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O pulsar do campeonato – 19ª jornada
(“O Templário”, 31.01.2013)
A três jornadas do termo da primeira fase da Divisão Principal, o campeonato está ao rubro! Efectivamente, depois dos resultados do fim-de-semana – e desconhecendo ainda o desfecho do Riachense-Benavente, interrompido no domingo, devido à chuva, e reagendado para ontem, quarta-feira – os quatro primeiros surgem agora separados, entre si, por um ponto cada.
Ao At. Ouriense, no regresso aos triunfos (frente ao último classificado, Moçarriense), bastou um solitário tento para, aproveitando o empate do Mação na difícil deslocação a Fazendas de Almeirim, voltar a assumir – pelo menos provisoriamente, à condição, dependendo do resultado do jogo de Riachos – a liderança, com um ponto de vantagem sobre a equipa maçaense, com o Riachense a dois, e o Amiense (prosseguindo uma excelente recuperação, somando a sexta vitória consecutiva, na recepção ao Coruchense), a apenas três pontos.
Também o União de Tomar – com uma importante vitória, beneficiando de duas indiscutíveis e não discutidas grandes penalidades, no acanhado terreno de Pontével, em que se revela difícil jogar, dado o constante contacto físico e sucessivas interrupções de jogo, para marcação de faltas, ou para reposição de bola pela linha lateral, condições agravadas pelo mau tempo que se fez sentir, com bastante chuva – tem vindo a protagonizar uma boa segunda volta da prova, acumulando 14 pontos nas últimas sete partidas, em que apenas consentiu um desaire (somente At. Ouriense e Amiense fizeram melhor).
Porém, se tal permitiu à turma unionista, nessas sete jornadas, a obtenção de mais dez pontos relativamente ao mais imediato perseguidor, Pontével, e onze pontos face a cada um dos clubes que constitui o trio da retaguarda – assim cavando um fosso de, respectivamente, dez, onze e doze pontos, em relação a Glória do Ribatejo, Coruchense e Moçarriense, o qual se poderá vir a revelar decisivo para a ordenação final –, não obstou a que a aspiração de poder vir a chegar ainda aos seis primeiros lugares praticamente se tenha esfumado.
Para tal foi determinante o resultado obtido pela U. Abrantina na Glória do Ribatejo, com um dilatado triunfo de 4-1, que lhe permite manter a distância de cinco pontos face à equipa tomarense e, para já, ampliar para quatro pontos a vantagem sobre o Benavente. Ao União de Tomar resta “continuar a sonhar”, mas com os pés bem assentes na terra… necessitará de vencer os dois encontros que lhe restam em casa (frente à formação da Glória do Ribatejo, e ao actual guia da classificação, At. Ouriense), esperando que a turma de Abrantes – com um difícil encadeamento de calendário, defrontando, nas três rondas finais, os três primeiros classificados – possa ser derrotada nesses desafios.
Confirmando o que aqui tenho vindo a antever, o Fazendense vai fazendo um “campeonato à parte”, livre de preocupações, com um lugar nos seis primeiros já praticamente garantido (o que, nesta altura, foi já confirmado pelo quarteto da frente). Em relação à sexta e última vaga de acesso a esse grupo que, na segunda fase, disputará o título e consequente promoção ao novo Campeonato de Seniores da Federação Portuguesa de Futebol, nesta altura ainda por atribuir, as coisas poderão ter ficado bastante mais clarificadas; porém, União de Tomar, e, por maioria de razão, Benavente, terão ainda uma palavra a dizer, embora naturalmente dependentes do que a U. Abrantina possa vir a fazer nesta recta final da primeira fase.
Ao trio que se encontra em zona teoricamente de despromoção – e assim parece confirmar-se dado que, à medida que o Campeonato Nacional da III Divisão avança, Alcanenense, Torres Novas e Cartaxo vão vendo consolidada também a tendência de despromoção ao Distrital (pese embora a recuperação que a equipa torrejana vem encetando) –, com bastante mau desempenho na segunda volta (Glória do Ribatejo e Coruchense, cada um com apenas uma vitória e sete derrotas, sendo que no caso da equipa de Coruche soma já cinco desaires consecutivos; Moçarriense com seis pontos, mas apenas três obtidos nas últimas sete jornadas), resta esperar por melhores dias… e pela divisão de pontos para a segunda fase, que lhes permitirão atenuar distâncias.
Para essa fase decisiva, o União de Tomar transporta já (tal como o Benavente) 12 pontos, enquanto o Pontével acumula 10 pontos, o Glória do Ribatejo, 7, contando Coruchense e Moçarriense ambos com apenas 6 pontos angariados para a segunda parte da competição.
Na antepenúltima ronda desta fase inicial, o trio da liderança terá difíceis deslocações, com o At. Ouriense a visitar Benavente, o Mação, a deslocar-se à Moçarria, e o Riachense a ir até Abrantes. O quarto classificado, Amiense, embora jogando no seu terreno, não deverá enfrentar menos dificuldades, na recepção ao tranquilo, mas bastante competitivo grupo do Fazendense.
Por seu lado, o U. Tomar recebe a visita da turma de Glória do Ribatejo, sendo fundamental continuar a somar pontos – de preferência a vitória… – tendo em mira a tal ambição “sonhada” de poder ainda chegar aos seis primeiros, e, em qualquer caso, o reforço da vantagem sobre o trio da cauda da tabela, o qual é liderado precisamente pelo opositor da próxima jornada. Por fim, o Coruchense, recebendo o Pontével, poderá ensaiar uma quebra da série negativa que atravessa; ou, ao invés, afundar-se ainda mais, caso permita o dilatar da distância que os separa.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 31 de Janeiro de 2013)