Mundial 2010 – Balanço intercalar
21 Junho, 2010 at 9:25 pm Deixe um comentário
O Campeonato do Mundo de Futebol de 2010 atingiu hoje (em número de jogos disputados) a sua metade, não obstante terem decorrido apenas 11 dias de competição.
Após a realização dos 32 jogos das duas primeiras rondas da Fase de Grupos poderão ser inúmeras as ilações a retirar, mas poucas de carácter definitivo; basicamente, duas: Holanda e Brasil garantiram já o apuramento para os 1/8 Final; as selecções da Coreia do Norte e Camarões estão já virtualmente eliminadas.
Subsistem, assim, ainda por atribuir, 14 vagas na fase seguinte da prova, com nada menos que 28 países ainda na liça; por sua vez, estes podem dividir-se em dois grupos:
- os que dependem apenas de si (17): Uruguai, México, Argentina, Grécia, Eslovénia, EUA, Inglaterra, Gana, Alemanha, Sérvia, Japão, Dinamarca, Paraguai, Itália, N. Zelândia, Portugal e Chile; e
- os que se encontram dependentes de resultados de terceiros (11): França, África do Sul, Coreia do Sul, Nigéria, Argélia, Austrália, Eslováquia, Costa do Marfim, Suíça, Espanha e Honduras.
A situação, Grupo a Grupo, ainda com uma infinidade de possibilidades em aberto:
Grupo A – Uruguai e México necessitam de apenas um empate para garantir a qualificação, pelo que este resultado na partida da última ronda entre estas duas selecções afastaria automaticamente a França e a África do Sul, equipas com uma ténue réstia de esperança: a de, vencendo, conseguir ainda anular a diferença de golos desfavorável que registam face às selecções americanas (desde que uma delas vença a outra), cifradas entre um mínimo de 4 golos (França vs. México) e 6 golos (África do Sul vs. Uruguai).
Grupo B – A Argentina até poderá perder com a Grécia… desde que a Coreia do Sul não vença a Nigéria. A Grécia dependerá apenas de si, na hipotética medida em que tenha a capacidade de vencer a Argentina por 3 golos de diferença! Pode, não obstante qualificar-se com uma vitória tangencial, desde que a Coreia do Sul não vença; ou, empatando, se os coreanos forem derrotados. À Coreia do Sul, que dispõe de vantagem sobre a Grécia, por ter mais um golo marcado, bastar-lhe-á obter o mesmo resultado que a equipa helénica… desde que não perca. Por fim, a Nigéria será apurada desde que vença a equipa coreana, mas apenas se a Grécia for derrotada pela Argentina.
Grupo C – A Eslovénia necessita “apenas” de um empate frente à Inglaterra, mas poderá mesmo apurar-se em caso de derrota, desde que haja empate no EUA-Argélia, ou, sendo a Argélia a ganhar, desde que as eventuais vitórias na última jornada sejam pela margem mínima, excepto se a Argélia marcar mais 3 golos que os eslovenos. Os EUA dependem também apenas de si próprios: a vitória sobre a Argélia garante-lhes o apuramento, podendo mesmo qualificar-se com um empate se a equipa inglesa não vencer. A Inglaterra encontra-se em circunstância análoga (não obstante a desvantagem decorrente de ter menos 2 golos marcados que os estado-unidenses): apura-se com a vitória frente à Eslovénia, ou com um empate… desde que os EUA não percam, e, neste caso, apenas na eventualidade de marcarem pelo menos mais 2 golos que os rivais do outro lado do Atlântico. Por fim, a Argélia poderá qualificar-se apenas se vencer, se a Inglaterra não ganhar à Eslovénia, ou, neste caso, se conseguir superar a actual desvantagem de golos face aos eslovenos.
Grupo D – O Gana qualifica-se se vencer, ou, empatando com a Alemanha, desde que a Sérvia não derrote a Austrália; pode inclusivamente apurar-se perdendo, desde que mantenha a vantagem no desempate por diferença de golos face à Sérvia (em caso de empate desta) e à Austrália (em caso de vitória desta equipa). A Alemanha apresenta-se em situação análoga: a vitória garante-lhe a qualificação, que pode também obter com um empate (desde que a Sérvia não ganhe), e, inclusivamente, perdendo, com as mesmas condicionantes que o Gana. A Sérvia garante também o apuramento se ganhar à Austrália e, empatando, desde que a Alemanha perca; no limite, poderá hipoteticamente qualificar-se com uma derrota, se os alemães sofressem uma goleada. Finalmente, a Austrália, não só necessita imperiosamente de vencer, como terá de esperar por uma derrota alemã…
Grupo E – Com a Holanda já qualificada, tudo se decide entre Japão e Dinamarca, no jogo que opõe as duas selecções, com vantagem (por 1 golo de diferença) para o Japão, a quem bastará portanto o empate; à Dinamarca só a vitória servirá.
Grupo F – O Paraguai apura-se desde que não perca com a N. Zelândia, ou, mesmo se for derrotado, se houver empate no Itália-Eslováquia ou se a Eslováquia, vencendo os italianos, não anular a desvantagem de 4 golos face aos paraguaios com que entra na derradeira ronda. Itália e N. Zelândia, que, de forma absolutamente inesperada, partem em absoluta igualdade para o jogo decisivo, serão apurados se vencerem; caso empatem, será apurada a equipa que marcar mais golos, podendo haver a necessidade de recorrer a um sorteio para desempatar a tal igualdade absoluta. Por fim, a Eslováquia necessitará de vencer os Campeões do Mundo, Itália, e esperar que a N. Zelândia não derrote o Paraguai; se esta última variante ocorrer, a Eslováquia necessitaria anular a referida desvantagem de 4 golos face aos paraguaios.
Grupo G – Com o Brasil também já qualificado para os 1/8 Final, a vaga restante disputa-se entre Portugal e Costa do Marfim. À equipa portuguesa bastará um empate, ou, caso seja vencida pelo Brasil, não desperdiçar a vantagem de 9 golos que detém sobre os marfinenses… A equipa africana necessita de – em caso de derrota portuguesa pela margem mínima – vencer por 8 golos de diferença, ou um tento a menos por cada golo adicional da eventual desvantagem da selecção portuguesa.
Grupo H – O Chile será apurado desde que obtenha, no mínimo, um empate frente à Espanha; caso seja derrotado, necessita que a Suíça não vença as Honduras, ou, se tal acontecer, não supere a desvantagem de golos. A Espanha poderá apurar-se vencendo, empatando, ou até perdendo, desde que faça pelo menos resultado igual ao que a Suíça obtiver no jogo com os hondurenhos. A Suíça apura-se se vencer, desde que a Espanha não ganhe (ou, se tal ocorrer, se reverter a desvantagem de 1 golo); ou, caso empate, se a Espanha perder; pode ainda apurar-se perdendo, desde que a Espanha seja derrotada por margem superior, e no pressuposto de que manteria a vantagem de golos face à equipa centro-americana. Finalmente, as Honduras apenas podem sonhar com uma vitória face aos helvéticos e com uma derrota da Espanha, necessitando de inverter a desvantagem de 4 golos relativamente aos espanhóis e de 3 golos em relação à Suíça.
Sobre a forma em que as equipas se encontrarão e o modo como impressionaram nos dois jogos já disputados, parece ser ainda demasiado prematuro estar desde já a fazer projecções para a fase mais decisiva da competição…
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