Archive for 15 Junho, 2010
Mundial 2010 – Portugal – Costa do Marfim
0-0
Eduardo, Paulo Ferreira, Bruno Alves, Ricardo Carvalho, Fábio Coentrão, Pedro Mendes, Deco (62m – Tiago), Raul Meireles (85m – Ruben Amorim), Cristiano Ronaldo, Danny (55m – Simão Sabrosa) e Liedson
Boubacar Barry, Guy Demel, Kolo Touré, Didier Zokora, Siaka Tiene, Yaya Touré, Emmanuel Eboué (89m – Romaric), Cheik Ismael Tiote, Gervinho (82m – Abdelkader Keita), Salomon Kalou (66m – Didier Drogba) e Aruna Dindane
(foto Diário de Notícias)
Ao 13º jogo do Mundial, a selecção de Portugal entrou finalmente em campo, num jogo que não fugiria à toada geral da prova – pelo menos até agora, nesta jornada inaugural, de grande contenção e risco mínimo, em que se registou o sexto empate.
O momento de maior emoção no decurso da primeira parte surgiria logo aos 11 minutos, com um remate de Cristiano Ronaldo a embater com estrondo no poste, para, à passagem dos 23 minutos, ser a Costa do Marfim a criar perigo, com Gervinho a ganhar um ressalto já dentro da área, mas, no último momento, um defesa português conseguiria aliviar.
O jogo apresentava-se repartido, com Portugal a procurar estruturar as suas jogadas ofensivas, enquanto a Costa do Marfim privilegiava a velocidade do contra-ataque, ao mesmo tempo que se fazia impor o poder físico e de choque na equipa marfinense, com os portugueses a denotarem dificuldade em penetrar no meio-campo contrário, a verem-se obrigados a jogar para trás, não conseguindo abrir o jogo, actuando praticamente sem extremos, jogando muito pelo faixa central do terreno, zona em que os adversários têm maior facilidade em garantir as marcações.
Não obstante o maior tempo de posse de bola de Portugal (56 %) no final da primeira meia-hora de jogo, a equipa da Costa do Marfim começara a ganhar algum predomínio já desde os 25 minutos.
Numa partida sem grandes ocasiões de perigo junto das balizas – com o jogo a ser disputado muito longe das grandes áreas, os guarda-redes teriam de intervir de forma mais afincada apenas por uma vez, em ambos os casos em antecipação aos avançados -, a maior oportunidade da equipa marfinense surgiria aos 42 minutos, com uma série de trocas de bola dentro da área portuguesa, a ver jogar, culminando num canto, que não teria consequências. A Costa do Marfim acabava a primeira parte a controlar o jogo…
E regressaria prometendo, logo a abrir o segundo tempo, uma toada de maior dinamismo, com acção junto da baliza de Eduardo, ganhando novo canto.
Portugal respondia, aos 50 minutos, com uma descida até à baliza adversária, num lance com algum aparato, mas inconsequente. E, mais três minutos, volvidos, quase consecutivamente, duas boas iniciativas da equipa da Costa do Marfim, dentro da área portuguesa, numa delas com Eduardo a ser chamado a mostrar a sua concentração no jogo.
Aos 57 minutos, uma das melhores jogadas da partida, com Deco a chegar até à linha do fundo, do lado esquerdo, cruzando para a cabeça de Liedson, num remate de fácil defesa. No minuto imediato, Gervinho imitaria Deco e, ainda mais dois minutos, surgiria nova ofensiva marfinense, com novo canto e um remate de cabeça a levar algum perigo. à passagem da hora de jogo, o encontro parecia então querer animar, ganhando maior ritmo.
Aos 67 minutos a equipa portuguesa ensaiava uma naturalmente desaconselhável jogada de filigrana por entre os poderosos centrais da defesa adversária, condenada ao insucesso. Cinco minutos decorridos, a bola chegaria a entrar na baliza da Costa do Marfim, mas o árbitro havia já interrompido o jogo, sancionando falta. Cristiano Ronaldo, com uma exibição algo apagada, parecia começar a estar mais em jogo, surgindo também Liedson.
Com 78 minutos de jogo, Raul Meireles teria então um primeiro ensaio de remate de meia-distância, ligeiramente ao lado da baliza contrária.
De forma simétrica à evolução registada na primeira parte, Portugal parecia surgir agora mais forte, na fase final da partida. Já com 80 minutos, Ronaldo teria então ensejo de marcar um livre “ao seu jeito”, mas a bola sairia sem a melhor direcção.
Até final do encontro – à excepção do período de compensação (3 minutos), em que haveria ainda tempo para dois grandes “sustos” na pequena área portuguesa -, a iniciativa e o “sinal mais” continuara a ser da equipa portuguesa, mas sem resultados práticos.
Num encontro tão repartido, sem domínio claro de qualquer das equipas, o empate é não só o resultado mais ajustado, como o desfecho quase inevitável da postura adoptada por ambos os conjuntos.
Melhor jogador – Cristiano Ronaldo
Amarelos – Didier Zokora (7m) e Guy Demel (21m); Cristiano Ronaldo (21m)
Árbitro – Jorge Larrionda (Uruguai)
Port Elizabeth (15h00)
(ver fotos do Estadão)
O jogo visto no Twitter, numa extraordinária infografia animada do The Guardian.