O Pulsar do Campeonato – 2ª Jornada
30 Setembro, 2018 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 27.09.2018)
É bem verdade que a “procissão ainda nem saiu do adro”, mas, num claro indício do grande equilíbrio de forças que se antecipa, temos, após a 2.ª jornada da I Divisão Distrital, nada menos do que sete clubes a partilhar a “liderança”! Mais, nenhum deles conseguiu vencer os dois desafios iniciais do campeonato, pelo que todos os concorrentes perderam já pontos, situação, aliás, “maximizada” pelos três grupos melhor classificados no campeonato precedente, os quais, de um total global de 18 pontos em disputa… obtiveram, até à data, um único ponto!
Destaques – No desafio de maior cartaz da ronda, entre Coruchense e U. Santarém, as duas equipas mostraram as respectivas credenciais; se é verdade que a turma do Sorraia esteve em vantagem até próximo do final, os escalabitanos – recém-promovidos do escalão secundário, recorde-se –, acabaram por impor a igualdade a uma bola como resultado final.
A outra situação de realce vai para o triunfo, pese embora por marca tangencial, do Samora Correia em Tomar, ante o União, que, assim, somou segundo desaire… e terceiro jogo sucessivo sem conseguir marcar, ocupando por agora, de forma absolutamente inesperada, a indesejada posição de “lanterna vermelha” (que reparte com o Ferreira do Zêzere).
Depois de duas categóricas goleadas aplicadas na época anterior (5-0 em Samora Correia e 5-2 em casa), os unionistas não conseguiram, desta feita, estrear-se a marcar no campeonato, não obstante terem tido uma entrada em campo bem mais afirmativa que o adversário, com um par de oportunidades para inaugurar o marcador… não concretizadas.
A partir da meia hora, o ritmo de jogo decaiu – o calor que se fazia sentir era bastante –, tendo os samorenses conseguido equilibrar a contenda. Para, tal como sucedera na semana passada, o União ser penalizado na sequência de um lance de bola parada, de que surgiu o único tento da partida.
Na segunda metade, e apesar de os visitantes terem chegado a dominar o jogo, em algumas fases, os tomarenses porfiaram, na fase final já mais com o “coração que com a cabeça”, acabando por dispor ainda de mais duas ou três soberanas ocasiões, mas que, por infelicidade, ou concentração do guardião contrário, não se materializaram, não se alterando o marcador.
De forma realista, o União terá de continuar a encarar esta época com a serenidade possível nas actuais circunstâncias, com muita paciência, na expectativa de que a qualidade do plantel possa superar, o mais rapidamente possível, a sua relativa falta de experiência…
Surpresas – Talvez não se possa considerar uma efectiva surpresa, mas, pela boa réplica que o Marinhais tinha dado na estreia, em Samora Correia, poderia porventura ser expectável que conseguisse melhor desfecho que a derrota caseira averbada (0-2) ante o Fazendense, conjunto com maiores argumentos e muito mais tarimba.
Em Torres Novas, os torrejanos, que haviam começado mal o campeonato, perdendo na Glória, voltaram a ficar em branco, desta feita na recepção ao Alcanenense, que, com um conjunto muito jovem, vem tendo bom desempenho nestas partidas iniciais, forçando um empate, o que lhe possibilita, para já, seguir na liderança do pelotão da frente.
Confirmações – Nas restantes partidas, confirmou-se o favoritismo do candidato Cartaxo, goleando a formação da Glória do Ribatejo por convincente marca de 5-1, assim como do U. Almeirim (1-0, na recepção ao Ferreira do Zêzere) e do At. Ouriense (2-1, ante o Amiense), com estes desfechos tangenciais a denotarem maiores dificuldades que o previsto, especialmente no caso dos almeirinenses.
Campeonato de Portugal – Atingindo-se já a sexta jornada desta competição, o Fátima, com um bom triunfo (3-2) ante um dos principais candidatos à subida, U. Leiria, vai trilhando o seu percurso, de forma tranquila – ainda invicto –, ocupando um posto na metade inicial da tabela (8.º classificado), podendo vir a beneficiar de ter ainda um jogo em atraso. Ao invés, o Mação, derrotado em casa pelo Torreense, por números pesados (1-4), acumula uma série muito negativa, já de cinco desaires consecutivos (depois da vitória na ronda inaugural, em Alverca), sendo actualmente penúltimo classificado.
Num campeonato que parece poder vir a “fracturar-se” em duas partes, dado o desequilíbrio que tem vindo a ser evidenciado, apesar de a “linha de água” continuar somente a um ponto, urge “arrepiar caminho” por parte dos maçaenses, de forma a evitar passar por maiores dissabores.
Antevisão – Neste fim-de-semana os campeonatos estarão em pausa, para dar entrada em cena às Taças.
Na Taça de Portugal, ainda com três representantes do Distrito (após a repescagem de Fátima e Torres Novas), a tarefa não se afigura nada fácil, não obstante – precisamente num reverso do sucedido na eliminatória inicial – todos eles actuarem nos respectivos redutos… todavia perante opositores de escalão superior.
O Fátima recebe a Oliveirense, da Liga de Honra, equipa que ocupa actualmente o 13.º posto, que reparte com outros quatro concorrentes, somente um ponto acima do “lanterna vermelha”, Arouca. A possibilidade de “haver Taça” existe, mas implicará um Fátima ao melhor nível.
O Torres Novas terá a visita do Maria da Fonte, um dos 7.º classificados da Série A do Campeonato de Portugal. Tendo em atenção o que tem sido o desempenho dos torrejanos neste arranque de temporada, seria surpreendente se conseguisse passar à eliminatória seguinte.
Por fim, o U. Tomar será anfitrião do Vilafranquense, actual vice-líder da Série C do Nacional (a mesma na qual milita o Fátima), perfilando-se-lhe uma tarefa hercúlea. Mas a Taça é festa, e, recuando à última vez que os dois clubes se cruzaram, na já distante época de 1994-95, os tomarenses causaram surpresa, empatando em Vila Franca de Xira (2-2), com os donos da casa – que terminariam esse campeonato no 2.º lugar, em igualdade pontual com o vencedor (Mafra) – a evitar a derrota somente mercê de uma grande penalidade convertida por… Rui Vitória!
Quanto à Taça do Ribatejo, que terá a sua jornada de estreia, na fase de grupos, o actual detentor do troféu (União de Tomar) teve de adiar o seu jogo ante o Tramagal, chamando a atenção os confrontos: Torres Novas-Abrantes e Benfica, Alcanenense-At. Ouriense, Ferreira do Zêzere-Amiense, Moçarriense-U. Almeirim, Benavente-Fazendense, e o “derby” Glória-Marinhais.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 27 de Setembro de 2018)
Entry filed under: Tomar.




Trackback this post | Subscribe to the comments via RSS Feed