Archive for Março, 2012
Fim da publicação da “Enciclopédia Britânica”

Após 244 anos, foi anunciado o fim da publicação impressa da “Enciclopédia Britânica”, entretanto convertida num objecto de luxo, nos seus 32 volumes, pesando no total quase 60 kg, com um preço na ordem dos 1 400 dólares. Um claro sinal de uma tendência inexorável: os editores dispõem agora de uma ferramenta melhor, por via da actualização contínua do site, o qual possibilita também o uso de funcionalidades multimédia.
O impossível acordo
Na discussão do Acordo Ortográfico, além dos termos de uma estéril querela que se fica por questões de princípio, é possível perceber que por mais críticas que tenha suscitado, por mais que tenha sido desautorizado cientificamente, ele resistiu pela sua condição de projeto político. […]
Mas, se a discussão não ocorreu nos moldes desejáveis, isso deve-se em grande parte ao facto de o Acordo ter sido elaborado e negociado sem se cumprir a exigência de ouvir os linguistas e outras entidades que têm especial competência sobre o assunto. O Acordo nasceu como uma opção política e como tal foi imposto. […]
Assim, em várias e competentes instâncias, o AO foi criticado, desautorizado enquanto documento técnico-científico, considerado inepto e nefasto. Em sua defesa, porém, o mais que pudemos ler foram artigos em jornais, refugiados nas questões genéricas das supostas vantagens de um acordo, sem responderem aos argumentos dos críticos. É fácil perceber que a impermeabilidade à crítica e a imunidade do AO estavam garantidas pelo facto de se tratar de um instrumento político para servir a estratégia ideológica da lusofonia. […]
É grande a confusão, e um breve exame ao que se passa nas instituições que já adotaram o Acordo mostra que ninguém o aplica corretamente e instituíram-se normas locais, casuísticas e decididas arbitrariamente, para impor normas que faltam, para suprir as incongruências e as contradições do AO (por exemplo, neste jornal em que escrevo, espectador começou por perder a consoante não articulada c, mas já a reconquistou). Como vai ser possível ensinar a ortografia nas escolas? Como reagirão os alunos quando um professor os ensinar a escrever uma palavra de uma determinada maneira e um outro professor os ensinar de maneira diferente?
A inexistência de um Vocabulário Ortográfico Comum (prometido para janeiro de 1992 e que era um dos requisitos da entrada em vigor do Acordo) torna tudo ainda mais complicado. Ou será que esse Vocabulário Ortográfico Comum não existe porque não pode existir e não passa de uma enorme falácia?
(António Guerreiro – Expresso)
Liga Europa – Sorteio dos 1/4 Final e das 1/2 Finais
1/4 Final
AZ Alkmaar – Valencia
Schalke 04 – Athletic Bilbao
Sporting – Metalist Kharkiv
At. Madrid – Hannover
1/2 Finais
At. Madrid/Hannover – AZ Alkmaar/Valencia
Sporting/Metalist Kharkiv – Schalke 04/Athletic Bilbao
Os jogos da primeira mão dos 1/4 Final serão disputados a 29 de Março de 2012, estando a segunda mão agendada para 5 de Abril.
Liga dos Campeões – Sorteio dos 1/4 Final e das 1/2 Finais
1/14 Final
APOEL – Real Madrid
Marseille – Bayern München
Benfica – Chelsea
AC Milan – Barcelona
1/2 Finais
Marseille/Bayern München – APOEL/Real Madrid
Benfica/Chelsea – AC Milan/Barcelona
Os jogos da primeira mão dos 1/4 Final serão disputados a 27 e 28 de Março de 2012, estando a segunda mão agendada para 3 e 4 de Abril.
Liga Europa – 1/8 Final (2ª mão)
2ª mão 1ª mão Total Olympiakos - Metalist Kharkiv 1-2 1-0 2-2 Manchester City - Sporting 3-2 0-1 3-3 Schalke 04 - Twente 4-1 0-1 4-2 Hannover - Standard Liège 4-0 2-2 6-2 PSV Eindhoven - Valencia 1-1 2-4 3-5 Udinese - AZ Alkmaar 2-1 0-2 2-3 Besiktas - At. Madrid 0-3 1-3 1-6 At. Bilbao - Manchester United 2-1 3-2 5-3
A(s) grande(s) surpresa(s) desta eliminatória traduz-se no afastamento de ambas as equipas de Manchester das provas europeias desta época, com dupla derrota do United ante o Athletic Bilbao, e a proeza do Sporting, eliminando o City, num final de jogo de grande sofrimento, depois de estar a vencer por 2-0 a meia-hora do termo do encontro – com Rui Patrício, a defender, com uma magnífica estirada, no último segundo do jogo, uma perigosíssima cabeçada do guarda-redes adversário!
Surpresa aconteceu também em Atenas, com o Olympiakos a ser eliminado pela equipa ucraniana do Metalist Kharkiv, por dois golos sofridos já nos derradeiros minutos.
Nos 1/4 Final marcam também presença At. Madrid (com dois rotundos triunfos) e Valencia (integrando assim um contingente de três equipas espanholas apuradas), assim como duas equipas alemãs (com Hannover e Schalke 04 a golearem nesta 2ª mão), com Valencia e Schalke 04 eliminando duas das três equipas holandesas, mantendo-se assim como último resistente da Holanda na competição o AZ Alkmaar (afastando o último representante italiano).
Liga dos Campeões – 1/8 Final (2ª mão)
2ª mão 1ª mão Total APOEL - Olympique Lyonnais 1-0 0-1 1-1 Chelsea - Napoli 4-1 (a.p.) 1-3 5-4 Arsenal - AC Milan 3-0 0-4 3-4 Bayern München - Basel 7-0 0-1 7-1 Barcelona - Bayer Leverkusen 7-1 3-1 10-2 Real Madrid - CSKA Moskva 4-1 1-1 5-2 Benfica - Zenit St. Petersburg 2-0 2-3 4-3 Inter - Olympique Marseille 2-1 0-1 2-2
Com uma boa exibição, denotando uma equipa coesa, em que sobressaíram um enorme Witsel, a pautar todo o jogo benfiquista, Maxi Pereira, sempre em “alta rotação” – autor de dois golos nesta eliminatória -, Luisão, seguríssimo na defesa, e Bruno César, a aguentar a posse de bola no período final, o Benfica conseguiu uma tão justa como importante vitória, catapultando a equipa para a elite do futebol europeu, regressando, seis anos depois, aos 1/4 Final da Liga dos Campeões.
Em Londres, quase acontecia o milagre: derrotado por 0-4 em Milão, o Arsenal chegou ao intervalo a vencer por 3-0; faltou-lhe apenas um golo para igualar a eliminatória.
O Barcelona arrasou completamente os alemães do Bayer Leverkusen, que apenas marcaram o “golo de honra” no último minuto, com um fantástico desempenho de Lionel Messi, autor de 5 golos!
Por fim, de destacar a proeza da equipa cipriota do APOEL – na qual militam três jogadores portugueses -, alcançando, pela primeira vez no historial do país nas provas europeias, os 1/4 Final, vencendo o Lyon, no desempate da marca de grande penalidade, por 4-3.
O Bayern não quis ficar atrás do Barcelona, e, depois dos 7-1 para o campeonato, no passado fim-de-semana, hoje esmagou a equipa de Basileia por 7-0, com quatro golos de Mario Gómez! Uma espécie de revanche alemã, face à humilhação sofrida pelo Bayer Leverkusen.
Em Milão, o Inter, a vencer por 1-0 até ao último minuto, esperava pelo prolongamento quando a equipa do Marselha, com um golo, decidiu a eliminatória a seu favor; haveria ainda tempo para, na sequência de uma grande penalidade, no derradeiro lance do desafio, o Inter vencer por 2-1… mas Pedro Proença apitaria de imediato para o final da partida.
Depois das provações passadas na gélida Moscovo no jogo da 1ª mão, o Real Madrid não teve dificuldades em vencer o CSKA Moscovo, apurando-se com naturalidade para os 1/8 Final, numa partida em que Cristiano Ronaldo somou mais 2 golos à sua conta pessoal.
Em Londres, o Chelsea, com muita garra, conseguiu uma excelente reviravolta no marcador face ao Nápoles, arrancada a ferros, consumada apenas no prolongamento, mantendo-se como único representante do futebol inglês na principal competição europeia de futebol.
Alargamento – A mentira desportiva
Há coisas que não podem ser classificadas de boas ou más, porque são simplesmente palermas. Mas ditar um alargamento da Liga, a oito jornadas do fecho do campeonato, sem qualquer descida de divisão vai muito para lá disto: é um acto de irresponsabilidade assustadora e, pior ainda, uma violação de todos os princípios pelos quais se regem as normas desportivas. Se tal deliberação chegasse a concretizar-se (o que é impensável, mas já lá vamos) estaríamos na presença da genuína mentira desportiva.
(Mário Fernando, Jogo Jogado)
“Parque Escolar: a vergonha dos media e do Ministro da Educação”
É simplesmente inaceitável o discurso que pudemos ler e ver replicado sobre o comportamento da Parque Escolar difundido pelo Ministro da Educação e reproduzido acriticamente pela imprensa. Esta última tem a atenuante (ou será agravante?) de não ter tido acesso ao relatório da Inspeção Geral de Finanças em que o Ministro teria fundado a sua opinião. Aquilo que era um desvio de mais de 400% face a uma estimativa inicial não encontra qualquer fundamento do relatório da IGF, relatório esse cujo acesso só agora, depois de veiculadas as notícias bombásticas, se tornou disponível para consulta. Resta ao leitor (aos que podem, pelo menos) ir à fonte, confirmar os factos (o blogue Educar disponibiliza as conclusões do Relatório da IGF à Parque Escolar aqui) e formar a sua opinião. Neste caso, terá que ler o relatório da Inspeção Geral de Finanças e ficar pasmado com o que teria sido mais um “desvio colossal” que afinal não o foi.
O ex-jornalista e político do BE, Daniel Oliveira, fez mais pelo país e pela honestidade do que o ministro e dezenas de jornalistas juntos. Não tenho qualquer simpatia particualr pelo BE, ou sequer pelo anterior governo, mas gosto de ter a sensação de que não estou a ser enganado e sistematicamente tomado por parvo. Assim sendo foi confirmar os factos e por isso tomo a liberdade de recomendar o artigo de opinião de Daniel Oliveira no Expresso (“A mentira de Nuno Crato sobre a auditoria à Parque Escolar“) de que aqui reproduzimos um generoso excerto que não dispensa de todo a leitura integral (até pelas justas críticas aos ajustes diretos que por lá concretiza) […]
“Prefácio”
A crise política de 2011
Dois dias depois da minha tomada de posse como Presidente da República, para o exercício de um segundo mandato, acelerou-se o desenvolvimento de uma crise política cujos sinais já se vinham avolumando no horizonte.
A 11 de março de 2011, o Governo divulgou ao País um amplo conjunto de medidas de austeridade e de reformas estruturais que tinham acabado de ser apresentadas às instâncias comunitárias, o chamado “PEC IV”, visando reduzir o défice das contas públicas e o reforço da competitividade da economia portuguesa. O anúncio inesperado deste programa suscitou de imediato uma reação negativa de todos os partidos da oposição, que criticaram quer o seu conteúdo, quer a forma como o mesmo fora apresentado à União Europeia, sem previamente ser comunicado às diversas forças políticas. Por imperativos de defesa do interesse nacional, sempre fora prática na vida política portuguesa os governos informarem antecipadamente as outras forças partidárias das posições que iriam tomar em Bruxelas.
Não dispondo o Governo de apoio maioritário na Assembleia da República, rapidamente se disseminou o sentimento de que aquele programa seria rejeitado se fosse submetido a votação no Parlamento. Em menos de 24 horas, todos os partidos da oposição manifestaram-se pública e inequivocamente no sentido da rejeição do “PEC IV”. Percebi claramente que o risco de eclosão de uma crise política, já latente há alguns meses, se agravara de forma súbita. […]
O anúncio do “PEC IV” apanhou-me de surpresa. O Primeiro-Ministro não me deu conhecimento prévio do programa, nem me tinha dado conta das medidas de austeridade orçamental que o Governo estava a preparar e da sua imprescindibilidade para atingir as metas do défice público previstas para 2011, 2012 e 2013. Pelo contrário, a informação que me era fornecida referia uma situação muito positiva relativamente à execução orçamental nos primeiros meses do ano. O Primeiro-Ministro não informou previamente o Presidente da República da apresentação do Programa de Estabilidade e Crescimento às instituições comunitárias. Tratou-se de uma falta de lealdade institucional que ficará registada na história da nossa democracia. O Presidente da República, nos termos constitucionais, deve ser informado acerca de assuntos respeitantes à condução da política interna e externa do País.
Prefácio do Presidente da República no livro de intervenções “Roteiros VI”
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Cavaco Silva é um homem acossado pela falta de perfil para o cargo que ocupa. A falta de cultura, e inadaptação às funções que o eleitorado lhe confiou, levam-no a esconder as suas insuficiências com enorme agressividade e falta de rigor nas explicações.
Quem praticou a colossal deslealdade da acusação das “escutas” a Belém, próxima das eleições legislativas de 2009, e acabou por promover Fernando Lima, o mensageiro da intriga, na tentativa de implicar Sócrates, devia exonerar do seu vocabulário a palavra «deslealdade» e abster-se de falar de quem está ausente da política e tem o sentido de Estado que o impede de se defender.
(Carlos Esperança, no Ponte Europa)
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Silva Pereira acusa Cavaco Silva de ser o “campeão da deslealdade institucional” (clicar na imagem para ver o vídeo)
Liga Europa – 1/8 Final (1ª mão)
Metalist Kharkiv – Olympiakos 0-1 Sporting – Manchester City 1-0 Twente – Schalke 04 1-0 Standard Liège – Hannover 2-2 Valencia – PSV Eindhoven 4-2 AZ Alkmaar – Udinese 2-0 At. Madrid – Besiktas 3-1 Manchester United – Athletic Bilbao 2-3
Um excelente golo de Xandão, com um subtil toque de calcanhar, na recarga, após defesa do guarda-redes do Manchester City, na sequência de um livre, proporcionou uma muito boa vitória do Sporting, a alimentar a esperança na discussão da eliminatória em Manchester, frente ao “todo-poderoso” City.
O outro grande destaque desta ronda vai, por maioria de razão, para a vitória do At. Bilbao, frente… à outra equipa de Manchester, em Inglaterra!
As equipas espanholas conseguiram um pleno de três vitórias, com o Valencia – batendo o PSV por 4-2 (chegou a estar a vencer por 4-0…) – a impedir igual proeza das equipas holandesas.
A 2ª mão desta eliminatória será disputada já na próxima quinta-feira, 15 de Março.




