Archive for 5 Janeiro, 2014
U. Tomar – Centenário (XIV)
(“O Templário”, 02.01.2014)
Mas a época de 1964-65 ainda não chegara ao seu termo. Alcançado enfim o tão ansiado objectivo, de promoção à II Divisão Nacional, o União de Tomar defrontaria, nas ½ Finais do Campeonato da III Divisão, a formação do Casa Pia, cotada como principal candidata ao título, prestigiada com a sua invencibilidade no decurso da temporada, ao longo de um total de mais de trinta jogos, tendo-se sagrado Campeã Distrital de Lisboa, e vencido a sua série da III Divisão.
A 4 de Julho, em mais um jogo épico, no Campo da Mata, nas Caldas da Rainha, depois de ter chegado ao intervalo em desvantagem de dois golos, o União conseguiria, por via de três tentos, marcados por Ernesto, Pedro Silva e Morado (este a dois minutos do termo da partida, quando já se aguardava o prolongamento), vencendo por 3-2, garantir a presença na prestigiante Final do Campeonato Nacional da III Divisão.
A 11 de Julho de 1965, o Estádio do Calhabé, em Coimbra, recebia esta Final, em que o União de Tomar marcava presença inédita no seu historial, defrontando a turma da Ovarense – já aureolada com o título conquistado em 1949-50 –, conquistando, após renhida disputa, decidida apenas no prolongamento, com triunfo dos rubro-negros por 3-1, o título de Campeão Nacional:
«No Estádio Municipal de Coimbra, acabou no passado domingo a maratona do futebol nacional e felizmente para todos nós, tomarenses, ela acabou em beleza e em triunfo, pois confirmou aquilo que todos nós sabíamos: (e que nos perdoem todos os adversários do União), o União Futebol Comércio e Indústria de Tomar é e foi ao longo de 37 jogos, a melhor equipa do País no escalão da 3.ª Divisão. […]
Foram precisos 120 minutos, para que o União trouxesse para Tomar o título de campeão: entretanto bastaram os primeiros 20 para que ficasse demonstrado o valor da nossa equipa. Durante este período evoluiu no relvado de Coimbra uma equipa que deixou entusiasmado o público e os críticos mais severos. […]
Marcou o União um único golo neste período, mas a verdade é que o resultado podia ter sido elevado para mais dois golos que não surpreenderia ninguém. Um deslize da defesa do União deu aso a que a Ovarense crescesse e foram só cinco minutos que duraram este ascendente e suficiente para que empatassem a partida. […]
E foi neste sistema que se jogou quase toda a segunda parte. O União a jogar mais futebol e a criar mais perigo, o Ovarense a lutar com muita energia, contra atacando aqui e ali. […]
Quando se chegou ao prolongamento, e para aqueles que conhecem bem o valor do União, poucas dúvidas havia quanto ao vencedor. […]
Veio uma jogada perfeita e Totoi com uma descontracção absoluta anichou a bola nas redes. Tentaram responder os rapazes do Ovarense, mas a verdade é que lhes faltava aquilo que o União tinha: frescura física. E veio mais uma jogada de Ernesto que culminou com um remate dando um golo monumental (o mais belo do jogo).»(1)
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