U. Tomar – Centenário (XVI)
19 Janeiro, 2014 at 12:00 pm Deixe um comentário
(“O Templário”, 16.01.2014)
Retomando o fio condutor da história, depois da festiva temporada de 1964-65, as exigências competitivas eram substancialmente acrescidas com o regresso do União – 23 anos depois da última participação – à II Divisão Nacional, prova cujo jogo de estreia, a 12 de Setembro de 1965, teria um penoso desfecho para as cores unionistas, perdendo 0-6 em Leça da Palmeira.
Mas, a época de 1965-66, teria também o seu grande dia de “festa”, a 7 de Novembro de 1965, com um histórico jogo para o União de Tomar, que – apenas então, ao fim de mais de 50 anos de existência –, se estrearia na segunda mais importante competição futebolística nacional, a Taça de Portugal! O adversário neste baptismo seria, bem a propósito, o Belenenses, clube do qual o União é a delegação n.º 2.
E, de forma absolutamente surpreendente, visitando um “grande” do futebol português, num encontro ao mais alto nível – porventura o, até então, mais exigente em termos competitivos de toda a sua história – a turma unionista, com uma enorme força de vontade e coragem, imporia, no final do tempo regulamentar, um excelente empate a dois golos (tentos do União marcados por Totói e por Morado), traduzindo, perante tão categorizado opositor e num terreno pesado, uma admirável resistência! Que apenas viria a ser quebrada já na 2.ª parte do prolongamento, em que a equipa nabantina acabaria enfim por soçobrar, vindo a sofrer mais três golos nesse derradeiros quinze minutos, saldando-se assim o desfecho desta eliminatória (1/32 Final) numa tão concludente como ilusória vantagem belenense, de 5-2…
«Está em nítido progresso o futebol da divisão secundária do nosso futebol. Especialmente, ontem, à tarde, o União constituiu uma excelente surpresa não apenas para a crítica mas para o público que esteve no Restelo e que dispensou calorosa e significativa salva de palmas, quando os jogadores de Tomar abandonaram o relvado, após 2 horas de jogo. Este União, a jogar sempre assim, seria uma equipa que podia figurar na segunda metade da tabela do Campeonato Nacional da I Divisão, com o seu futebol perfeitamente sistematizado, uma estruturação em toda a equipa que a faz mover-se como um bloco, uma preocupação de manter sempre a bola rente à relva, enfim uma entreajuda entre os vários sectores que muito complicaram o trabalho do Belenenses, obrigando-o por vezes a remeter-se a uma defensiva preocupada e desorientada para salvaguardar as suas balizas.
E no meio de tudo isto, o que é mais espantoso é que o «onze» visitante não adoptou qualquer sistema defensivo, antes dispôs os seus haveres exactamente como os do adversário, encaixando-se no seu sistema e jogando durante as duas horas de igual para igual. Enfim, uma excelente equipa, um magnífico representante da linda cidade de Tomar, que passa a ter na sua equipa de futebol mais um excelente motivo de propaganda da sua terra. Parabéns ao clube e ao seu técnico, que julgamos ser o argentino Di Paola, que fez parte de uma bela equipa do Lusitano eborense.»(1)
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