"O Sétimo Selo" (II)
8 Novembro, 2007 at 8:42 am Deixe um comentário
Dissecadas as fraquezas romanescas de “O Sétimo Selo”, abordemos então os seus méritos, em particular na divulgação da ameaça provocada pelo aquecimento global.
Apoiando-se em reputados especialistas, na área das mudanças climáticas (Filipe Duarte Santos), e na área energética (Nuno Ribeiro da Silva), é de forma impressiva que José Rodrigues dos Santos assume a vertente didáctica (aqui e ali, exagerando em repetitivas descrições, recorrendo a emissores e a diálogos nem sempre verosímeis), apresentando e explicando de forma pormenorizada as causas e impactos do consumo de combustíveis de origem fóssil.
Em flashback, a acção inicia-se na Antárctida, no Pólo Sul, com o desmoronar (e desaparecimento) – consequência do aquecimento do planeta – de uma plataforma de mais de duzentos metros de espessura de gelo… e com o assassinato de um cientista perito em climatologia.
Desaparecimento que alterará o equilíbrio entre o mais quente ar marítimo e a temperatura dos glaciares, vindo a provocar o degelo e consequente aumento do nível das águas do mar.
O assassínio de um segundo cientista, professor de Física na Universidade de Barcelona – sendo que, ao lado de ambos os corpos, fora encontrado um papel com um estranho sinal, com os dígitos 666 – constituiria o fundamento para o recurso ao protagonista, Tomás de Noronha, perito em criptanálise.
Iniciando a sua missão em Viena, na sede da OPEP, tendo por interlocutor um saudita, somos transportados até à erupção – em 1901, numa perfuração em Spindletop, no Texas – de gás metano líquido e negro, a que viríamos a chamar petróleo, revelando-se então, pela primeira vez, como um recurso energético abundante (bastante mais potente, seguro e limpo do que o carvão, até então a matéria-prima de base), permitindo o desenvolvimento de novos processos industriais… e o surgimento e desenvolvimento do uso do automóvel – constituindo-se na origem do negócio que mais dinheiro movimenta em todo o mundo.
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