U. Tomar – Centenário (XIX)
9 Fevereiro, 2014 at 12:00 pm Deixe um comentário
(“O Templário”, 06.02.2014)
Na sequência do seu brilhante triunfo na Zona Norte, o União de Tomar disputaria, no Estádio do Restelo – a 13 de Junho de 1968 (um mês após o termo do campeonato…) –, com o vencedor da Zona Sul, o Atlético, o título de Campeão Nacional da II Divisão.
Jogando em campo relvado, a que não se encontrava ainda completamente adaptada, tendo começado mesmo por se colocar em vantagem (golo de Djunga), numa partida muito disputada, e após ter conseguido ainda restabelecer a igualdade a dois golos (por Lecas), a turma unionista acabaria por vir a ser derrotada no derradeiro minuto – quando se aguardava já o prolongamento, em que os tomarenses poderiam porventura levar vantagem por denotarem melhor condição física…
«Atlético e U. Tomar foram dignos um do outro, lutando como dignos finalistas de um Campeonato longo, duro e esgotante como o da II Divisão ao qual cada uma destas equipas demonstrou capacidade física e valia técnica para se imporem aos restantes componentes das duas zonas.
No despique emocionante e renhido que travaram entre si no Restelo, perante um público interessado e galvanizado pelas peripécias da luta, o Atlético foi indiscutivelmente o mais feliz, conquistando um título que teria assentado também com toda a justiça à turma de Tomar.
No balanço geral da partida foram os tomarenses, inegavelmente, que apresentaram melhor estrutura, praticando um futebol mais racional e por isso mesmo mais intencional e incisivo e de índice técnico-táctico mais elevado. Não puderam, no entanto, ser indiferentes ao clima decisivo do jogo e daí terem evidenciado no capítulo de concretização a mesma falta de objectividade que patentearam os alcantarenses.
As circunstâncias anormais em que o grupo de Tomar sofreu o último golo – e que ficou como o momento culminante do desafio deram ao desfecho da pugna um acre sabor de injustiça. Foi um momento de infortúnio mesmo no declinar do tempo regulamentar, mas a sorte também faz parte do jogo e o insólito desse golo, aliás muito bem executado pelo marcador, de modo algum pode ensombrar o título que ficou em poder do Atlético. De resto, a turma alcantarense, tanto pelo seu empenho, como pelo seu manifesto propósito de tornear as dificuldades criadas pelo adversário tarefa de que acabou por se sair airosamente com mais ou menos acerto – foi um digno campeão, igualando em mérito outras virtudes patenteadas pelos tomarenses.»(1)
De forma honrosa, o União de Tomar, oferecendo digna réplica ao seu valoroso adversário, acabaria por perder por 2-3. Alinharam nesta Final – a segunda que o clube disputava a nível nacional, depois da que vencera três anos antes, em 1964-65 – os seguintes onze: Conhé; Cabrita, Faustino, Alexandre e Santos; Bilreiro e Cláudio; Djunga, Lecas, Alberto e Totói.
Seria necessário aguardar ainda alguns anos, para que, disputando nova Final, o clube tivesse a possibilidade de se sagrar uma vez mais Campeão Nacional…
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