THE DOORS (I)
18 Outubro, 2006 at 8:52 am Deixe um comentário
Um encontro casual entre dois estudantes na escola de cinema da UCLA, Jim Morrison e Ray Manzarek, na praia de Venice, em Julho de 1965, levou à criação dos The Doors, em Los Angeles, Califórnia. Morrison disse a Manzarek que tinha escritas algumas canções e, após pedido deste, cantou “Moonlight Drive”. Manzarek imediatamente sugeriu que formassem um grupo.
Ray Manzarek, o pianista que tocava “órgão Vox” já fazia parte de uma banda chamada Rick And The Ravens com o seu irmão Rick Manzarek, enquanto Robby Krieger e John Densmore, que tocavam com os The Psychedelic Rangers, viriam a conhecer Manzarek em cursos de meditação. Em Agosto, Densmore entrou no grupo e, juntamente com os membros dos Ravens e uma baixista feminina desconhecida gravaram um disco de demonstração (demo) com 6 canções, editado em 2 de Setembro. Esta foi largamente pirateada, vindo a ser lançada integralmente na caixa “1997 Doors”.
O grupo recrutou também o talentoso guitarrista Robby Krieger e a formação final — Morrison, Manzarek, Krieger e Densmore — ficava então completa.
A banda retirou o seu nome de um título de um livro de Aldous Huxley, “The Doors of Perception”, que, por sua vez, foi retirado de uma linha de poesia do artista e poeta do século XVIII William Blake: “If the doors of perception were cleansed, every thing would appear to man as it is: infinite.” (Se as portas da percepção fossem abertas, tudo apareceria como realmente é: infinito.)
The Doors eram únicos entre os grupos rock porque não utilizavam a guitarra baixo em concerto. Em seu lugar, Manzarek tocava linhas de “baixo” com a sua mão esquerda num teclado de baixo Fender Rhodes, uma extensão do conhecido piano eléctrico Fender Rhodes, e, com a mão direita, tocava teclados. Contudo, o grupo utilizaria baixistas como Jerry Scheff, Doug Lubahn, Harvey Brooks, Kerry Magness, Lonnie Mack e Ray Neapolitan nos seus álbuns de estúdio.
Muitos dos originais dos Doors foram compostos em grupo, com Morrison contribuindo com as letras e com algumas melodias e os restantes lançando o ritmo e o desenvolvimento da canção.
Em 1966 o grupo tocou no clube London Fog e rapidamente ganhou reputação para tocar no prestigiante “Whisky a Go Go”. Em 10 de Agosto o presidente da Elektra Records, Jac Holzman, conheceu o grupo, após insistência do cantor dos Love Arthur Lee, cujo grupo tinha assinado pela Elektra.
Após Holzman e o produtor Paul Rothchild terem assistido a dois concertos da banda no “Whisky A Go Go”, os Doors assinaram pela Elektra em 18 de Agosto – o início de uma longa e frutuosa relação com Rothchild e o técnico Bruce Botnick. O momento foi particularmente oportuno pois o clube despediu a banda após uma performance de The End, em que Jim foi acusado pelo gerente de gritar obscenidades em palco.
O LP de estreia, tendo por título o próprio nome do grupo, foi lançado em Janeiro de 1967; continha a maior parte das canções que compunham o repertório inicial da banda, incluindo o drama musical de 11 minutos “The End”. A maior parte das composições foram gravadas ao primeiro take, entre fins de Agosto e inícios de Setembro de 1966. Morrison e Manzarek fizeram um inovador vídeo de promoção para o primeiro single “Break On Through”. O segundo single “Light My Fire” consagrou-os como estrelas ao nível de grupos como os Jefferson Airplane e os Grateful Dead, tendo sido lançado em Abril de 1966, chegando ao topo em Julho desse ano.
O segundo LP, embora menos exuberante e espontâneo, não deixa de ser um álbum forte com o tema que o encerra a ser o culminar do álbum (“When the Music’s Over”); apresentava duas outras canções bem conhecidas dos Doors (“Love Me Two Times” e “Moonlight Drive”), sendo também um álbum fortemente comercial, o que faria com que os Doors perdessem o estatuto de banda heroína do underground.
A banda começou a derivar da sua forma inicial no terceiro LP “Waiting for the Sun”(1968), devido ao esgotamento do repertório inicial e à necessidade de escrever canções novas. Foi o seu primeiro LP a atingir o nº 1 nas tabelas de vendas e o single “Hello, I Love You” foi o seu segundo e último single a atingir o nº 1 nos tops americanos. O álbum, embora ecléctico, é por vezes inconsequente e muito menos unificado que os dois primeiros, embora contenha excelentes temas. Tornava-se ainda maior o afastamento relativamente aos críticos especialistas em música underground.
Com constantes acusações de incitar motins durante os concertos, dependência excessiva de Jim relativamente ao álcool durante as gravações para o terceiro LP, além do anterior incidente no Sullivan Show em que Jim se recusou a mudar a letra de “Light My Fire” cantando a então palavra proibida “higher” (“pedrado”, sob influência de drogas), sucede o incidente de Miami.
(continua…)
Carlos Paixão da Costa
Entry filed under: Música.




Trackback this post | Subscribe to the comments via RSS Feed