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Eleições Presidenciais EUA – 2020 (X)
Eis-nos chegados ao “Dia D” das eleições presidenciais nos EUA, com o candidato Joe Biden a perfilar-se como favorito, mas ainda com todas as possibilidades em aberto.
Resumem-se, no mapa abaixo, as tendências apontadas pelas sondagens, Estado a Estado, classificadas em quatro escalões de probabilidade (vitória praticamente segura de um dos candidatos; forte probabilidade de vitória; ligeira vantagem; situação de “empate”):
De forma esquemática, e recuperando os cenários que, semana a semana, aqui fui apresentando, resume-se de seguida a evolução de tais tendências, ao longo das últimas dez semanas:
A evolução dos números relativos a Donald Trump centra-se sobretudo no reforço (4.ª semana) ou retrocesso (3.ª e 5.º semanas) da sua posição no Estado do Ohio (18 “Grandes Eleitores”) – tendo mantido constante (125) o somatório de votos “seguros” e/ou de forte probabilidade de vitória.
Quanto a Joe Biden, começou por reforçar posições na Florida (29) – 2.ª e 6.ª semanas – e Arizona (11), registando-se retrocesso na Florida na 5.ª e 8.ª semanas.
Na 7.ª semana (13 de Outubro) o candidato democrata parecia ter, pela primeira vez, a vitória “assegurada”, ao reforçar posições determinantes em três dos Estados nos quais apresentava ainda vantagens relativamente frágeis: Arizona (11), Wisconsin (10) e Nevada (9). Em paralelo, o candidato republicano cedia no Iowa (6).
Na 8.ª semana – a duas semanas das eleições -, e para além do caso da Florida, Biden parecia ceder também terreno na Pennsylvania (20) e, novamente, no Arizona (11) – apesar de ter reforçado no Colorado (9).
Na semana passada as sondagens apontavam para a recuperação do Estado da Pennsylvania (20) por parte de Biden (reforçando também a posição no New Hampshire), o que voltava a colocar o candidato democrata em posição privilegiada para a vitória final.
Nesta derradeira semana, Biden parece ter ganho, de novo, ténue vantagem na Florida (29), enquanto a Carolina do Norte (15) voltava a situação de empate. Por seu lado, o Iowa (6) parece pender para Trump.
Em síntese, Biden terá a vitória dependente da confirmação da vantagem nos “Grandes Lagos” – fundamentalmente do desfecho na Pennsylvania: ganhando aí (sendo previsível que possa somar, pelo menos, 273 votos no Colégio Eleitoral, portanto, acima da fasquia mínima de 270), poderia até perder no Nevada, podendo dispensar, também, o Arizona e a Florida (Estados em que se perfila com vantagens mais frágeis) -, isto mesmo que Trump consiga vencer nos restantes battleground states (Ohio, Georgia e Carolina do Norte), como será, porventura, mais expectável.
Caso viesse a claudicar na Pennsylvania, as contas poderiam complicar-se: nessa circunstância Biden necessitaria – para além de triunfar no Michigan, Minnesota e Wisconsin, Estados “críticos” para o cômputo final – de ganhar igualmente no Arizona, o que não é, de todo, seguro (ou, ainda menos provável, na Florida).
Para Trump, a possibilidade de vitória nestas eleições passará, necessariamente, por ganhar na Pennsylvania (para além, claro, da Florida, Ohio, Georgia e Carolina do Norte), e, adicionalmente, ainda um outro dos Estados em que parece registar desvantagem com alguma significância (Arizona, Nevada ou Minnesota).
A eventualidade de um cenário de hipotético empate (269-269) subsiste também (por exemplo, se Biden, ganhando na Pennsylvania, viesse a perder no Arizona e no Minnesota; ou, alternativamente, caso Biden perca na Pennsylvania e numa das circunscrições do Nebraska).
Em qualquer caso, não será muito provável que Biden venha a ultrapassar os 300 “Grandes Eleitores”, como decorreria da conjugação de todas as situações em que parece dispor de alguma vantagem nas sondagens. Ao invés, em relação a Trump, será expectável que, para além da sua base de apoio “segura” e dos Estados em que apresenta vantagens menos significativas, venha a atingir, pelo menos, 219 (ou 248) votos no “Colégio Eleitoral”, pelo que a incerteza subsistirá, possivelmente, durante toda a noite eleitoral.
Se tivesse de fazer uma aposta – inevitavelmente falível -, seria nos 290-248, a favor de Joe Biden, com o seguinte detalhe (ordenando os Estados por grau decrescente de probabilidade de vitória de cada um dos candidatos):