Liga dos Campeões – 3ª Jornada – Benfica – Bayern
20 Outubro, 2021 at 9:55 pm Deixe um comentário
Benfica – Odysseas Vlachodimos, Lucas Veríssimo, Nicolás Otamendi, Jan Vertonghen, André Almeida (40m – Diogo Gonçalves), João Mário (81m – Adel Taarabt), Julian Weigl, Alejandro “Álex” Grimaldo, Rafael “Rafa” Silva (81m – Luís Fernandes “Pizzi”), Darwin Núñez (81m – Gonçalo Ramos) e Roman Yaremchuk (76m – Everton Soares)
Bayern München – Manuel Neuer, Benjamin Pavard (66m – Serge Gnabry), Niklas Süle, Dayotchanculle “Dayot” Upamecano, Lucas Hernández (86m – Omar Richards), Kingsley Coman (86m – Jamal Musiala), Joshua Kimmich, Marcel Sabitzer (86m – Corentin Tolisso), Leroy Sané, Thomas Müller (77m – Josip Stanišić) e Robert Lewandowski
0-1 – Leroy Sané – 70m
0-2 – Everton Soares (p.b.) – 80m
0-3 – Robert Lewandowski – 82m
0-4 – Leroy Sané – 84m
Cartões amarelos – Nicolás Otamendi (45m) e João Mário (51m); Dayotchanculle “Dayot” Upamecano (56m) e Lucas Hernández (59m)
Árbitro – Ovidiu Haţegan (Roménia)
Dêem-se as “voltas” que se quiser: o Benfica teve, esta noite, a pior derrota em casa (totaliza agora 29) de toda a sua história de mais de seis décadas nas competições europeias, apenas igualada (na diferença de golos) pelo 1-5 ante o Manchester United, em Março de 1966 (então, nos 1/4 de final da Taça dos Campeões Europeus).
Mais, foi apenas a terceira vez (em 219 desafios disputados em casa) que o Benfica sofreu mais de três golos no Estádio da Luz, em jogos das provas europeias (para além da derrota antes referida, também o desaire por 1-4, ante o Liverpool, em Março de 1984, igualmente nos 1/4 de final da Taça dos Campeões Europeus).
Nos dias que antecederam este encontro, foi crescendo a ideia de que vinha aí o “bicho-papão” (precisamente o reverso do que tinha sucedido no encontro anterior, com o Barcelona, em que se foi gerando como que uma convicção de que o Benfica seria favorito, o que, aliás, viria a confirmar)… e ele chegou mesmo.
É verdade que o Bayern dispõe de argumentos incomparavelmente superiores, que é uma autêntica máquina “trituradora”, que distribui goleadas a eito (e não só a nível nacional, numa “Bundesliga” que domina sem contestação há nove épocas consecutivas). Mas o Benfica pôs-se a jeito…
Logo de início a equipa portuguesa teve uma entrada assaz receosa, oferecendo por completo a iniciativa ao adversário, remetendo-se à zona da sua grande área, completamente subjugada pela velocidade imposta pela formação alemã, nomeadamente pelos corredores laterais, a contrastar de forma vincada com o ritmo “sonolento” dos benfiquistas, sem capacidade de reacção em “tempo útil”.
Nessa fase, só por casualidade o Benfica não começou de imediato a perder o jogo, o que se prolongaria pelo decurso da primeira metade, ora por ocasiões desperdiçadas pelos jogadores da equipa bávara, ora por intervenções “miraculosas” de Vlachodimos, bolas nos “ferros”, ou… pela intervenção do “VAR” (que não validaria dois lances em que a bola foi introduzida nas redes benfiquistas).
Ainda assim, há que dizê-lo, a equipa parece que foi animando com o perdurar do nulo, e teve um par de saídas para o ataque, uma delas em que esteve à beira de inaugurar o marcador, não fosse a fantástica intervenção de Neuer, por volta dos 40 minutos.
Ao intervalo ficava a sensação que era necessário acreditar mais, que seria possível procurar “jogar o jogo”, e, em paralelo, conceder ao sector defensivo algum momento de repouso, das várias fases de sufoco por que tinha passado.
Mas o Bayern voltou a entrar fortíssimo para a segunda parte, logo com Vlachodimos a defender com a ajuda do poste. O jogo estava “partido”, com o Benfica – mesmo sem conseguir prolongar os tempos de posse de bola – de quando em vez a procurar libertar-se do espartilho… e a conseguir chegar lá à frente.
A turma germânica já ameaçara marcar por duas ou três vezes, mas o Benfica teria outra soberana ocasião: num remate de Diogo Gonçalves, que levava “selo de golo”, Neuer voltava a fazer o que parecia impossível, mantendo a sua baliza inviolada.
Foi o “canto do cisne”… Frente a um adversário da mais elevada craveira a nível mundial não se podem desperdiçar oportunidades deste tipo, desaproveitamento que não fica sem “perdão”. “Quem não marca, sofre” e foi o que aconteceu.
Privada do seu treinador (retido no Hotel, tendo sido conhecido mais tarde que acusou positivo a teste à “COVID-19”), seriam os seus adjuntos a desferir a “machadada final”, com a entrada do “ultrasónico” Gnabry, que iria desmantelar por completo a organização defensiva contrária. O Benfica resistira estoicamente durante 70 minutos, mas o Bayern acabaria mesmo por chegar ao golo, na conversão de um livre, por Sané.
Nos dez minutos seguintes, procurou ainda o Benfica recompor-se desse “golpe psicológico”, mas o infeliz desvio de cabeça de Everton para a sua baliza arruinou mentalmente os seus companheiros. Num curtíssimo intervalo de apenas quatro minutos (entre os 80 e os 84), o Bayern marcava três golos e consumava a tão receada goleada, não tendo surtido qualquer efeito a tripla substituição no entretanto operada por Jorge Jesus.
Valeu que, nos poucos minutos que restavam, a turma alemã como que se mostrou “saciada”, não tendo, pois, dilatado ainda mais o que era um já pesadíssimo resultado.
Numa noite de múltiplos contrastes – entre o poderio de um e outro clube; o ritmo e a intensidade dos jogadores de uma e outra equipa dentro de campo; o atrevimento ofensivo do Benfica (numa tentativa de “pressão alta”) e as suas agudas deficiências e lacunas defensivas – perduram duas imagens bem contraditórias: o modo como ficou patente que, afinal, teria sido possível marcar frente ao Bayern; a par da forma como, qual “castelo de cartas”, a equipa ruiu por completo, em termos anímicos e físicos, entregando-se, como que desistindo do jogo, após o 2-0, culminando no tal desfecho extremamente negativo, que não deixa de envergonhar (a somar aos vários já averbados perante este mesmo adversário, em Munique), o qual, de alguma forma, se antecipava e que, também algo inexplicavelmente, não se conseguiu prevenir nem evitar.
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