Archive for 10 Dezembro, 2019
Liga dos Campeões – 6ª jornada – Benfica – Zenit
Benfica – Odysseas Vlachodimos, Tomás Tavares, Rúben Dias, Francisco Ferreira “Ferro”, Alejandro “Álex” Grimaldo, Luís Fernandes “Pizzi”, Adel Taarabt, Gabriel Pires (81m – Andreas Samaris), Franco Cervi (81m – Haris Seferović), Francisco “Chiquinho” Machado e Carlos Vinícius (89m – Caio Lucas)
Zenit S. Petersburgo – Mikhail Kerzhakov, Yordan Osorio, Branislav Ivanović, Douglas Santos, Vyacheslav Karavaev, Aleksandr Erokhin (66m – Aleksei Sutormin), Wílmar Barrios, Magomed Ozdoev (60m – Igor Smolnikov), Oleg Shatov (89m – Róbert Mak), Sardar Azmoun e Artem Dzyuba
1-0 – Franco Cervi – 47m
2-0 – Luís Fernandes “Pizzi” (pen.) – 60m
3-0 – Sardar Azmoun (p.b.) – 79m
Cartões amarelos – Gabriel Pires (19m); Douglas Santos (17m), Magomed Ozdoev (43m) e Aleksandr Erokhin (55m)
Cartão vermelho – Douglas Santos (56m)
Árbitro – Antonio Mateu Lahoz (Espanha)
Não se afigurava linear o apuramento do Benfica para a Liga Europa, uma vez que pressupunha uma vitória por 2-0, ou, alternativamente, por três (ou mais) golos de diferença, de modo a não ficar dependente de uma derrota caseira do Lyon (caso em que bastaria o triunfo benfiquista, por qualquer margem).
E, não obstante, até começaram cedo a chegar boas notícias de Lyon, com o RB Leipzig a inaugurar o marcador logo aos 9 minutos, vantagem que viria a consolidar pouco depois da meia hora… O caminho da formação portuguesa parecia, por essa via, “atapetado”: um golo prometia, então, poder chegar para garantir o objectivo.
Dentro de campo, algo alheia ao que se ia passando em Lyon, a equipa do Benfica – personalizada e confiante como ainda não se tinha visto na presente edição da prova – assumiu, logo desde início, a iniciativa do jogo, que viria a dominar, de princípio a fim.
O primeiro sinal de inconformismo seria dado, apenas com três minutos jogados, por Taarabt, rematando ainda fora da área. Mas, com a equipa do Zenit aglomerada no seu meio-campo, na expectativa do erro do adversário, o golo tardava em chegar, apesar dos esforços benfiquistas, na tentativa de desbloquear o marcador.
Sem se deixar abater animicamente, o Benfica regressou para a segunda parte a grande ritmo, tendo então a felicidade de chegar ao golo logo aos dois minutos, com um oportuno Cervi, sem dificuldade, a empurrar a bola para a baliza, a solicitação de Pizzi.
Mantendo-se o resultado de Lyon, o Zenit continuava em posição de apuramento para a fase seguinte da “Liga dos Campeões”, com o clube francês a cair para o último posto do grupo, por troca com o Benfica.
Pelo que se torna algo difícil compreender o desnorte então evidenciado pela equipa russa, primeiro, com Erokhin, depois de ludibriado por Taarabt, a recorrer a uma “placagem”, para, no minuto imediato, ser Douglas Santos a interceptar a bola com o braço, na sua grande área, o que lhe valeu segundo amarelo e consequente expulsão, a par da grande penalidade, de que resultou o segundo golo benfiquista, numa boa conversão de Pizzi, a enganar Kerzhakov.
Tudo corria “sobre rodas”, pese embora o Lyon tivesse já, entretanto, reduzido a desvantagem ante o RB Leipzig para 1-2.
O Benfica aproveitava a desorientação do Zenit para ir em busca de um terceiro golo, tendo mesmo desperdiçado um par de flagrantes oportunidades, mas, num lance de contra-ataque, viria ainda a sofrer um calafrio, quando Azmoun, com um remate muito perigoso, proporcionou a Vlachodimos a defesa da noite, com uma excelente estirada.
No lance imediato, Carlos Vinícius, isolado frente ao guardião contrário, não foi eficaz, permitindo a defesa para canto, de cuja conversão, surgiria, num corte desastrado, também de Azmoun, o terceiro golo benfiquista.
Faltavam pouco mais de dez minutos e a missão do Benfica parecia cumprida na perfeição. Mas tal sentimento de tranquilidade não duraria cinco minutos, altura em que o Lyon empatava o seu jogo com o RB Leipzig (entrando assim em posição de apuramento, trocando com o Zenit, então relegado para o 4.º lugar do grupo); um golo sofrido poderia significar a eliminação do Benfica…
No entretanto – entre o terceiro golo benfiquista e o segundo do Lyon -, Bruno Lage optara já por reforçar o meio-campo, com a entrada de Samaris, trocando, em paralelo, Cervi por Seferović, procurando, desta forma, explorar a (que passava a ser necessária) assumpção de risco por parte dos russos.
Porém, reduzida a dez elementos, algo atordoada pelo que se estava a passar (quer na Luz, quer em Lyon), a turma do Zenit não conseguiria, nesses dez minutos finais, provocar qualquer efectivo perigo para a baliza portuguesa.
Mesmo acabando por ter de sofrer nesses minutos derradeiros – perante a ameaça que subsistia de poder eventualmente sofrer um golo nalgum lance de bola parada, ou ressalto fortuito -, o Benfica fecharia a sua presença nesta edição da “Liga dos Campeões” com a sua melhor exibição e um categórico triunfo por 3-0 sobre o líder destacado do campeonato russo (dez pontos de vantagem sobre o 2.º classificado, Krasnodar, a onze jornadas do fim), garantindo assim, por mérito próprio, não dependente de terceiros, a qualificação para a Liga Europa.
Num balanço final, num grupo equilibrado como se antevia que este seria, o que se veio a confirmar, é inevitável a sensação de que o apuramento para os 1/8 de final da “Champions” estava perfeitamente ao alcance, tendo acabado por ficar à “mão de semear”, não fossem, em última instância, os dois golos consentidos na fase final do jogo de Leipzig…
Grandes clássicos das competições europeias – (14) Barcelona – Juventus
Época Prova Ronda 1.ª Mão 2.ª mão 1970-71 TCF 1/16 Barcelona-Juvent. 1-2 Juvent.-Barcelona 2-1 1985-86 TCE 1/4 Barcelona-Juvent. 1-0 Juvent.-Barcelona 1-1 1990-91 TVT 1/2 Barcelona-Juvent. 3-1 Juvent.-Barcelona 1-0 2002-03 LCE 1/4 Juvent.-Barcelona 1-1 Barcelona-Juvent. 1-2 2014-15 LCE Final Barcelona-Juvent. 3-1 (Est. Olímp. Berlim) 2016-17 LCE 1/4 Juvent.-Barcelona 3-0 Barcelona-Juvent. 0-0 2017-18 LCE Grupo Barcelona-Juvent. 3-0 Juvent.-Barcelona 0-0 Balanço global J V E D GM GS Barcelona - Juventus 13 4 4 5 15 – 14
Num confronto de extremo equilíbrio, regista-se uma ligeira superioridade da Juventus em termos de vitórias, pese embora o “score” global lhe seja desfavorável.
Os dois clubes defrontaram-se na Final da Liga dos Campeões de 2014-15, com triunfo do Barcelona, que conquistou então o seu 5.º título de Campeão Europeu (último, até à data), culminando a época de estreia de Luís Enrique no banco, coincidindo igualmente com o último jogo do “maestro”, Xavi, pela equipa catalã.
Nos embates a eliminar, a Juventus seguiu em frente por três vezes (tendo inclusivamente ganho os jogos das duas mãos na Taça das Cidades com Feiras, em 1970-71), face a apenas duas eliminatórias ganhas pelo Barcelona (em 1985-86 e em 1990-91).
Naquela que foi a derradeira edição da Taça das Cidades com Feiras (1970-71), a formação italiana superaria ainda os húngaros do Pécsi, o Twente e o Köln, vindo contudo a perder a Final, ante o Leeds United (com duas igualdades, a dois golos em Turim, e 1-1 em Leeds).
Em 1986, o Barcelona eliminaria, nas meias-finais da Taça dos Campeões Europeus, o Göteborg (no desempate da marca de grande penalidade, após duas vitórias caseiras por 3-0), acabando por ter uma das maiores desilusões da sua história (tendo adiado, ainda por mais alguns anos, a conquista do seu primeiro título de Campeão europeu) ao perder a Final, disputada em Sevilha, ante o Steaua… no desempate da marca de grande penalidade (não tendo conseguido bater o guardião Helmuth Ducadam uma única vez!).
Melhor não seria a sorte dos catalães em 1991, tendo perdido também a Final da Taça das Taças, ante o Manchester United.
Em 2002-03, nos 1/4 de final da Liga dos Campeões, o empate averbado em Turim (golo de Saviola) parecia conferir vantagem aos catalães; porém, na 2.ª mão, depois de ter começado por inaugurar o marcador, e apesar de se ter visto reduzida a dez unidades (por expulsão de Edgar Davids), a “Vecchia Signora” forçaria ainda o prolongamento, período no qual viria mesmo a superiorizar-se, com Buffon em grande evidência. O grupo então comandado por Marcello Lippi viria contudo a perder igualmente a Final, ante o AC Milan… no desempate da marca de grande penalidade.
Em 2016-17, o triunfo dos transalpinos seria ainda mais concludente, ganhando por 3-0 em Turim, o que, praticamente, definiu o desfecho da eliminatória. Porém, como que numa espécie de “maldição” associada aos embates entre Barcelona e Juventus – e depois de terem ultrapassado o Monaco nas 1/2 finais -, os italianos voltariam a ser batidos na Final, derrotados pelo Real Madrid por categórica marca de 4-1, no que corresponde já à sétima final da Taça / Liga dos Campeões perdida pela Juventus, um “record” destacado (face a cinco finais perdidas por Bayern e Benfica).
Registe-se ainda a curiosidade de o Barcelona nunca ter conseguido ganhar na 2.ª mão / 2.ª volta (sendo que jogou quatro vezes em terreno alheio e apenas duas em casa).
Por uma única vez estes dois emblemas integraram o mesmo grupo da Liga dos Campeões, há duas temporadas. Nessa ocasião, a turma da Catalunha “retribuiria” o 3-0 com que fora brindada na época imediatamente precedente, em partida disputada apenas cinco meses antes.
Os dois clubes prosseguiriam para a fase a eliminar (à frente do Sporting, 3.º classificado do grupo): a Juventus eliminaria ainda o Tottenham, antes de ser afastada nos 1/4 de final pelo Real Madrid, futuro vencedor da prova; quanto ao Barcelona, depois de ultrapassar o Chelsea, permitiria à Roma uma inesperada reviravolta (perdendo 0-3 em Itália, desperdiçando a vantagem de 4-1 obtida em Camp Nou), caindo, pois, naquela mesma eliminatória.