Liga Europa – 4ª jornada – Rangers – Benfica
26 Novembro, 2020 at 10:53 pm Deixe um comentário
Rangers – Allan McGregor, James Tavernier, Connor Goldson, Leon-Aderemi Balogun, Borna Barišić, Glen Kamara, Steven Davis, Scott Arfield, Kemar Roofe, Ryan Kent e Alfredo Morelos
Benfica – Helton Leite, Gilberto Moraes (69m – Gonçalo Ramos), Jardel Vieira, Jan Vertonghen, Alejandro “Álex” Grimaldo, Rafael “Rafa” Silva, Gabriel Pires, Francisco “Chiquinho” Machado (56m – Luís Fernandes “Pizzi”), Everton Soares, Gian-Luca Waldschmidt (56m – Diogo Gonçalves) e Haris Seferović (90m – Francisco Ferreira “Ferro”)
1-0 – Scott Arfield – 7m
2-0 – Kemar Roofe – 69m
2-1 – James Tavernier (p.b.) – 78m
2-2 – Luís Fernandes “Pizzi” – 81m
Cartões amarelos – Glen Kamara (80m); Gabriel Pires (16m), Francisco “Chiquinho” Machado (42m) e Jan Vertonghen (83m)
Árbitro – Radu Petrescu (Roménia)
Poderá até invocar-se que as ausências forçadas de Otamendi, Weigl, Taarabt e Darwin Nuñez, os últimos três afectados pela COVID-19 (para além da prolongada lesão de André Almeida) forçaram a diversas adaptações no “onze” (complementadas, por vontade própria do treinador, com as entradas de Helton Leite e Chiquinho para os lugares habitualmente ocupados por Vlachodimos – que viu interrompida uma série de 28 jogos consecutivos do Benfica nas competições europeias – e Pizzi).
Mas tal pouco terá a ver com a forma amorfa como a equipa se apresentou em campo em Glasgow, com uma falta de “atitude” competitiva, completamente desadequada da importância deste jogo.
Pelo que não surpreenderia que o Rangers entrasse praticamente a ganhar, perante um opositor “macio”, sem intensidade nem agressividade, muito passivo nas acções defensivas. A forma como o golo inaugural foi apontado é bem sintomática – três remates sucessivos, com a defesa benfiquista a “ver jogar”: primeiro, Roofe a cabecear para defesa apertada de Helton Leite, que mais não conseguiu que sacudir a bola, mas sem a afastar da zona de perigo; de imediato, Tavernier, também de cabeça, a acertar na trave; culminando no remate decisivo de Arfield…
O Benfica procurou reagir, mas se, nas acções defensivas, denotava flagrantes fragilidades, a atacar não se mostrava melhor, nunca criando efectivas dificuldades ao adversário, que, confortavelmente, ia gerindo a vantagem… até a ampliar mesmo, já a meio da segunda parte, num forte remate de meia distância, aproveitando a passividade de Vertonghen.
A equipa portuguesa tinha passado mais de uma hora de jogo praticamente “ausente de campo”, senão em termos físicos, pelo menos a nível de “cabeça”.
Após o segundo tento sofrido, Jesus – certamente pensando nada mais ter a perder, num jogo que estava já “perdido” – arriscou, fazendo sair o lateral direito para a entrada de um avançado, o jovem Gonçalo Ramos (ao mesmo tempo que fazia recuar Diogo Gonçalves).
E acabaria bafejado pela “estrelinha”, perante um opositor que, no último quarto de hora, claudicou de forma drástica – paradoxalmente Steven Gerrard não faria qualquer substituição, o que, neste contexto, parece difícil de compreender -, desde logo com o próprio Gonçalo Ramos, menos de dez minutos depois de ter entrado, a ter intervenção directa no golo: na sequência de remate pouco efectivo de Seferović, o jovem benfiquista insistiria, com Tavernier, pressionado, a desviar inadvertidamente a bola para a sua baliza.
Terá então passado pela mente dos escoceses o “fantasma” da vantagem de dois golos perdida no Estádio da Luz e, a verdade, é que, decorridos somente mais três minutos, o Benfica restabelecia a igualdade, a dois tentos! Na mais bem conseguida acção do jogo, numa combinação entre Rafa e Pizzi, outra vez com Gonçalo Ramos a ter papel determinante, seria o próprio Pizzi, pleno de intencionalidade, a concretizar o golo.
Repetia-se a recuperação de há três semanas, ficando a pairar a sensação de que, com outra atitude e abordagem, teria sido possível ao Benfica chegar à vitória, frente a um adversário que – pese embora tenha derrotado, na época passada, o FC Porto e o Braga (este, por duas vezes) – não será assim tão “forte”, como o indiciam, para além destas duas vantagens de dois golos desperdiçadas, o próprio desempenho recente a nível nacional (ainda a restabelecer-se de uma traumática “viagem de ida e volta” ao 4.º escalão do futebol escocês, desde 2012-13) e, em particular, em termos europeus.
Ou, noutro prisma, pode também questionar-se: se o Benfica experimentou tantas dificuldades frente a um adversário com o gabarito actual do Rangers, como poderá esta equipa desenhada por Jesus ser competitiva ante adversários que se situem em patamares notoriamente superiores?
O apuramento para os 1/16 de final está praticamente definido, mas, para superar essa fase, será necessário “outro” Benfica…
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