procura do golo da vitória, que conferiria o 1.º lugar a Portugal… mas os jogadores portugueses não o ouviram.

Aliás, pouco se jogaria já. Logo depois o árbitro dava a partida por concluída. E toda a gente pareceu sair (bastante) satisfeita, de parte a parte.

O sofrimento tinha sido muito – perante um opositor deste calibre, é difícil que se possa dizer, em qualquer momento, que se esteja tranquilo e seguro – mas Portugal, com uma boa exibição, mostrou estar à altura do grande desafio com que se deparava, repartindo os números-chave, com a posse de bola quase equitativa entre as duas equipas, 11-10 para a França no total de remates, e o mesmo número de remates à baliza (cinco para cada lado).

Não fora a incerteza sobre o desfecho do confronto de Munique, este Portugal-França poderia não ter sido mais que um animado “jogo-treino” (afinal, mesmo que o resultado tivesse sido de 2-5, não originaria qualquer alteração no escalonamento do Grupo, nem a nível das selecções apuradas para os 1/8 de final); efectivamente, da forma como as coisas correram, num e noutro campo, foram exponenciadas as emoções, numa noite de intenso thriller.

Pela oitava vez em outras tantas presenças na Fase Final de Europeus, Portugal garantia o apuramento para a fase a eliminar, um registo absolutamente ímpar. Segue-se a Bélgica, em Sevilha…

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