Liga dos Campeões – 5ª jornada – RB Leipzig – Benfica
27 Novembro, 2019 at 10:56 pm Deixe um comentário
RB Leipzig – Péter Gulácsi (64m – Yvon Mvogo), Lukas Klostermann, Ethan Ampadu (56m – Nordi Mukiele), Dayot Upamecano, Marcelo Saracchi (70m – Patrik Schick), Marcel Sabitzer, Konrad Laimer, Diego Demme, Emil Forsberg, Christopher Nkunku e Timo Werner
Benfica – Odysseas Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Francisco Ferreira “Ferro”, Alejandro “Álex” Grimaldo, Luís Fernandes “Pizzi” (90m+3 – Caio Lucas), Adel Taarabt, Gabriel Pires, Franco Cervi (90m+8 – João Filipe “Jota”), Francisco “Chiquinho” Machado e Carlos Vinícius (82m – Raúl de Tomás)
0-1 – Luís Fernandes “Pizzi” – 20m
0-2 – Carlos Vinícius – 59m
1-2 – Emil Forsberg (pen.) – 90m
2-2 – Emil Forsberg – 90m (+6)
Cartões amarelos – Julian Nagelsmann (Treinador – 90m); Adel Taarabt (52m) e Rúben Dias (89m)
Árbitro – Jesús Gil Manzano (Espanha)
Foi um empate de sabor bem amargo o desta noite, o 100.º no historial europeu do Benfica. Contando agora com 200 vitórias e 100 empates (em 429 encontros), o Benfica totaliza 500 pontos (na base de 2 pontos/vitória) em jogos das competições europeias, igualando nesse ranking histórico o AC Milan, marca apenas superada pelos “colossos” Barcelona, Real Madrid, Bayern, Juventus e Liverpool.
Mas foi também um empate que custou o afastamento da “Liga dos Campeões” da presente temporada, e que deixa apenas uma relativamente ténue esperança de transição para a Liga Europa (implicará ganhar ao Zenit por 2-0 ou, alternativamente, por três golos de diferença – excepto se o Lyon perder na última ronda com o RB Leipzig, caso em que um triunfo tangencial serviria à equipa portuguesa).
E, sobretudo, pela forma como foi concedido; em toda a longa história (59 temporadas) do Benfica nas provas europeias, nunca tinha deixado escapar uma vantagem de dois golos nos derradeiros minutos. Aliás, até hoje, somente por duas vezes o Benfica tinha consentido o empate em período de compensação: em 2016-17, com o Besiktas (1-1); e em 2009-10, no Estádio da Luz, ante o Marseille (também 1-1). Por outro lado, apenas em três ocasiões foi derrotado no tempo de “descontos”: duas vezes pelo Chelsea (nas temporadas de 2011-12 e 2012-13, na Final da Liga Europa, ambas por 1-2) e, na época passada, pelo Ajax (0-1).
Conhecedor do resultado do embate entre Zenit e Lyon (2-0 para o clube russo), disputado à tarde, o Benfica continuava a depender de si próprio, pese embora a tarefa que tinha pela frente fosse de elevadíssimo grau de dificuldade: seria necessário ganhar na Alemanha por dois golos de diferença, para obter vantagem no confronto directo com o RB Leipzig.
Com uma boa entrada em jogo, apostando na experiência (com o regresso ao “onze” titular de André Almeida e Pizzi), Taarabt e Gabriel no eixo do terreno e a dupla ofensiva formada por Chiquinho e Carlos Vinícius, a turma portuguesa apresentou-se compacta e personalizada; mesmo cedendo maior posse de bola ao adversário, que, nessa fase inicial, não constituiu grande perigo, ia espreitando a oportunidade de se aproximar da baliza contrária.
E o Benfica viria mesmo a chegar ao tento inaugural, ainda relativamente cedo, não estavam decorridos vinte minutos, após tentativa de combinação de Taarabt com Carlos Vinícius, com a bola, na sequência do corte do defesa do Leipzig, a sobrar para Pizzi, valendo o seu grande sentido de oportunidade, a rematar de primeira, sem hipótese de defesa para Gulácsi.
Na resposta, Vlachodimos foi chamado a testar os reflexos, mas, com o correr do tempo, o Benfica ia ganhando confiança, por um lado, condicionando a manobra ofensiva do opositor, por outro, beneficiando da estratégia de maior risco adoptada pela formação alemã. Até final do primeiro tempo, seriam repartidas as ocasiões de perigo, por Forsberg e, outra vez, Pizzi, com um remate em arco, que levou a bola a embater na trave, depois de ter desviado num defesa, num lance de grande “frisson”.
Na segunda metade, o Leipzig intensificaria a pressão, fazendo o Benfica passar por algumas situações de apuros. Mas, à passagem da hora de jogo, outra vez com grande concentração e muita classe, Carlos Vinícius aproveitou uma escorregadela de um adversário para se isolar, correu em passada enérgica durante largos metros, com a bola controlada e, à saída do guarda-redes, com grande frieza, desviou a bola do seu alcance, acabando ainda, inadvertidamente, por não conseguir evitar o contacto, de que resultaria a lesão que forçaria a substituição de Gulácsi, após paragem de cerca de cinco minutos.
Com o 2-0, o Benfica voltava a ser “dono do seu destino”: mantendo esse resultado até final, “bastar-lhe-ia” vencer a última partida em casa para garantir o apuramento para a fase seguinte da “Liga dos Campeões”. Faltava, porém, ainda muito tempo, mais de meia hora…
Frente a um adversário de grande valia (actual vice-líder da Bundesliga, a par do Bayern), com um intenso poderio ofensivo (média de quase 3 golos por jogo), a equipa portuguesa foi resistindo, e parecia poder conseguir “levar a água ao seu moinho”.
Até porque, com o jogo “partido”, com o Leipzig atirado para a frente, Raúl de Tomás, com grande clarividência, apercebendo-se do adiantamento do guardião substituto, desferiu um remate de muito longa distância, ainda antes do meio campo, que se encaminhava para a baliza, quando Mvogo, no último instante, conseguiu ainda, com uma estirada, desviar a bola para canto, salvando “in extremis” o que poderia ter sido o terceiro golo do Benfica.
Contudo, quando se poderia pensar que o período mais difícil estaria superado, praticamente em cima do final do tempo regulamentar, Rúben Dias terá feito falta sobre Schick, sancionada pelo árbitro com grande penalidade, de que resultou o golo do Leipzig.
E, na sequência das paragens para assistência aos guarda-redes do Benfica e do Leipzig, o árbitro atribuiria um período de compensação de nove minutos (acabariam por ser 10 minutos e meio, ou seja, para além dos 100 minutos de tempo total), o que se consubstanciou num decisivo suplemento anímico para a turma germânica.
Numa fase em que já não havia frescura física para manter uma organização defensiva que pudesse limitar os efeitos das investidas contrárias, com enormes dificuldades para suster o futebol directo, com bolas a serem sistematicamente lançadas sobre a área, o Benfica acabaria por “sucumbir” quando acabara de se completar o quinto minuto de “descontos”, com Werner a cruzar para o cabeceamento inapelável de Forsberg, à vontade, liberto de marcação.
Nos cinco minutos suplementares até final, o Benfica teria ainda a energia mental para procurar mais um par de lances de ataque, mas não teve, então, a felicidade pelo seu lado, num ou noutro ressalto de bola na zona defensiva do Leipzig.
No cômputo geral, atendendo ao desempenho das duas equipas dentro de campo, o resultado acaba por se ajustar às diferentes fases por que o desafio se caracterizou; porém, a forma como foi consentido, é deveras penalizadora e frustrante para os portugueses, não podendo evitar um sinal de impotência, enquanto, ao invés, para os alemães, se traduziu no festejo da qualificação para os 1/8 de final, garantida já “fora de horas”.
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