O Pulsar do Campeonato – 22ª Jornada

12 Março, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 09.03.2023)

Tal como sucedera na primeira volta, com sucessivas alternâncias na liderança (na 5.ª e 6.ª; na 9.ª e 10.ª; e na 12.ª e 13.ª jornadas), U. Tomar e Fazendense andam, há três semanas, numa espécie de “operação harmónio”, desta feita no que respeita à vantagem dos nabantinos no comando – que, depois de se ter mantido fixa, ao longo de sete rondas, em dois pontos, aumentara para quatro, para de imediato se reduzir novamente para dois, tendo voltado, esta semana, aos quatro pontos.

Ou seja, o regresso à posição da jornada 20, mas, agora, com menos duas rondas por jogar – sendo que ambos os candidatos ao título se cruzaram entretanto com o Alcanenense, que, não tendo ido além de duas igualdades, “abdicou” de tal disputa. Na qual, ao invés, subsiste o Amiense…

Destaques – Numa jornada recheada de pontos de interesse, as atenções estavam focadas, em especial, no Alcanenense-Fazendense, colocando frente-a-frente o 4.º e o 2.º classificados, com o grupo de Alcanena a lamentar ter desperdiçado uma vantagem de dois golos em Tomar, que, a ter-se consumado, poderia, porventura, vir a revolucionar por completo as contas do campeonato.

Assim, tendo entrado para este jogo já com um atraso de oito pontos face ao líder, e seis em relação ao seu adversário de Domingo passado, o Alcanenense, não podendo contar com aquele suplemento motivacional extra de estar efectivamente a lutar pelo 1.º lugar, mais não fez do que equalizar as perdas de pontos infligidas aos dois clubes do topo da tabela, não tendo também o Fazendense tido a capacidade de desfazer o nulo no marcador, na difícil deslocação a Alcanena.

Em Benavente, frente a uma equipa cujo desempenho justificaria melhor pontuação, ainda assim o maior adversário do U. Tomar terá sido o estado do relvado. Sob o efeito da chuva – apesar de, durante a partida, apenas se ter feito sentir muito a espaços – a relva natural apresentava diversas clareiras, com algumas zonas bastante enlameadas, em que era difícil sequer manter o equilíbrio, dificultando sobremaneira a construção de jogadas com princípio, meio e fim.

Beneficiando talvez da melhor adaptação a tais condições, até seriam os donos da casa a começar por, de forma mais pragmática, causar algum perigo, ameaçando, um par de vezes, a baliza contrária. Na primeira metade, para além de um lance de bola parada, e de um remate de longe, a sair ao lado, o União, não tendo conseguido assentar o seu jogo, não criou efectivas oportunidades.

Tal como sucedera na semana anterior, a equipa reentrou bastante melhor na etapa complementar, contando agora com o regresso de Siaka Bamba, após lesão, a pautar a organização defensiva, conferindo segurança para que a equipa se pudesse balancear mais para o ataque. Poderia projectar-se que a chave pudesse vir a estar no diferencial de frescura física na fase final. Mas o jogo acabaria por vir a ser desloqueado na sequência de uma falha do guarda-redes contrário.

Estavam decorridos apenas oito minutos quando Wemerson Silva converteu um livre, a distância considerável da baliza; mesmo com a bola pesada, o avançado unionista, tendo-a “agarrado” bem, conseguiu desferir um potente remate, que o guardião parecia ter controlado, mas, no momento da intercepção, acabaria por deixar esgueirar-se para dentro das redes um escorregadio esférico. Foi o golo n.º 70 ao serviço do União, daquele que é o melhor marcador do clube na última década.

Daí até final “só deu” U. Tomar, conseguindo então, num intervalo de menos de dez minutos, entre os 70 e os 80, confirmar o desfecho, com dois lances de excelente execução técnica, curiosamente, com os dois defesas centrais (José Maria e Henrique Matos) a cabecear com plena eficácia, para o fundo da baliza, dando a melhor sequência a cruzamentos de Pedro Pires. O “placard” de 3-0 pode ser algo pesado para os visitados, mas a justiça da vitória é inquestionável.

Existiria alguma expectativa para ver de que forma poderia reagir a equipa do Ferreira do Zêzere à saída do treinador, David Lourenço, mas, enfrentando um adversário de grande valia, que mantém o 3.º posto – aliás, agora somente a um ponto do Fazendense –, em Amiais de Baixo, os ferreirenses não conseguiram evitar quinto desaire sucessivo, com o Amiense a impor-se por clara marca de 3-0, resultado que, inclusivamente, estabelecera logo nos 45 minutos iniciais.

A última nota de realce vai para o triunfo arrancado pelo At. Ouriense em Alpiarça, frente ao Águias, por tangencial 2-1, com o tento da vitória a ser apontado já em período de compensação. Um resultado ingrato para os alpiarcenses, que não conseguem ganhar há oito jogos, e que, no imediato, só não teve maiores reflexos, dado todos os seis últimos classificados terem perdido.

Confirmações – O Mação venceu com naturalidade no Cartaxo, por 2-0, impondo aos cartaxeiros a sua 10.ª derrota nas onze jornadas mais recentes (duas séries de cinco desaires consecutivos, intervaladas apenas pelo triunfo averbado no Entroncamento).

O Samora Correia conseguiu quebrar um ciclo de invencibilidade de sete jogos do Salvaterrense, ganhando por 1-0, voltando a dispor de margem de segurança de seis pontos face a um trio de perseguidores, formado precisamente pelo emblema de Salvaterra, pelo Fátima e At. Ouriense – mantendo-se só a dois pontos do 5.º lugar (Mação), posição que estará em jogo na próxima ronda.

O Fátima registou maiores dificuldades do que seria previsível para bater, no seu reduto, o “lanterna vermelha”, Entroncamento, por 2-1, com o tento da vitória obtido igualmente já para lá dos 90 minutos. Caso tenham de vir a ser três os clubes a despromover, o clube da cidade ferroviária necessitaria recuperar oito pontos de atraso, nas oito jornadas que restam.

Quem conseguiu excelente operação, em partida de grande relevância para o posicionamento das duas equipas, foi o Torres Novas, que operou reviravolta no marcador, para desfeitear o Abrantes e Benfica, também por tangencial 2-1. Os abrantinos posicionam-se, por ora, imediatamente acima da “linha de água”, com ainda curta margem de quatro pontos face a Benavente e Cartaxo.

II Divisão Distrital – Depois de Moçarriense e Riachense também o Tramagal (ganhando 2-0 ao Pego) confirmou já a presença na fase final, de apuramento de Campeão e de promoção à I Divisão Distrital. Em função da derrota caseira sofrida pelo Caxarias frente ao guia, Riachense, a terceira vaga da série mais a Norte deverá, com probabilidade, vir a ser alcançada pelo Vasco da Gama.

A Sul, o Forense perdeu em casa, ante o líder, Moçarriense, por 1-2, sendo igualado na pauta classificativa pelo Espinheirense, equipa que, ganhando por 2-0 em Marinhais, deu um passo determinante para poder qualificar-se, precisamente em detrimento desse rival. A duas jornadas do fim, Forense, Espinheirense e Marinhais estão agora igualado no 2.º posto, sendo que a este último só resta disputar um jogo, pelo que passou a estar em situação bastante desfavorável.

De lamentar o episódio registado em Marinhais, com agressões dentro de campo, situação absolutamente imprópria no desporto, que coloca o futebol distrital nas notícias por más razões.

Campeonato de Portugal – O U. Santarém dá sinais de poder ainda aspirar a disputar a fase de promoção à Liga 3: recebendo e batendo o Sertanense por 2-0, reparte a 3.ª posição com o Marinhense, ambos apenas dois pontos abaixo do duo de líderes, 1.º de Dezembro e Pêro Pinheiro. O Coruchense, tendo voltado a pontuar, terá registado outro comprometedor empate caseiro (1-1) ante o Loures, mantendo-se abaixo da “linha de água”, a dois pontos do Sertanense e Mortágua.

Antevisão – Na I Divisão destacam-se os desafios: U. Tomar-Fátima e Entroncamento-Amiense. No escalão secundário o Vasco da Gama-U. Atalaiense poderá confirmar o apuramento dos visitados para a fase final. No Campeonato de Portugal o U. Santarém defronta, fora de casa, o União da Serra (classificado logo atrás do Coruchense), cabendo à turma do Sorraia deslocar-se a Alcains – actual último (13.º) da tabela –, outra vez com a pressão de um “jogo para ganhar”.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 9 de Março de 2023)

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