U. Tomar – Centenário (XXXI)
4 Maio, 2014 at 12:00 pm Deixe um comentário
(“O Templário”, 01.05.2014)
No decurso de seis épocas na I Divisão o União de Tomar averbaria uma vitória e dois empates, quer com o FC Porto, quer com o Sporting. Porém, frente ao Benfica, alcançaria um único empate, na sua quinta presença no principal escalão, em partida disputada a 29 de Dezembro de 1974, face aos então tri-campeões nacionais, com o resultado a saldar-se por um nulo.
«Mas esteve certo mais este 0-0? Certíssimo, para uma e outra equipa, as quais não tiveram nem talento, nem inspiração para fazer melhor. E pode até acrescentar-se, ir um pouco mais longe, se dissermos que, na primeira parte, enquanto teve forças, o Tomar esteve bem mais perto de abrir o marcador do que o seu categorizado adversário. […].
O dispositivo da formação vem na ficha do jogo, mas podemos acrescentar ainda, o recuo de Cardoso, à frente do quatro defensivo e o adiantamento de Raul Águas, assim como um avançado centro-recuado, o primeiro com o objectivo de aumentar a segurança defensiva do sector, o segundo para aproveitar o seu excepcional poder de remate. E que remate.
Este dispositivo funcionou muito bem durante quase toda a primeira parte pois o Benfica experimentou sérias dificuldades para dele se libertar e raramente conseguiu dominá-lo, no primeiro tempo, quer dizer, penetrar na zona de remate em condições favoráveis de atirar à baliza de Silva Morais.
E com Águas, meio-liberto, na sua posição atrás dos dois pontas de lança, também algo se passou de confuso para a defesa benfiquista, a qual, nesse período, poucas vezes também se entendeu com o seu antigo companheiro de equipa.
E o golo esteve mesmo para acontecer, aos onze minutos, depois de um corte de Messias, o qual deixou a bola ao alcance de Águas. O remate partiu violento, indefensável, mas a trave, onde a bola embateu fragorosamente evitou o golo.»(1)
Recordemos também a “leitura” do desafio, na perspectiva da imprensa local:
«De tal modo que bom será dizer que o Benfica conseguiu ganhar um ponto em Tomar. Conseguiu e por sorte ou, talvez melhor, por azar do União.
Reparem só que o União disfrutou de duas oportunidades soberanas de golo feito que só por azar seu e sorte do Benfica não se concretizaram.
[L]ogo aos 11 minutos, Raúl Águas viu devolvida pela trave um remate potentíssimo, sem que José Henrique, estático na sua baliza, tivesse tido tempo de esboçar sequer qualquer gesto de defesa.
Depois cerca da meia hora, Bolota, com a baliza aberta, com toda a defesa benfiquista batida e com José Henrique já ultrapassado, atirou a bola que saiu a razar o poste lateral.
Na primeira parte os tomarenses jogaram como um todo, perfeitamente esclarecidos e os lisboetas nunca se chegaram a encontrar. […]
Foi a altura da defesa unionista mostrar o seu real valor. Tudo muito certo, de modo a desencorajar os benfiquistas que nunca puderam disfrutar de grandes largas nem viram criadas ocasiões de marcar.»(2)
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