Liga dos Campeões – 3ª Pré-Eliminatória – P.A.O.K. – Benfica
15 Setembro, 2020 at 8:53 pm Deixe um comentário
P.A.O.K. – Živko Živković, José Ángel Crespo, Sverrir Ingason, Fernando Varela, Giannis Michailidis, Dimitris Giannoulis, Christos Tzolis (80m – Anderson Esiti), Stefan Schwab, Omar El Kaddouri, Dimitris Pelkas (66m – Andrija Živković) e Chuba Akpom (70m – Karol Świderski)
Benfica – Odysseas Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Jan Vertonghen, Álex Grimaldo, Julian Weigl, Everton, Adel Taarabt (76m – Rafa Silva), Pizzi, Pedrinho (65m – Darwin Núñez) e Haris Seferović (72m – Carlos Vinícius)
1-0 – Dimitris Giannoulis / Jan Vertonghen (p.b.) – 63m
2-0 – Andrija Živković – 75m
2-1 – Rafa Silva – 90m
Cartões amarelos – Dimitris Pelkas (1m), Fernando Varela (29m), Giannis Michailidis (45m), Stefan Schwab (79m) e Anderson Esiti (90m); André Almeida (44m)
Árbitro – Felix Brych (Alemanha)
No que constitui um péssimo arranque de temporada, tendo sido eliminado por um dos, porventura, menos credenciados adversários que o suplantaram ao longo de seis dezenas de edições das provas europeias (fazendo recordar outra vexatória eliminação, frente ao clube rival da cidade, o Aris, em 1979), o Benfica falha a presença na Liga dos Campeões pela primeira vez desde 2010, após um ciclo de dez participações consecutivas! Mais, é necessário recuar a 2004 para registar a última vez que o clube fora afastado nas eliminatórias prévias desta competição…
É verdade que se tratou do primeiro jogo “a sério” da época (enquanto o PAOK tivera de derrotar já, na eliminatória anterior, a 25 de Agosto, o Besiktas), mas, ainda assim – e, pese embora, no actual contexto anómalo de pandemia – Jorge Jesus teve mais de um mês de pré-temporada para preparar este desafio, cuja importância crucial era sobejamente conhecida.
Como era (ou deveria ser) bem conhecida a forma de actuar da formação grega, orientada pelo português Abel Ferreira, também ele (e o seu perfil e predicados) muito familiares de todos nós.
Mesmo considerando a particularidade de esta eliminatória ser decidida num único encontro, no terreno do adversário (por curiosidade, o Benfica até tinha vencido, frente a este mesmo opositor, em todas as três anteriores visitas a Salónica), tal não deveria constituir, nas circunstâncias presentes – jogos realizados sem assistência – um “handicap”, antes dependendo a forma de abordagem do desafio de uma atitude mental, que, neste caso, deveria ser a de enfrentar esta partida como ela era – decisiva -, como se de uma “final” em campo neutro se tratasse.
E, nesse contexto, o Benfica, com um potencial incomensuravelmente superior ao seu adversário, deveria ter-se imposto, desde início, marcando o ritmo, garantindo uma vantagem que o deixasse a coberto de qualquer imprevisto.
Na realidade, tendo sido o Benfica a assumir a iniciativa do jogo, com um largo predomínio de posse de bola, tal domínio – estrategicamente consentido pelo oponente – revelar-se-ia estéril, ora mercê do desacerto dos seus avançados (em especial, o desastrado Seferović), ora de algumas boas intervenções de Živković (o guarda-redes). E, à medida que o tempo ia avançando, cada vez com menor intensidade, portanto, de mais fácil anulação, começando a adivinhar-se o que poderia vir a suceder (e que acabaria mesmo por se confirmar).
Ao contrário, o PAOK, tendo sabido “esperar” (mesmo que com alguma felicidade na primeira metade, culminando no remate de Pizzi a embater com estrondo no poste, a par de boas oportunidades de Taarabt e de Pedrinho), revelou-se, esta noite, mais competente, quer a defender (onde chegou a forma duas linhas, com nove elementos – tendo, já na etapa complementar, o guardião negado outra vez o golo, agora a Everton), como, sobretudo, na concretização das escassas oportunidades que criou, com um aproveitamento quase integral das (já recorrentes) falhas adversárias.
Pouco depois da hora de jogo, num lance rápido, enleando a defesa contrária, com um passe atrasado para a zona nevrálgica da área, surgindo Dimitris Giannoulis (que iniciara a arrancada) e o central Jan Vertonghen a “dividir” o desvio fatal para a baliza portuguesa; pouco mais de dez minutos volvidos, numa lesta contra-ofensiva conduzida pelo mesmo Giannoulis, após uma perda de bola no ataque benfiquista (Vinícius), o esférico chegou a um desmarcadíssimo Živković (o avançado, que, ainda há pouco mais de uma semana, integrava o plantel do… Benfica), o qual, flectindo da direita para o centro, tirando o adversário mais próximo (Grimaldo) do caminho, desferiu um remate “seco”, sem hipótese de defesa para Vlachodimos, selando o desfecho desta eliminatória (instantaneamente como que “pedindo desculpa” por tal).
O tento de Rafa, ao 95.º minuto (último do período de compensação) – já depois de o outro Živković ter, “miraculosamente”, salvado um remate subtil de Grimaldo, que levada “selo de golo” -, chegaria tarde demais…
De forma triste, falhando rotundamente este fulcral (em termos desportivos e, principalmente, financeiros) compromisso, o Benfica vê-se – logo de entrada, após um único jogo na prova – despromovido à Liga Europa, com um estranhamente conformado Jesus a ter de mostrar muito “mais serviço”, e rapidamente.
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