Posts filed under ‘Livro do mês’

UMBERTO ECO – O PÊNDULO DE FOUCAULT (V)

Certo, inventaram o cheque, e antes dos banqueiros florentinos. Portanto estão a perceber, entre doações, conquistas à mão armada e provisões sobre as operações financeiras os Templários transformam-se numa multinacional.

Continue Reading 23 Abril, 2004 at 1:58 pm

UMBERTO ECO – O PÊNDULO DE FOUCAULT (IV)

O que dissemos diz respeito à tropa, mas a ordem desde os inícios tinha recebido doações enormes e pouco a pouco foi constituindo capitanias por toda a Europa.

Continue Reading 22 Abril, 2004 at 12:23 pm

UMBERTO ECO – O PÊNDULO DE FOUCAULT (III)

Sucede tudo com São Bernardo. Lembram-se de São Bernardo, não? Bernardo intui logo que a ideia deve ser cultivada, e apoia aqueles nove aventureiros, transformando-os numa Militia Christi, digamos mesmo que os Templários, na sua versão heróica, os inventou ele.

Continue Reading 21 Abril, 2004 at 6:56 pm

UMBERTO ECO – O PÊNDULO DE FOUCAULT (II)

Não, quero dizer, a história todos a sabem. Há a primeira Cruzada, está bem? E eis que em 1118, sob o reinado de Balduíno II, chegam nove personagens, guiadas por um certo Hugo de Payns, e constituem o primeiro núcleo de uma Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo: uma ordem monástica, mas com espada e armadura.

Continue Reading 20 Abril, 2004 at 1:55 pm

UMBERTO ECO – O PÊNDULO DE FOUCAULT (I)

Quem foram os Templários? A história dos Templários é uma verdadeira epopeia!… Deixemos Umberto Eco contá-la, numa fabulosa narrativa, a partir de excertos de .O Pêndulo de Foucault., a revisitar ao longo das próximas duas semanas.

Continue Reading 19 Abril, 2004 at 12:31 pm

"A ARTE DE TER SEMPRE RAZÃO" – SCHOPENHAUER (V)

Avançando para o “Estratagema 10”, quando nos apercebemos que o adversário faz questão de rejeitar responder às questões que necessitariam de uma resposta afirmativa para que a nossa tese pudesse ser sustentada, interrogá-lo sobre a tese oposta como se fosse o que pretendessemos vê-lo aprovar; ou, pelo menos, suscitar-lhe a necessidade de optar por uma de duas vias, de forma que acabe por não conseguir perceber qual a tese a que desejamos que ele acabe por vir a aderir.

Nesta rápida “visita” à obra de Schopenhauer, passando ao “Estratagema 18”, se nos apercebemos que o nosso adversário encontrou uma base de argumentação sólida, que lhe acabará por permitir que nos venha a vencer, devemos procurar impedi-lo de concluir a sua argumentação, interrompendo-o no momento oportuno e desviando o debate para outras questões.

No “Estratagema 26”, refere-se que uma técnica brilhante é a que consiga recorrer à utilização, contra o adversário, do argumento que ele próprio defendia. Por exemplo, quando diga: “É uma criança, devemos ser indulgentes…”; retorquir: “É precisamente por ser ainda uma criança que deve ser punido, para que tal sirva de exemplo”.

E culmina com o (último) “Estratagema 38”, que refere que, se nos apercebemos que o oponente é superior e que nos vai derrotar, a melhor arma é abandonar a querela e passar a atacar directamente o adversário, pelo que ele é ou representa (ataque “pessoal”), tornando-nos vexantes, agressivos, grosseiros, um verdadeiro apelo à “animalidade”… em nome da mencionada “mediocridade natural da espécie humana”, da inevitável falta de honestidade e da nossa vaidade intelectual…

(Evidentemente, parecem-me dispensáveis comentários adicionais sobre a “ética” associada a este “estratagema”!).

P. S. O Cruzes Canhoto (a partir de hoje, numa “nova casa“) completa também 1 ano de “actividade”. Parabéns!

[1103]

19 Março, 2004 at 6:07 pm 1 comentário

"A ARTE DE TER SEMPRE RAZÃO" – SCHOPENHAUER (IV)

Os três primeiros estratagemas apresentam em comum o facto de que o adversário trata, na verdade, de “outra coisa”, que não a afirmação que o seu oponente pretendera sustentar.

No “Estratagema 4”, aponta-se que, quando pretendemos alcançar uma determinada conclusão, não devemos deixá-la prever pelo adversário, mas ir conseguindo, gradualmente, de forma “discreta”, que o oponente vá admitindo as suas premissas ao longo do debate… até ao seu “convencimento total”.

No “Estratagema 5”, o autor reconhece que, para demonstrar a nossa tese, podemos igualmente ter de utilizar falsas premissas (considerando que, no final, “a verdade” pode acabar por delas decorrer).

Prosseguindo, com o “Estratagema 6”, Schopenhauer trata da situação de “camuflar” o postulado que queremos provar sob a forma de outro nome (por exemplo, “boa reputação”, em vez de “honra”; “virtude”, em lugar de “virgindade”); ou alterando o conceito (“animais de sangue quente”, em vez de “vertebrados”); ou admitindo como verdade geral o que é contestado a nível individual ou particular (por exemplo, da contestação da “certeza da medicina” por via da incerteza inerente a todo e qualquer ser humano).

Passando ao “Estratagema 8”, chega-se ao ponto de provocar a fúria do adversário (dizendo dele uma clara e óbvia injustiça ou provocando-o), dado que, em tal estado psicológico, dificilmente terá o discernimento e a capacidade de desenvolver julgamentos correctos.

[1100]

18 Março, 2004 at 6:10 pm

"A ARTE DE TER SEMPRE RAZÃO" – SCHOPENHAUER (III)

Começando, com o “Estratagema 1” – A extensão: “projectar” a afirmação do oponente para além dos seus limites naturais, interpretando-a da forma mais genérica possível, tomando-a no sentido mais lato possível ou exagerando-a; inversamente, reduzir a sua própria afirmação, da forma mais restrita possível (quanto mais uma afirmação se torna “geral”, mais ficará desprotegida face a ataques).

Exemplo – “A Inglaterra é a primeira nação em arte dramática”. Réplica: “É sabido que têm pouco valor em música e, portanto, também na ópera”. E a “contra-réplica”: “A música não integra a arte dramática, dado que esta respeita exclusivamente à tragédia e à comédia”.

A que se segue o “Estratagema 2” – Recorrer à homonímia para alargar o âmbito da afirmação a algo que, para além de uma palavra em comum, não tenha efectivamente nada a ver com o tema em debate. De seguida, refutar de forma “luminosa”, dando assim o ar de ter conseguido refutar por completo a afirmação do adversário.

Exemplo – “Você não se iniciou ainda nos mistérios da filosofia Kantiana”. Réplica: “Esse assunto dos mistérios não me interessa nada”.

“Estratagema 3” – Tomar a afirmação que fora colocada de uma forma relativa como se o tivesse sido de forma genérica, ou, pelo menos, concebê-la num contexto completamente diferente e refutá-la então nesse âmbito.

Exemplo – Num debate sobre filosofia, defendo a posição de uma dada corrente filósofa, ao mesmo tempo que, falando de Hegel, afirmo que o que ele escreveu não tem valor. O meu oponente não procura refutar a minha tese, limitando-se a dizer que também os filósofos que eu defendi escreveram muitas coisas sem valor. Embora reconhecendo tal, defenderia que a minha afirmação não tinha implícito um elogio às suas qualidades de escritores, mas enquanto homens, pelos seus actos, de um ponto de vista prático (enquanto que de Hegel apenas se podia falar de “qualidades” teóricas!).

[1096]

17 Março, 2004 at 12:39 pm 1 comentário

"A ARTE DE TER SEMPRE RAZÃO" – SCHOPENHAUER (II)

Qual o ponto essencial de qualquer controvérsia? O que se passa efectivamente?

O oponente (ou nós próprios) apresenta uma tese.

Para a refutar, há duas formas e dois métodos possíveis:

A – No que respeita às formas – procuramos demonstrar que

(i) a tese, simplesmente, não corresponde à natureza das coisas (“à verdade”) ou

(ii) que contraria outras afirmações proferidas pelo oponente.

B – Relativamente aos métodos – podemos ter

(i) refutação directa (ataque do fundamento da tese, demonstrando que ela não é verdadeira – mostrando que os fundamentos são falsos; ou, embora admitindo os fundamentos, demonstrando que a afirmação efectuada não pode deles decorrer) ou

(ii) refutação indirecta (por via das suas consequências, demonstrando que não pode portanto ser verdadeira – ou admitindo a “verdade” da tese e demonstrando o que dela resultaria num contexto que contrarie a “natureza das coisas”; ou, através de exemplos de casos concretos, demonstrar que terá de ser necessariamente falsa).

E o autor passa então, de seguida, à enumeração de um vasto conjunto de “Estratagemas” (38) a adoptar, visando a “arte de ter sempre razão”.

P. S. Completa-se hoje um ano sobre a “infeliz” Cimeira dos Açores. A questão do Iraque continua por resolver e não há sequer uma perspectiva de resolução de curto prazo…

[1092]

16 Março, 2004 at 8:15 am 1 comentário

"A ARTE DE TER SEMPRE RAZÃO" – SCHOPENHAUER (I)

Com alguma regularidade, ao “assistir” a alguns (acesos) debates que se vão travando na “blogosfera”, parecem as partes dispostas a tudo fazer para provar a “sua inequívoca e inquestionável razão”.

Tal constitui pretexto para a apresentação, nesta semana, de algumas referências à obra de Schopenauer, “A Arte de Ter Sempre Razão”.

Para o referido autor, a “dialéctica erística” consiste na arte de disputar, de tal forma que se tenha sempre razão, seja por que meio for, provindo da “mediocridade natural da espécie humana”, da nossa inevitável falta de honestidade, in fine, da nossa vaidade intelectual.

Frequentemente, tendo inicialmente a firme convicção da verdade das nossas afirmações, e se, perante um argumento contrário do nosso oponente, logo renunciamos a defendê-las, acabamos por vir a descobrir posteriormente que, finalmente, tínhamos razão; “infelizmente”, o argumento definitivo não nos tinha acorrido de imediato à mente…

Isso conduz-nos a uma posição de “auto-defesa”, que acaba por se consubstanciar numa estratégia de “ataque permanente”: no final da controvérsia, acabaremos por encontrar o argumento decisivo!

E assim, acabamos por nos bater não pela verdade (objectiva), mas pela (nossa) verdade.

O “vencedor” acaba por ser, muitas vezes, não quem tem razão, mas quem, inatamente, se revela mais astucioso ou arguto.

A dialéctica tem assim subjacente o “colocar de lado a verdade objectiva ou considerá-la acidental” (até porque, muitas vezes, ignoramos de que lado ela se encontra – ou, de outra forma, no início do debate, ambas as partes crêem ser donas da razão), baseando-se na defesa das teses próprias, em oposição às da contraparte – tendo por objectivo último ter a razão do seu lado no final da controvérsia.

[1090]

15 Março, 2004 at 1:53 pm 1 comentário

Older Posts Newer Posts


Autor – Contacto

Destaques


Literatura de Viagens e os Descobrimentos Tomar - História e Actualidade
União de Tomar - Recolha de dados históricosSporting de Tomar - Recolha de dados históricos

Calendário

Dezembro 2025
S T Q Q S S D
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
293031  

Arquivos

Pulsar dos Diários Virtuais

O Pulsar dos Diários Virtuais em Portugal

O que é a memória?

Memória - TagCloud

Jogos Olímpicos

Categorias

Notas importantes

1. Este “blogue" tem por objectivo prioritário a divulgação do que de melhor vai acontecendo em Portugal e no mundo, compreendendo nomeadamente a apresentação de algumas imagens, textos, compilações / resumos com origem ou preparados com base em diversas fontes, em particular páginas na Internet e motores de busca, publicações literárias ou de órgãos de comunicação social, que nem sempre será viável citar ou referenciar.

Convicto da compreensão da inexistência de intenção de prejudicar terceiros, não obstante, agradeço antecipadamente a qualquer entidade que se sinta lesada pela apresentação de algum conteúdo o favor de me contactar via e-mail (ver no topo desta coluna), na sequência do que procederei à sua imediata remoção.

2. Os comentários expressos neste "blogue" vinculam exclusivamente os seus autores, não reflectindo necessariamente a opinião nem a concordância face aos mesmos do autor deste "blogue", pelo que publicamente aqui declino qualquer responsabilidade sobre o respectivo conteúdo.

Reservo-me também o direito de eliminar comentários que possa considerar difamatórios, ofensivos, caluniosos ou prejudiciais a terceiros; textos de carácter promocional poderão ser também excluídos.