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O pulsar do campeonato – 7ª e 8ª jornada
(“O Templário”, 02.05.2013)
E, num ápice, bastaram três dias para (quase) decidir toda uma época. Com a disputa da 7.ª (no feriado, de 25 de Abril) e da 8.ª jornada (no Domingo), começaram já as primeiras definições:
- At. Ouriense e Mação – clubes que, no feriado, começaram por se “empatar” mutuamente, para, no fim-de-semana, serem ambos derrotados (e que, durante os trinta jogos até agora já realizados nesta temporada, haviam feito figura de candidatos, sendo que os maçaenses haviam concluído a primeira volta, há apenas duas semanas, em igualdade com o Riachense, no comando da prova) – ficaram desde já arredados da possibilidade de alcançar o título de Campeão e consequente promoção ao futuro Campeonato Nacional de Seniores da próxima época;
- Glória do Ribatejo (não obstante o triunfo alcançado ante o U. Tomar, no feriado) e Moçarriense (somando duas derrotas) confirmaram já a despromoção à II Divisão Distrital da próxima temporada;
- Ao invés, o Pontével, acumulando mais dois triunfos, numa excelente segunda fase de prova, garantiu já a permanência na I Divisão Distrital.
O que significa que, tendo estas cinco equipas já o seu destino traçado – e considerando também que Fazendense e Benavente fizeram toda a segunda fase do campeonato de forma tranquila, sem preocupações nem maiores ambições –, apenas as restantes cinco mantêm posições competitivas em aberto, a definir nas duas derradeiras jornadas da competição.
Na luta pelo título, o Riachense, tendo conseguido encadear uma série de quatro vitórias consecutivas (o que aqui referira há poucas semanas dever ser a “chave” para a decisão do campeonato), está muito próximo de conquistar – pela terceira vez sucessiva, nas suas três últimas participações na prova – o título de Campeão, dispondo, a duas rondas do fim, de quatro pontos de vantagem sobre o Amiense (que, por seu lado, soma também três triunfos consecutivos), curiosamente (dado que fez toda a época “à distância”) agora já o único pretendente ainda com aspirações a poder contrariar o favoritismo da turma de Riachos.
As outras três formações ainda envolvidas em cerrada compita, na batalha pela manutenção, são a da U. Abrantina (que, depois de uma primeira volta sem vitórias, obteve, nos três últimos jogos, dois triunfos e um empate), dispondo agora de dois pontos de vantagem; do Coruchense (com uma série de quatro jogos sem derrota, com duas vitórias e dois empates) e do… União de Tomar, que, com dois desaires nestes três dias, viu complicar-se bastante a sua tarefa e comprometidos os seus objectivos, uma vez que deixou de depender de si próprio, dado ter desvantagem no desempate face à turma de Coruche.
Com uma equipa “esticada” até ao limite – após os pesados castigos com que se viu infligido o plantel, vê-se também fustigado por lesões, que têm obrigado a soluções de recurso, já não apenas o repetido recorrer aos elementos da equipa de juniores, mas também a necessidade de “improvisar” posições no terreno, com jogadores não rotinados em tais posições –, o União de Tomar viu-se impotente para, apesar de, em ambas as partidas (na Glória do Ribatejo e em Abrantes), ter chegado ao intervalo em situação de igualdade (1-1), evitar duas penalizadoras derrotas, pela mesma marca, de 1-3.
Se, no jogo do dia 25 de Abril, o União teve oportunidade flagrante para, ainda no primeiro tempo, ter marcado um segundo golo – tendo aí alguma dose de infelicidade –, acabando por perder devido a falhas próprias; em Abrantes, ao contrário, a intensa pressão a que a equipa se viu submetida, cedo fez perceber que, não obstante ter inaugurado o marcador logo aos sete minutos, dificilmente seria possível resistir, apenas tendo adiado durante algum tempo (até cerca dos 65 minutos)… o inadiável.
De forma algo irónica, no dia em que, matematicamente, garantiu que não ficaria nos dois últimos lugares (os que implicam, obrigatoriamente, a despromoção automática), ficou, em paralelo, em boa medida, com o seu destino entregue “nas mãos” do Alcanenense (de cujo desempenho no Nacional da III Divisão e do seu próprio destino – promoção… ou despromoção ao Distrital – dependerá a despromoção de duas ou três equipas à II Divisão Distrital). E, também aqui, neste fim-de-semana, as notícias não foram boas: o grupo de Alcanena, derrotado nesta ronda, desceu ao 4.º lugar, portanto abaixo do que necessitará atingir no final.
Não adiantará agora fazer grandes contas; para o União – a celebrar o seu 99.º aniversário no Sábado, dia 4 de Maio –, o melhor será, para já, pensar apenas e exclusivamente no seu próximo jogo, tentar vencê-lo (repetindo o triunfo ainda há pouco tempo obtido na Moçarria), esperando que Coruchense e/ou U. Abrantina possam ter um “deslize”. Depois, em função disso, na última jornada se verá o que poderá acontecer. Subsistindo o risco de poder ter de ficar numa situação indefinida, aguardando até ao dia 1 de Junho, em que se concluirá o campeonato da III Divisão.
A finalizar, com o Riachense a receber o Mação, e o Amiense a deslocar-se a Ourém, se não ficar desde já definido o 1.º lugar neste fim-de-semana, teremos um empolgante Amiense-Riachense para fechar com “chave de ouro” o campeonato: um verdadeiro jogo do título (em qualquer caso, da consagração)!
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 2 de Maio de 2013)