Archive for 13 Maio, 2015
«A inqualificável deriva ortográfica actual»
Anda por aí grande agitação por causa de uma notícia que dá o dia de hoje, 13 de Maio (por sinal aquele em que se celebram as primeiras aparições em Fátima), como o do fim do prazo de transição de seis anos do chamado Acordo Ortográfico de 1990. Ou seja: hoje, o país inteiro, se fosse bem comportado, deveria já estar todo a escrever com a ortografia daquilo a que alguns chamam “o português do século XXI”. Passando ao lado da discussão sobre a data exacta do fim do prazo de transição (que terminará não hoje mas apenas a 22 de Setembro de 2016, devido a pormenores legais explicados nesta edição por Ivo Miguel Barroso, ver pág. 46), a verdade é que em Portugal ele já é aplicado em grande parte da máquina do Estado e no ensino, optando a sociedade civil por escrever com ele ou contra ele. Vantagens visíveis? Nenhuma, além do caos gerado com facultatividades, duplas grafias e palavras que antes eram iguais em Portugal e no Brasil e agora, por “milagre” da unificação”, passaram a escrever-se de forma diferente em cada um dos países. Não há edições comuns à lusofonia, como se propagandeou, continua a haver traduções distintas, filmes continuam e continuarão a ser legendados separadamente (assim manda o vocabulário), livros são “retocados” para ser editados em Portugal ou no Brasil e nada indica que isso se altere. O Brasil, cujo prazo para aplicação integral termina em Janeiro de 2016, já fala em rever o acordo. Angola e Moçambique adiam e esperam para ver, Cabo Verde aplica-o em parte mas sem convicção, Guiné e São Tomé queixam-se de falta de meios para o aplicar e Timor-Leste discute ainda a conveniência de ensinar e aprender o português. Língua que está, infelizmente, longe de ser encarada como “de trabalho” nas instâncias internacionais. Conclusão: todo o esforço acabou nisto. Uma deriva ortográfica inqualificável e regras que a política quis e quer impor, à força, à ciência. Neste cenário, ignorá-las-emos.
Liga dos Campeões – 1/2 Finais (2.ª mão)
2ª mão 1ª mão Total Bayern München - Barcelona 3-2 0-3 3-5 Real Madrid - Juventus 1-1 1-2 2-3
Barcelona e Juventus confirmaram a vantagem trazida da 1.ª mão, apurando-se para a final da Liga dos Campeões, a disputar em Berlim, no próximo dia 6 de Junho.
Em relação aos catalães, apesar de terem consentido um primeiro golo logo aos 7 minutos, cedo resolveram a eliminatória a seu favor, com o golo do empate ao quarto de hora; viriam aliás a colocar-se mesmo em vantagem, ainda antes da meia-hora de jogo, o que possibilitou ao treinador Luis Enrique começar a fazer algumas poupanças, tendo em vista o desafio da próxima jornada do campeonato espanhol, frente ao actual campeão em título, At. Madrid, onde a equipa de Barcelona poderá reconquistar o título. Os dois golos do Bayern que possibilitaram a reviravolta no marcador ficaram bem longe de poder chegar a ameaçar o desfecho da eliminatória.
Em Madrid, o Real também começou por marcar relativamente cedo, por Cristiano Ronaldo, de grande penalidade, mas, no segundo tempo, a Juventus, empatando o jogo, assumiu o comando da eliminatória, tendo beneficiado aliás de mais ocasiões para voltar a marcar; a igualdade final impede a tão ansiada final entre as duas equipas espanholas, no que seria uma repetição da situação da época precedente (então com Real e At. Madrid). Quanto à formação de Turim, após ter sido eliminada no ano anterior pelo Benfica, nas 1/2 finais da Liga Europa, regressa agora, doze anos depois, a uma final da Liga dos Campeões.