A CAIXA QUE MUDOU O MUNDO – 50 ANOS EM PORTUGAL (X)
15 Fevereiro, 2007 at 8:45 am Deixe um comentário
A partir desse dia (25 de Abril de 1974) opera-se uma alteração radical na História de Portugal, estabelecendo um marco divisório do tempo.
Três dias depois, a 28 de Abril, Luís Filipe Costa e Maria Margarida transmitiam um “TV7” especial, com imagens da libertação dos presos políticos de Caxias.
Passando por outra “data histórica”, o 1º de Maio de 1974, com a televisão a assegurar uma vasta cobertura das manifestações em todo o país.
Esse ano regista o surgimento de programas como “Escrever é Lutar” (com Fernando Assis Pacheco e José Carlos Vasconcelos) ou “A Política é de Todos”, a par do “Teledomingo”, um sucesso conduzido por Joaquim Letria.
Nessa época, Vasco Granja iniciava a apresentação do clássico “Cinema de Animação” (cerca de 1 000 emissões, ao longo de 16 anos), em que combinava desenhos animados de origem americana (com grande incidência no Canadá, em particular, filmes de Norman McLaren) e de países ocidentais, com os provenientes do bloco do leste da Europa (nomeadamente da Checoslováquia e da Bulgária), de sistema político de ideologia comunista.
Mas, a nível da televisão, nem tudo correria da melhor forma, com algumas “convulsões” de natureza política: a 25 de Maio de 1974, no âmbito do “Processo Revolucionário Em Curso”, a RTP via a sua concessão suspensa, passando o serviço de Radiotelevisão a ser gerido pelo Governo, por via de Administradores designados pelo Estado; alguns dos melhores profissionais seriam compelidos a afastar-se.
Por outro lado, o famoso “lápis azul” da censura – que, de forma tão vincada, condicionara a liberdade de expressão – teria ainda alguns resquícios no “pós-25 de Abril”, por exemplo, com a suspensão da transmissão das cerimónias do 10 de Junho de 1974, quando o grupo de teatro “A Comuna” caricaturava as principais figuras do antigo regime. Anos mais tarde (em 1987), seria Herman José a sentir na pele a acção censória, com o seu programa “Humor de Perdição” a ser suspenso devido a polémicas “entrevistas históricas”.
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