Archive for 23 Dezembro, 2017
O Pulsar do Campeonato – 11ª Jornada
(“O Templário”, 21.12.2017)
Com o triunfo do Fazendense sobre o Mação, está relançado o campeonato! De facto, quando não atingimos sequer o termo da metade inicial da competição, o novo 2.º classificado – U. Tomar (a par da turma das Fazendas) – dista agora cinco pontos do líder, tendo recuperado entretanto já cinco (dos dez) pontos de atraso que chegou a registar, em outras tantas jornadas… Mais: para além do par que reparte a 2.ª posição, segue-se de perto um trio, só a dois pontos.
Destaques – O primeiro grande realce da 11.ª jornada vai para o Fazendense, que, quebrando a invencibilidade do Mação, ao ganhar por 2-0, é, agora, o único clube ainda invicto na prova, paralelamente, intrometendo-se decididamente no lote de candidatos.
Da parte dos maçaenses, que parecem atravessar uma fase de alguma quebra de “fulgor” (mesmo superando os diversos obstáculos que se lhe iam deparando, a verdade é que as últimas quatro vitórias alcançadas no campeonato foram, todas elas, por marca tangencial, tendo, entretanto, cedido dois empates nos quatro jogos anteriores), este é um claro indício de que estará ainda bastante longe a concretização do objectivo, sendo que, aliás, estes últimos resultados permitem suscitar a dúvida, atendendo também à fraca capacidade de concretização que vêm revelando (média inferior a dois golos, nesta altura apenas o 6.º “melhor ataque”).
Destaca-se igualmente mais uma categórica vitória do U. Tomar, goleando por excepcional marca de 5-0 – em jogos de campeonato, fora de casa, a sua segunda maior goleada dos últimos 50 anos! (apenas superada pelos 8-0 de 2013-14, frente aos “Caixeiros”) – na visita a Samora Correia. Um desfecho que, todavia, denota apenas ilusórias facilidades para os unionistas; num desafio de características muito peculiares, houve como que três fases claramente distintas…
Uma inicial, com a equipa tomarense a entrar em campo com grande atitude, “mandona”, assumindo a iniciativa, uma vez mais praticamente entrando a ganhar, com o primeiro tento obtido ainda não estavam completados três minutos, numa bela iniciativa de Wemerson (que seria autor de um “hat-trick”), a isolar-se, cara a cara com o guarda-redes, não vacilando. No imediato, dando boa sequência a esse posicionamento em campo, o União ampliaria a contagem por volta do quarto de hora, na conversão de uma grande penalidade, de que acabaria por resultar a expulsão do guardião samorense (tendo visto um cartão amarelo antes do remate da marca de “penalty” e, outro, imediatamente após a sua concretização, ambos por protestos).
Esta situação viria a condicionar todo o resto do encontro, acabando por, de alguma forma, limitar o brilho do triunfo nabantino. Efectivamente, à passagem dos vinte minutos, o Samora Correia ver-se-ia reduzido a nove elementos, com o árbitro a evidenciar notórias dificuldades em “segurar” o jogo. Paradoxalmente, nesse período, a jogar em superioridade numérica, o U. Tomar teria grandes dificuldades em suster o ímpeto do adversário, que dispôs de algumas ocasiões soberanas para marcar, apenas por um misto de grande infelicidade e inépcia não tendo conseguido reduzir a desvantagem. A findar o primeiro tempo, também os tomarenses teriam um elemento expulso (por empurrão, em “resposta” a falta de adversário).
Temeu-se que o jogo pudesse ficar “estragado” e, inclusivamente, que viesse a complicar-se de tal forma para o árbitro, podendo inclusivamente vir a colocar em causa a sua conclusão. Valeria então – para “alívio” de todos –, cerca dos dez minutos da segunda parte, o terceiro golo unionista, aproveitando o desposicionamento táctico dos samorenses, em mais um rápido lance de contra-ataque. A partir daí, o União controlaria o jogo a seu bel-prazer, acabando, já na fase final, por marcar ainda por mais duas vezes, em tentos de bom recorte técnico, sendo de registar o “fair-play” demonstrado pelos visitados, perante um resultado excessivamente desnivelado.
Surpresas – Esta foi uma jornada em que se registam alguns desfechos inesperados: desde logo, a sensacional reviravolta operada pelo Ferreira do Zêzere, que, depois de ter estado a perder 0-2 com o U. Almeirim (anterior vice-líder), acabaria por vencer por 3-2! Mas, também, o triunfo do Cartaxo em Ourém, ante o At. Ouriense (1-3), confirmando que os cartaxeiros são especialmente vocacionados para vencer em terreno alheio. Por fim, não seria talvez expectável a vitória do Riachense frente ao Amiense (2-1), somando preciosos pontos.
Confirmações – Em Abrantes e em Santarém, confirmou-se o favoritismo da U. Abrantina (2-0, na recepção ao Moçarriense) e do Torres Novas (ganhando, por dilatada marca de 3-0 perante o agora “lanterna vermelha”, Empregados do Comércio, a agravar a crise dos “Caixeiros”).
II Divisão Distrital – Na série a Norte, para além da goleada (7-0) do Rio Maior ao At. Pernes, menção a novo empate (3-3) no “derby” Tramagal-Pego, o que proporcionou o reagrupamento na frente da tabela, com os quatro primeiros agora separados por apenas dois pontos.
A Sul, o U. Santarém prossegue a sua senda goleadora (depois de 4-0 ao Forense e de 6-1 ao Pontével, e do 6-0 ao U. Atalaiense para a Taça, foi golear ao Porto Alto por 7-0!). Por seu lado, o Glória do Ribatejo venceu no terreno do Forense (2-0), confirmando a sua liderança, enquanto o Marinhais foi ganhar ao campo do Vale da Pedra, mantendo-se na perseguição, a dois pontos.
Campeonato de Portugal – Nesta 13.ª jornada, uma vitória (do Coruchense, nos Açores, face ao Lusitânia, por 2-1), um empate (do Fátima, em Loures, a zero) e uma derrota (do Alcanenense, em Sintra, ante o 1.º Dezembro, por 2-0) resultam na subida da turma do Sorraia ao grupo dos 4.º classificados, estando o grupo de Alcanena imediatamente acima da “linha de água”, enquanto os fatimenses se mantêm no 12.º posto, três pontos abaixo.
Antevisão – Os campeonatos entram agora em período de férias, apenas sendo retomados já no novo ano, de 2018. Neste Sábado, conclui-se a disputa dos 1/8 de final da Taça do Ribatejo, salientando-se a “reedição” do confronto entre Mação e Fazendense, agora no terreno dos maçaenses, enquanto o U. Tomar terá uma deslocação ao sempre difícil reduto de Amiais de Baixo, pese embora o desempenho irregular que o Amiense vem apresentando no campeonato.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 21 de Dezembro de 2017)