Archive for 4 Setembro, 2006
U. TOMAR – MEMÓRIAS
Passam agora 30 anos, o União de Tomar despedia-se da I Divisão… até um dia (para já, pelo menos até 2010!).
A partir de hoje tenho o grato prazer de aqui apresentar (mais) algumas memórias do U. Tomar, com a recordação de equipas históricas do clube, do início da década de 70 – começando com uma “colecção de cromos” da época de 1971-72 -, com sucessivas presenças na I Divisão (1968-69; 1969-70; 1971-72; 1972-73; 1974-75; 1975-76) e o título de Campeão Nacional da II Divisão (1973-74).
Agradeço a João Lima, visitante do meu “blogue” sobre Tomar, que me disponibilizou estas verdadeiras “preciosidades”, aproveitando ainda para relembrar, também pelas suas palavras, esses tempos “épicos”:
«[…] Faço aqui um parêntesis para lhe dizer que comecei a seguir o União de Tomar com 7 anos, exactamente no ano que subiu pela primeira vez ao escalão máximo.
Aliás o primeiro jogo que vi foi um União-Leça, que ganhámos 2-0. Na 2ª volta, e a necessitarmos de todos os pontos para a subida, estávamos em Leça a perder ao intervalo por 3-0 e ganhámos 3-5, num jogo que o Oscar Telecheia teve que recuperar forças no balneário.
Fui a Torres Novas ao encontro decisivo, que com a nossa vitória por 1-2 nos fez subir e chegar a Tomar numa longa procissão pela cidade, atrás da camioneta dos vitoriosos.
Até 1973 não perdi quase nenhum jogo em casa. Nessa altura saí de Tomar, com 13 anos, mas continuei sempre a ser desse clube que me marcou. É estranho para muita gente que eu não diga que sou do Benfica, Sporting ou Porto, mas sim do União de Tomar, principalmente numa altura que parece pelas notícias que só existe espaço para esses.»
5 DIAS, 5 LIVROS (I) – "O AFINADOR DE PIANOS"
Daniel Mason, jovem autor estado-unidense, atingiu o “estatuto” de escritor reputado a nível internacional logo com a sua excelente primeira obra, “O Afinador de Pianos”, publicada em 2000, apenas com 23 anos.
Natural da Califórnia, Daniel Mason começou por estudar Arqueologia, com uma visita às ruínas Maias, nas Honduras; aí surgiria outro interesse, o do estudo das doenças infecciosas, em particular, da malária. Formar-se-ia em Biologia, na Universidade de Harvard.
“O Afinador de Pianos” nasce das suas estadias na Tailândia e na Birmânia (actual Myanmar), para estudar a malária.
Em “O Afinador de Pianos”, cuja acção se desenvolve na Birmânia, no final do século XIX, o Ministério da Guerra britânico requisita os serviços de Edgar Drake, para afinação de um piano Erard, um “capricho” do excêntrico major médico Anthony Carrol, que recorre à música e à medicina como via diplomática e forma de pacificação da região, na então colónia inglesa.
Depois de uma longa viagem, percorrendo quase “meio mundo” e de uma penosa deslocação pelos confins da selva birmanesa, o afinador de pianos, acabando por se envolver com os exóticos encantos naturais da Birmânia, pela atracção pelo carisma do próprio médico e também seduzido pela fascinante e enigmática beleza de Khin Myo, vai-se – num processo de introspecção e de viagem pelo seu próprio eu “interior” – gradualmente desligando do seu país, da sua casa, e da amada esposa, tornando-se cada vez mais difícil o regresso a casa.
Com uma trama excelentemente construída, compreendendo minuciosas e exuberantes descrições da luxuriante paisagem da região, esta obra, recuperando uma tradição de enciclopedismo literário, aliada ao romance “histórico”, leva-nos a reflectir sobre a violência do processo de colonização e sobre o choque de civilizações e culturas.



